Mercado de embalagens no BrasilO mercado de embalagens no Brasil é o quinto maior do mundo, tendo realizado US$ 35 bilhões (1,5% do PIB) em vendas em 2014, sendo o Brasil o sétimo maior economia do mundo por PIB nominal.[1][2] O mercado de embalagens inclui a fabricação de materiais de embalagem de matérias-primas, a distribuição de materiais de embalagem para os produtores, o design de embalagens, bem como vários processos de reciclagem. O setor de embalagens tem fortes laços com organizações ambientais e tenta se adaptar às exigências de produção ecologicamente correta. Como resultado deste desenvolvimento, embalagem sustentável emergiu como um mercado promissor para inovações no futuro.[3][4] Desenvolvimento do mercadoPara o período entre 2011 e 2016, o mercado brasileiro de embalagens apresenta um crescimento médio estimado de 6,2%, realizando um valor de vendas de US$ 34 bilhões em 2016, deixando para trás o Canadá e ficando em um nível com a França.[1] O crescimento constante do mercado não é um fenômeno único. O mercado mundial de embalagens está aumentando, o que é devido a uma combinação de vários fatores, como a urbanização crescente, os investimentos no sector da construção e a expansão do sector de saúde.[5] A demanda por tipos de embalagens respeitador do ambiente também tem vindo a aumentar de forma constante desde os anos 2000 e o crescimento resultante da inovação contribui para esta tendência. Além disso, o crescimento rápido dos países BRIC, ao longo da década de 2000, bem como o período pós-crise desempenha um papel importante na tendência de crescimento do mercado mundial de embalagens.[5] Apesar das desacelerações econômicas em 2015 - especialmente na China e no Brasil[6][7] - as maiores taxas de crescimento para o período 2011-2016 podem ser observadas nesses países, com a China, Índia, Brasil e Rússia mostrando taxas de crescimento de 7,9%, 7,7% , 6,2% e 4,9%, respectivamente.[1] As altas taxas de crescimento nesses países podem ser explicadas pelo aumento dos rendimentos pessoais, o que resulta em maior demanda para uma ampla gama de produtos, que por sua vez gera crescimento para os produtores de embalagens destes produtos.[1] Apesar de uma boa Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR, na sigla em inglês), prevê-se que, devido à recessão brasileira de 2014 as vendas de US$ 35 bilhões terão uma diminuição de 2,9% em 2016 para US$ 34 bilhões.[8][9]
Em comparação a 2005, em 2013 o Brasil apresentou um crescimento total de 42% nas exportações de embalagens. Especialmente alumínio e aço exibem um aumento elevado nesse período de nove anos. Em 2013, embalagens de plásticos e de aço foram os tipos mais exportados, com vendas de US$ 268 milhões e US$ 183 milhões, respectivamente, enquanto ambos combinados foram responsáveis por 70% das exportações totais. A única embalagem que foi exportado menos em 2013 do que em 2005 é a madeira, mostrando uma diminuição de 32% a partir de US$ 21 milhões para US$ 15 milhões. No total, US$645 milhões no valor de embalagem foram exportados em 2013.
Geralmente, todas as importações de embalagens têm aumentado entre 2005 e 2013. Os itens mais importados são embalagens de vidro e de aço, exibindo um aumento global de 560% e 384%, respectivamente. As importações de madeira, que aumentaram em 30%, são o único material que mostra um aumento inferior a 200%. Ao todo, o Brasil importou US$ 1,2 bilhões de embalagens em 2013.
Matéria-primaAs matérias-primas que são utilizados a fim de fabricar embalagens variam muito. No entanto, os materiais mais comuns são papelão ondulado e plásticos, que representam a quota de mercado superior a 50% em volume e participação de mercado superior a 40% em valor quando somados. Apesar de representar 15% do volume, vidro só contribui para 4% do valor total de produção. Plásticos flexíveis mostram o contrário, sendo um material extremamente valiosa e representando 22% do valor total enquanto constituindo apenas 3% do tamanho da produção.
