Maria de La Tour de Auvérnia (em francês: Marie; Turenne, 17 de janeiro de 1601 – Thouars, 24 de maio de 1665)[1][2] foi uma nobre francesa. Ela foi duquesa de Thouars, de La Trémoille, além de princesa de Talmon e Tarento como esposa de Henrique III de La Trémoille. Foi responsável pela renovação do Castelo de Thouars, e era conhecida na sua época como uma figura proeminente defensora do Protestantismo
Os seus avós paternos eram Francisco III de La Tour de Auvérnia, visconde de Turenne e Leonor de Montmorency, que era filha do famoso general Anne de Montmorency, católico, que serviu a cinco reis franceses. Já a sua bisavó paterna, Madalena de Saboia, esposa de Anne, era neta de Filipe II, Duque de Saboia, pela linhagem ilegítima.
Ele teve sete irmãos, entre eles: Juliana Catarina, esposa de Francisco de La Rochefoucauld, conde de Roucy; Frederico Maurício, duque de Bulhão e marido de Leonor Catarina Febronis, condessa de Bergh; Henrique, visconde de Turenne e marido de Carlota de Caumont, senhora de Saveilles, etc.
Em 19 de janeiro 1619, Maria se casou com o primo, Henrique de La Trémoille, 3.º duque de Thouars, filho de Cláudio de La Trémoille, 2.º duque de Thouars e de Carlota Brabantina de Nassau. A noiva tinha 18 anos, e o noivo, 20.
Poucos meses depois da sua instalação no Castelo de Thouars, Henrique permitiu que a esposa voltasse a viver com a sua família em Sedan. No entanto, a duquesa regressou a Thouars e instalou-se nos apartamentos do antigo castelo dos viscondes.[4]
Em 1626, o seu marido encarregou-a da venda das propriedades e, aparentemente, da gestão dos negócios do ducado.[4] Durante os anos de 1625 a 1628, a duquesa pretendeu renovar o castelo medieval de Vitré e reconstruir o de Thouars, obra iniciada em 1638, segundo os planos do arquiteto Jacques Lemercier. Lemercier empreendeu, ao mesmo tempo, a construção do Castelo de Richelieu. Ele também é reconhecido por seu trabalho no Palácio do Louvre e na Capela da Sorbonne, em Paris.[5]
Do local do castelo medieval, apenas se conserva a igreja colegiada. O restante do local foi destruído à medida que a construção avançava, sendo os materiais reaproveitados. A obra estrutural foi concluída apenas no ano de 1645.[5] Com uma fachada com mais de 110 m de comprimento, precedida por um pátio principal rodeado por uma galeria pórtica de 70 m de cada lado, o Castelo de Thouars é um dos mais importantes da França, nesta primeira metade do século XVII.[4] Desde 2013, o castelo também é conhecido como Maison des Illustres (Casa da Ilustre) em sua homenagem.[5]
Apesar da conversão do marido ao catolicismo em 1628, a duquesa permaneceu fiel à religião calvinista, e assumiu o papel de protetora das comunidades huguenotes de Poitou e da Bretanha. Ao longo de sua vida, ela demonstrou uma grande força de caráter. Maria foi uma figura eminente do protestantismo em meados do século XVII, tendo sido, por isso, muitas vezes apelidada de "a papisa dos huguenotes".[5]
Por volta de 1662, a saúde de Maria piorou, mas ela recusou-se a converter-se, apesar da pressão da rainha mãe. Quando morreu, no dia 24 de maio de 1665, num domingo, seu corpo foi levado para a capela ducal de Thouars sem qualquer cerimônia, onde foi enterrado.[5][1]