Marco Simoncelli
Marco Simoncelli (Cattolica, 20 de janeiro de 1987 - Kuala Lumpur, 23 de outubro de 2011) foi um motociclista italiano, campeão mundial na categoria 250cc e que, em 2011, disputou o mundial de MotoGP pela equipe San Carlo Honda Gresini. Era conhecido por apelidos como "Super Sic", na Europa, e "Urso do cabelo duro" no Brasil. Mesmo fora da moto, o italiano de 24 se destacava na multidão, com 1,83m de altura e a cabeleira selvagem que se tornou marca registrada - segundo ele, uma homenagem ao guitarrista Jimi Hendrix. Sua rapidez, estilo e determinação eram reconhecidos entres os pilotos da MotoGP, e o acidente do domingo Malaio encerrou a escala de um dos maiores nomes da nova geração da motovelocidade mundial. CarreiraA carreira de Marco Simoncelli começou nas micro-motos. Foi vice-campeão italiano em 1996 e apesar do tamanho, seguiu nas mini-motos até 2000, conquistando dois tíulos nacionais. No ano seguinte, ele passou a competir na classe 125cc, foi campeão italiano e venceu o campeonato europeu em 2002, ano em que estreou no Mundial, com uma 13ª posição no Grande Premio de Portugal. A primeira temporada completa foi em 2003, com Aprilia, marcando pontos em seis corridas e culminando com um 4º lugar no GP de valência. Em 2004, os resultados foram muitos melhores: duas poles e a primeira vitória, debaixo de chuva no GP da Espanha, em Jerez de La Fronteira. Pouca sorte e muitos tombos o deixaram em 11º no ranking da temporada. Em 2005 ele subiu para 5º, com seis pódios e uma vitória. A boa campanha resultou em uma promoção para as 250cc em 2006, na equipe Gilera, mas a moto não ajudava e ele ficou em 10º no Mundial por dois anos consecutivos. A temporada 2008 havia começado e a Gilera continuava lenta, mas Marco estava disposto a tudo para mostrar o seu valor. Depois de problemas no Catar, vieram dois segundos lugares (Portugal e China) e uma corrida eletrizante na Itália. Na mágica pista Mugello, depois de ultrapassagens e encontrões com os rivais espanhóis Álvaro Bautista e Hector Barberá, Simoncelli chegou ao degrau mais alto do pódio pela primeira vez na categoria. A festa em casa foi tamanha que os dirigentes da equipe enfim conseguiram uma moto competitiva para a final da temporada. Simoncelli retribuiu com mais cinco vitórias e dez pódios, conquistando o título mundial com o 3º lugar em Sepang, mesma pista do acidente fatal de 2011. Pouco antes do início da temporada 2009 Marco aprontou das suas, se machucou em um treino de motocross com o amigo Valentino Rossi e perdeu as duas primeiras etapas do mundial. Mesmo assim, o cabeludo conseguiu seis vitórias e dez pódios, perdendo o título para Hiroshi Aoyama na última etapa do Mundial, depois de um tombo quando liderava. O ex-campeão da 125cc Fausto Grecini o convidou para integrar a equipe satélite da Honda na MotoGP. O primeiro ano foi confuso, com muitos tombos e uma 4ª colocação em Portugal como melhor resultado. Simoncelli tinha tal obstinação em acelerar tudo que parecia não medir as consequências dos próprios atos. Essa vontade alucinada de vencer chamou a atenção da Honda, que ofereceu ao Gresini uma moto de fábrica para Simoncelli, com despesas pagas. O piloto sabia 2011 era tempo de decisão colocou a faca entre os dentes e partiu para a caça ao título mundial. Quinto no Catar; tombo na Espanha quando liderava; discussão com Lorenzo e três tombos em Portugal; a polêmica trombada com Dani Pedrosa, na França, que quebrou a clavícula e perdeu a chance de brigar pelo campeonato...Criticado por alguns e amado por muitos, Simoncelli seguiu com sua estratégia vai-ou-cai; de pole a 6º colocado no GP da Catalunha; tombo na Inglaterra quando estava em 2º e tombo levando Lorenzo junto na Holanda, resultado opacos até o 3º lugar na República Checa, primeiro pódio na MotoGP. Se enganou quem esperava que depois do champanhe checo Marco acertaria o passo. Uma série de quartos lugares o seguiu até a famosa pista australiana de Phillip Island, onde depois de três tombos na mesma curva durante os treinos, Simoncelli andou muito bem e voltou ao pódio, em uma inédita 2º colocação, atrás apenas do herói local Casey Stoner, imbatível em casa a cinco anos e novo campeão do mundo da MotoGP. No domingo seguinte, na pista de Sepang que lhe dera o título das 250cc três anos antes, treinou bem e estava feliz no grid de largada da última corrida da vida dele. Este é o resumo profissional de extravagante Marco Simoncelli, um piloto que preferia o campo às grandes cidades, priorizava a paixão sobre a razão, ouvir em vez de falar. Agressivo e veloz dentro da pista, simples, sincero e brincalhão fora dela. Simoncelli deixa saudades em uma legião de fãs. O craque italiano das pistas morreu do jeito que sempre viveu: em alta velocidade. MorteEm 23 de Outubro de 2011, Simoncelli foi envolvido em uma colisão com o piloto norte-americano Colin Edwards e seu colega italiano Valentino Rossi durante o Grande Prêmio da Malásia de MotoGP, no Circuito Internacional de Sepang. Em quarto lugar durante a segunda volta, a moto de Simoncelli perdeu tração na curva 11 e começou a deslizar para o cascalho, mas os pneus recuperaram a tração e sua moto virou de repente através da pista no caminho de Edwards e Rossi, com Simoncelli pendurado para baixo no lado direito. Simoncelli foi atingido na parte inferior do corpo por Edwards e na cabeça por Rossi, no decurso do qual Simoncelli perdeu o capacete enquanto Edwards foi catapultado de sua motocicleta. A corrida foi imediatamente marcada com bandeira vermelha. Edwards sofreu uma deslocação em um de seus ombros. Simoncelli sofreu ferimentos muito mais graves e foi levado de ambulância para o centro médico do circuito. Às 16:56 hora local, menos de uma hora após o acidente, foi anunciado que ele tinha morrido em consequência de seus ferimentos. Mais tarde, numa conferência de imprensa com os membros da direção da corrida de MotoGP, a diretora médica Michele Macchiagodena disse que Simoncelli sofreu "um trauma muito grave na cabeça, no pescoço e no peito", e foi administrado uma RCR durante 45 minutos.[1][2] Seu corpo foi levado para a Itália, acompanhado por seu pai Paolo, sua noiva Kate Fretti e Valentino Rossi. A família foi recebida pelo presidente do Comitê Olímpico Italiano Giovanni Petrucci, antes de o corpo ser transportado para um teatro em Coriano, Rimini, onde foi colocado em um caixão aberto. Os fãs e visitantes foram autorizados a pagar seus respeitos, em um memorial que incluiu o Campeonato Mundial de 250cc vencedor pela Gilera, além do campeonato de MotoGP de 2011 pela Honda. O seu funeral foi realizado na sua cidade natal no dia 27 de outubro de 2011. Resultados na MotoGP
Referências
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