Em 2014, dois terços do consumo brasileira de matéria-prima aconteceu no sector alimentar e um terço no setor não-alimentar. Aço, Kraft e duplex/triplex são os únicos materiais que são usados mais como embalagens de alimentos do que vice-versa. Os materiais leves, como alumínio e plásticos flexíveis são utilizados especialmente para produtos alimentares. 90% das embalagens de vidro é projetado para os produtos alimentares, mais precisamente, para cerveja e outras bebidas. Flexíveis e alumínio são os materiais mais valiosos, tendo os rácios de valor/volume mais elevadas entre os materiais da lista. Além disso, o rácio total de valor/volume é maior para alimentos do que para as embalagens de alimentos, indicando um maior volume de negócios total de embalagens de alimentos.
O maior mercado de uso final para as matérias-primas é a indústria de bebidas. Enquanto plásticos e flexíveis representam a maior parte do material usado para bebidas não alcoólicas, bebidas alcoólicas dependem fortemente de metais (sobretudo alumínio para latas de cerveja) e de vidro. Carne e vegetais também dependem muito das embalagens de plástico ou flexibles. O setor agrícola e o setor químico predominantemente usam plásticos rígidos e metais, devido aos seus produtos que requerem embalagens com alta durabilidade. Baixos custos de produção são outro fator bem importante para explicar a popularidade de plásticos e flexíveis no setor de embalagens no Brasil.
Tendências de embalagensUma análise do mercado brasileiro de embalagens revela um conjunto de produtos, cuja popularidade tem vindo a aumentar de forma constante desde final dos anos 2000. Adicionalmente a isso, existem algumas tendências gerais guiando o mercado. Tendências geraisEm seu estudo "Brasil PackTrends 2020" (2012), o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) identificou cinco tendências gerais da indústria de embalagens: 1) conveniência e simplicidade, 2) estética e identidade, 3) qualidade e novas tecnologias, 4) sustentabilidade e ética, e 5) segurança e assuntos regulatórios.[10] Apesar de entregar exemplos do mercado brasileiro, essas cinco tendências não são personalizados para o Brasil, como - para grandes partes - também aplicam à indústria de embalagens em geral. Conveniência e simplicidadeOs consumidores hoje em dia valorizam produtos que facilitam as suas vidas, que são fáceis de manusear e eficiente em termos de tempo. Em termos de embalagens, isto significa que uma embalagem sucedida tem que ser fácil de abrir, fácil de usar, reselável e fácil a descartar. No que diz respeito à alimentação, a popularidade de embalagem que permite uma preparação rápida e simples (por exemplo no micro-ondas) também continua subindo. A embalagem não deve levantar problemas desnecessários qualquer, isso inclui também o projeto da linguagem, ou seja, a embalagem deve usar uma linguagem fácil a entender e gráficos simples, enquanto não sobrecarregar o consumidor com informação. Além disso, embalagens precisam adaptar às mudanças socioeconômicas. Como a urbanização está a aumentar e agregados com uma pessoa estão se tornando muito comum, os produtores têm que fornecer embalagens de alimentos com porções individuais ou embalagem que, por exemplo, permite uma preparação rápida e fácil de refeições no micro-ondas.[11] Estética e identidadeQuando dirigindo para um produto, os consumidores procuram satisfação objetiva, bem como subjetiva. Embalagem adequada pode aumentar a sensação de identificação do consumidor com um produto, por exemplo, pela promoção de um estilo de vida particular ou através da veiculação de alta qualidade, por fazer o produto um símbolo de status. Outro tipo consumidor crucial é aquele que valoriza acima de tudo a saúde e uma qualidade de vida elevada. A proporção de embalagens que propaga benefícios para a saúde e que transmite para o cliente que o produto melhora a saúde está crescendo. Outra tendência envolve embalagens que transformam produtos em colecionáveis, tornando a embalagem mais valioso para o cliente do que o produto em si.[12] Um bom exemplo dessa tendência é a campanha de marketing "Partilha uma Coca-Cola com..." pela Coca-Cola, que foi lançada no Brasil em 2015, quatro anos após a primeira campanha foi lançada na Austrália.