Medalha Pierre de Coubertin Medalha Pierre de Coubertin é uma honraria esportiva–humanitária concedida pelo Comitê Olímpico Internacional a atletas e pessoas envolvidas com o esporte que demonstrem alto grau de esportividade e espírito olímpico durante a disputa dos Jogos.[1] Ela tem o seu nome em homenagem ao criador dos Jogos Olímpicos modernos, Barão Pierre de Coubertin.
Diferente das medalhas de ouro, prata e bronze, esta medalha - que é toda feita de ouro - não tem relação com o desempenho técnico do competidor, mas com suas qualidades morais e éticas e a demonstração do mais puro espírito esportivo em situações difíceis ou inusitadas acontecidas durante as disputas.
Por este motivo, a medalha é considerada pelo COI como sua mais alta honraria,[2] tendo sido outorgada até hoje apenas a poucas personalidades ligadas ao COI e ao espírito olímpico e a alguns atletas que participaram das Olimpíadas. Três dos agraciados foram condecorados post mortem: o tcheco Emil Zatopek, o alemão Luz Long, e o canadense Richard Garneau.
Lista dos honrados
Premiado
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País
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Evento
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Concedida
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Local
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Eugenio Monti |
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Innsbruck 1964 |
1964 |
Innsbruck, Áustria
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Luz Long |
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Berlim 1936 |
1964 a título póstumo |
Berlim, Alemanha
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Franz Jonas |
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conjunto da obra em prol do olimpismo como presidente da Áustria e patrono do Comitê Olímpico Austríaco |
julho de 1969 |
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Karl Heinz Klee |
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Innsbruck 1976 |
fevereiro de 1977 |
Innsbruck, Áustria
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Lawrence Lemieux |
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Seul 1988 |
setembro de 1988 |
Seul, Coreia do Sul
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Raymond Gafner |
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conjunto da obra em prol do olimpismo |
1999 |
–
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Emil Zatopek |
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conjunto da carreira |
6 de dezembro de 2000 a título póstumo |
Helsinque, Finlândia
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Spencer Eccles |
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Salt Lake City 2002 |
fevereiro de 2002 |
Salt Lake City, EUA
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Tana Umaga |
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2003 Rugby Test Match |
junho de 2003 |
Cardiff, País de Gales
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Vanderlei Cordeiro de Lima |
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Atenas 2004 |
29 de agosto de 2004 |
Atenas, Grécia
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Elena Novikova-Belova |
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conjunto da obra em prol do olimpismo |
17 de maio de 2007 |
Minsk, Bielorrússia
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Shaul Ladany |
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conjunto da obra em prol do olimpismo |
11 de setembro de 2007 |
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Petar Cupać |
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Pequim 2008 |
18 de novembro de 2008 |
Pequim, China
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Ivan Bulaja |
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Pequim 2008 |
18 de novembro de 2008 |
Pequim, China
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Pavle Kostov |
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Pequim 2008 |
18 de novembro de 2008 |
Pequim, China
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Ronald Harvey |
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conjunto da obra em prol do olimpismo |
abril de 2009 |
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Richard Garneau |
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Sochi 2014 |
6 de fevereiro de 2014 a título póstumo |
Sochi, Rússia
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Michael Hwang |
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Incheon 2014 |
14 de outubro de 2014 |
Incheon, Coreia do Sul
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Eduard von Falz-Fein |
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conjunto da obra em prol do olimpismo |
17 de fevereiro de 2017 |
Vaduz, Liechtenstein
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Lv Junjie |
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obra artística de alta qualidade em prol do olimpismo |
16 de janeiro de 2018 |
Lausanne, Suíça
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Han Meilin |
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pela criação das bonecas "fuwa", mascotes de Pequim 2008. Educador ex-perseguido pela Revolução Cultural de Mao Zedong, já recebeu anteriormente o título de Artista Para a Paz da UNESCO. |
24 de abril de 2018 |
Lausanne, Suíça
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- Luz Long aconselhou o seu rival Jesse Owens nas semifinais do salto em distância, evitando que este fizesse um terceiro salto nulo e fosse eliminado. Há de se destacar que o estadunidense Owens era negro, e aqueles Jogos se celebravam na Alemanha Nazista, país de Long.[1]
- Emil Zátopek recebeu a medalha em reconhecimento por sua carreira desportiva, único vencedor dos 5.000 m, 10.000 m e da maratona numa mesma Olimpíada.[1]
- Depois de inteirar-se de que os seus rivais britânicos tinham rompido um parafuso de seu trenó de bobsled, Eugenio Monti lhes emprestou o seu. Enquanto os ingleses ganharam a medalha de ouro, o italiano teve de contentar-se com a de bronze.[3]
- Apesar de ter possibilidades de ganhar medalha, estando em segundo lugar na sua classe Finn durante a regata, Lawrence Lemieux preferiu parar e ajudar a dois velejadores que tinham caído ao mar durante uma tormenta na competição da classe 470 e o barco deles tinha emborcado.[1]
- Raymond Gafner recebeu a medalha em reconhecimento ao seu trabalho em prol do espírito olímpico. Foi um dos fundadores e idealizadores do Museu Olímpico.[4]
- Durante uma partida de rugby contra a seleção de Gales, Tana Umaga deteve-se a prestar primeiros auxílios ao rival Colin Charvis, que se engasgava com o próprio protetor bucal depois de receber um golpe de um neozelandês.
- Spencer Eccles recebeu a medalha em reconhecimento por seu trabalho a favor dos Jogos Olímpicos de Salt Lake City 2002.
- Durante a prova de maratona, a menos de 7 km para o final e quando ia em primeiro lugar, Vanderlei de Lima foi atacado pelo ex-sacerdote irlandês Cornelius Horan. Mesmo após a interrupção, Vanderlei continuou na prova e chegou em terceiro lugar ficando com o bronze. Em nenhum momento reivindicou a medalha de ouro por ter sido atacado durante a prova.[1]
Citações
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“Nash não venceu porque eu dei a ele meu trenó. Ele venceu porque foi o mais rápido.”
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”
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- — Eugenio Monti, quando entrevistado depois de dar seu próprio bobsled aos seus concorrentes, na prova pela qual a equipe britânica acabou vencendo utilizando trenó italiano, nos Jogos Olímpicos de Inverno em 1964. Monti foi premiado com a medalha Pierre de Coubertin por sua esportividade.
“
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“Foi preciso muita coragem para ele ter sido meu amigo na frente de Hitler ... Você pode derreter todas as medalhas e taças que tenho, e que não seria um revestimento suficiente sobre a amizade que eu senti por Luz Long naquele momento."
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”
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- — Jesse Owens depois de ser auxiliado por seu concorrente, Luz Long, nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936. Long recebeu postumamente a medalha por sua desportividade.[5]
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"Eu não poderia ficar com a medalha do Emanuel. Como todos estão dizendo, o meu bronze é de ouro".
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”
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- — Vanderlei Cordeiro de Lima, em 1° de Julho de 2005, depois que o jogador de Vôlei de Praia masculino, Emanuel Rego, que venceu a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, disse que daria sua medalha de ouro a Vanderlei de Lima na televisão.[6]
Referências
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