Marcelo CaronDenísio Marcelo Caron (São José do Rio Preto, SP, 1962), mais conhecido apenas como Marcelo Caron, é um ex-médico brasileiro condenado pela morte de cinco mulheres e por ter causado lesão corporal em mais de uma dezena delas.[1] Os crimesAntecedentesMarcelo Caron não estava habilitado para realizar cirurgias plásticas, mas mesmo assim apresentava-se como especialista em lipoaspiração quando clinicava em Goiânia. Formado em Medicina pela Universidade Severino Sombra (junho de 1988) no município de Vassouras - RJ, ele havia tentado obter o título de especialista junto à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), mas teve seu pedido negado por não ter apresentado todos os documentos necessários. Em GoiásApesar disso, continuou a realizar lipoaspirações em seu consultório, provocando a morte de três pacientes mulheres entre março de 2000 e março de 2001. A morte das três foi causada por infecção generalizada decorrente de erros no procedimento médico. O Ministério Público goiano iniciou investigações, mas desde logo obrigou Caron a firmar o compromisso de não clinicar até que as investigações das outras queixas feitas contra ele fossem concluídas. No Distrito FederalBeneficiado pela demora dos promotores de Goiás em oferecer denúncia, Caron mudou-se então para o Distrito Federal e passou a realizar lipoaspirações em um hospital de Taguatinga. Contrariando a lei, exerceu a profissão valendo-se de seu registro no Conselho Regional de Medicina em Goiás, sem fazer o registro secundário obrigatório no CRM-DF, registro que dificilmente obteria por estar respondendo a 35 sindicâncias no CRM-GO. Em Taguatinga, duas pacientes vieram a falecer nas mesmas condições das mulheres goianas, o que levou Caron à prisão em fevereiro de 2002, da qual saiu quatro dias depois por força de um habeas corpus. Diante desses fatos, seu registro de médico foi definitivamente cassado. VítimasVera Lúcia Teodoro: morreu em março de 2000, 24 horas depois de submeter-se a uma cirurgia de lipoaspiração no abdome e plástica nos seios; Janet Virgínia Novaeis Falleiro de Figueiredo: ex-concunhada de Caron, morreu ao 41 anos no Hospital e Maternidade Vida em 5 de janeiro de 2001 em decorrência de complicações após ter se submetido a uma lipoaspiração no Setor Marista, região sul de Goiânia; Flávia de Oliveira Rosa morreu em 12 de março de 2001, cinco dias após ter se submetido a uma lipoaspiração; Adcélia Martins: morreu no Distrito Federal em janeiro de 2002; Graziela Murta de Oliveira: morreu em fevereiro de 2002 após ter feito uma lipoaspiração e ficar quase um mês internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Helena, em Brasília; Caron fez ao menos outras 15 vítimas não-fatais, muitas das quais ficaram com sequelas devido aos procedimentos mal feitos, entre elas Marlene Maria Alves[2] e Sheila Marques Silva, que teve o movimento do braço comprometido,[1] Processos, julgamentos e penasCom sucessivos recursos, Caron evitou a conclusão dos processos penais em Goiás e no Distrito Federal, mas acabou condenado a pagar R$ 200 mil de indenização à família de Graziela Murta de Oliveira por danos morais. Em 2003, ele também foi condenado a pagar indenização de R$ 88 mil por danos morais e materiais a Marlene Maria Alves. Após as condenações iniciais, o ex-médico passou um tempo em sua cidade natal, São José do Rio Preto, em São Paulo, onde morava com sua mãe. e onde passou a construir casas.[3] Penas de prisãoEm 8 de julho de 2009 Caron foi condenado a 30 anos de prisão - 29 anos em regime fechado e um ano em regime aberto - pelas mortes das brasilienses Graziela Murta Oliveira e Adcélia Martins de Souza.[4] Também foi condenado a oito anos de prisão, em regime semiaberto pelo homicídio da advogada Janet Virgínia Novaeis Falleiro de Figueiredo.[5][6] Foragido, foi preso pela Polícia Rodoviária Federal na cidade de Canguaretama, Rio Grande do Norte, no dia 11 de agosto de 2012 próximo a praia de Pipa, onde residia.[7][8] Em agosto de 2013 foi condenado a 13 anos de prisão, em regime fechado, pela morte de Flávia Rosa, mas sua defesa conseguiu converter a pena para 1 ano e três meses por homicídio culposo.[9][10] Referências
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