[13] Em geral, cores transmitem estética, mas desde os anos 2010 a evolução do mercado brasileiro de embalagens mostra uma preferência crescente de estilos simples. Qualidade e novas tecnologiasO setor de embalagens fornece oportunidades para novas tecnologias, bem como novos tipos de materiais que melhoram a vida útil do produto e a segurança microbiológica. Embalagens ativas e inteligentes podem, por exemplo, absorver o oxigênio e CO2, ou até mesmo aquecer-se. Outros fornecem ao consumidor indicadores sobre a temperatura do produto, o frescor ou o grau de maturação. Avanços também foram feitas no nível nano. Embalagens fazendo uso da nanotecnologia podem criar barreiras a gases, umidade ou radiação UV.[14][15] A nova tecnologia também ajuda a reduzir o peso de produtos. Mesmo assim cresce o uso de biopolímeros como material de base para a embalagem, substituindo os polímeros à base de fósseis. No entanto, novos tipos de embalagem enfrentam problemas como preços mais elevados e, portanto, dificuldades de concorrer com os materiais à base de fósseis que ainda são mais baratos.[16] Sustentabilidade e éticaComo os problemas ambientais como a mudança do clima estão tornando-se mais e mais um desafio prioritário, o mercado de embalagens tem adaptado às novas exigências dos consumidores através de produzir embalagens sustentáveis e por reduzir emissões de carbono. Análises do ciclo de vida e o pensamento ciclo de vida em geral são considerados os melhores instrumentos para calcular os custos ambientais de um produto ou serviço. Sustentabilidade não só é realizado através da utilização de materiais 100% renováveis, mas também, por exemplo, por reduzir o tamanho de embalagens para que possa transportar mais unidades do mesmo produto enquanto diminuindo a pegada de carbono coletiva. Fazer a transição para embalagens sustentáveis também cria um incentivo no cliente de querer identificar com o produto, porque o produto transmite consciência ambiental. No que diz respeito a isso, é importante mencionar o uso crescente de material reciclado em embalagens. Como tem uma maior quantidade de material reciclado, precisa uma boa gestão de resíduos e logística inversa. Isso também promete ser um mercado auspicioso para produtos e serviços inovadores. A fim de evitar Greenwashing, os produtores têm sido ansioso para obter certificação de qualidade por institutos renomados de certificação ambiental, como, por exemplo, o Carbon Trust e o Conselho de Manejo Florestal.[17] Segurança e assuntos regulatóriosA embalagem é crucial para garantir a segurança, qualidade e confiabilidade do produto. Embalagem carrega todas as informações o consumidor pode considerar importante, por exemplo, as instruções de preparação, o valor nutricional, as datas de fabricação e validade e informações produtor. A transferência de contaminantes químicos a partir de materiais em contato com alimentos para alimentar é considerada um assunto importante nos estudos de saúde. Assim, a modelagem matemática e análises em profundidade são utilizados a fim de fazer estimativas sobre o grau dessa chamada migração de contaminantes. Os materiais de embalagem devem conferir com o vasto quadro regulamentar que foi criado pelos legisladores.[18] Em 2000, quatro anos depois de ter tinha adoptado as normas do Mercosul que gerem o uso de materiais em contato com alimentos (MCA), o Brasil isentou todos MCA das exigências de registro do Mercosul, exceto para MCA feita a partir de materiais reciclados.[19] Apesar de ser isentos da política de registo do Mercosul, o MCA importado no mercado brasileiro ainda precisa cumprir todas as resoluções técnicas e legislação brasileira incorporando as resoluções do Mercsosur. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) tem que ficar informada sobre quaisquer importações de MCA.[19] As leis são constantemente a ser revisto, a fim de conferir com o estado dos conhecimentos científicos e técnicos e com os produtos que evoluem constantemente. Junto com o Mercosul, a FDA (o Departamento de Controle de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos), bem como a União Europeia - que aprovou uma legislação harmonizada para os MCA em 2004[20] - ANVISA promove políticas globalmente harmonizadas e regimes para a gestão dos MCA.[21][22] ProdutosStand Up PouchesProvavelmente, a inovação de maior sucesso dos anos 2010, até agora, tem sido o Stand Up Pouch, que é uma bolsa de plástico possuindo um reforço inferior, tornando-o capaz de ficar de pé. Stand Up Pouches são usados principalmente para produtos de alimentação humana, mas também para a alimentação animal, bem como para produtos de beleza. No mercado brasileiro, Stand Up Pouches continuamente sabiam caber em novos nichos do mercado. Enquanto mostrando crescimento enorme (CAGR de 6,1% em volume e 5,8% em valor entre 2011 e 2014), a distribuição de Stand Up Pouches no Brasil ainda está atrás do mercado chileno e do mercado dos EUA. Isso é devido à falta de fornecimento de escala de componentes importantes como nylon e fechos reseláveis, elevando o preço para a produção de Stand Up Pouches num nível mais alta do que nos mercados comparáveis. Entre os dez flexíveis de crescimento mais rápido, Stand Up Pouches ocuparam o terceiro lugar relativamente ao CAGR de volume e o quarto no que diz respeito ao CAGR de valor.[23]
Existem dois tipos comuns de processos de enchimento dum Stand up Pouch, ou seja, "forma, preencha, sela" vertical (VFFS) e "encha, sela" (FS). Considerando que o primeiro utiliza rolos do material de embalagem e máquinas complexas que dão forma a bolsa antes do enchimento e, eventualmente, selá-o, o outro processo utiliza bolsas pré-formadas, bem como duas máquinas separadas para encher e selar a bolsa, respectivamente. Por causa do compromisso de ter um investimento inicial alto, mas custos operacionais baixos, VFFS é mais uma opção longo prazo, e, além disso, útil para a produção de grande quantidade. Porém, como o processo de FS é mais descentralizado do que o processo de VFFS e não depende duma máquina enorme, a probabilidade de sofrer de paragens longas por causa de manutenção é significativamente menor com o processo FS, porque falhas em processos de produção individuais podem ser fixadas mais facilmente.[23] Os produtos típicos que vêm em embalagem Pouch Stand Up são nozes, cereais, alimentos para cães e gatos, sabonete líquido e menores unidades de detergentes para a roupa. Embalagens bioO desenvolvimento da embalagem de base biológica tem sido um objetivo importante para os produtores de embalagens. Em 3 de junho, 2015, Coca-Cola apresentou sua versão de uma garrafa PET 100% reciclável, chamada PlantBottle™ que foi a primeira de seu tipo.[25] Em contraste com PET usual, PlantBottle™ não depende de material à base fóssil. Para poder produzir sua garrafa, o Coca-Cola é fornecido pela empresa brasileira de petroquímica e biopolímeros Braskem, que produz polietileno que é completamente baseada em álcool de cana.[26][27] Além disso, o Tetra Pak anunciou o lançamento de uma caixa 100% renovável para seus produtos lácteos.[28] Através desse conceito de embalagem inovadora ganhou Tetra Pak os prêmios "Melhor caixa ou bolsa" e "Melhor fabrico ou processamento de inovação" nos World Beverage Innovation Awards 2015, bem como um Gold Award no Pro2Pac Excellence Awardss no Reino Unido por "ter desenvolvido a primeira caixa do mundo feita inteiramente a partir de materiais de embalagem renováveis com base em plantas".[29][30][31] Para a produção do seu produto de embalagem sustentável o Tetra Pak também usa bioplásticos baseados em cana-de-açúcar fornecidos pela Braskem.[28] A indústria brasileira de cana-de-açúcar constitui um mercado promissor, bem como uma parte indispensável do mercado de embalagens do futuro. O etanol de cana é produzido em áreas que estão localizados em pelo menos 2000 km de distância da floresta amazônica, ou seja, nas regiões costeiras do Nordeste e na região Sudeste, com 60% da produção total realizada no Estado de São Paulo.[32] Reciclagem no BrasilEm comparação com os países desenvolvidos da OCDE, o Brasil tem uma taxa de reciclagem total relativamente baixa, sendo a 2% do resíduo criado.[35] Como em 2012 apenas 14% dos municípios forneceram coleta seletiva de lixo - com 86% desses municípios localizados ou no Sul ou no Sudeste - o país depende fortemente de catadores.[36] Além disso, apenas 64% da população tem acesso a coleta regular de lixo.[35] No entanto, a situação está a melhorar como o número absoluto de municípios oferecendo coleta seletiva subiu de 443 em 2010 a 766 em 2012.[37][35] Apesar de sua baixa taxa de reciclagem total, o Brasil é o líder mundial na reciclagem de alumínio. Tendo estabelecido uma taxa recorde de reciclagem de alumínio de 98,4%, o país foi capaz de superar seu recorde de 97,1% estabelecido em 2013.[38] A razão principal para a altitude dessa taxa de reciclagem de alumínio são os custos de energia elevadas - que vão continuar a subir por causa dos do aumento de preços hidrelétricas causados pela seca de 2015 - e, consequentemente, as despesas elevadas que estão associadas com a produção de alumínio novo. Entre março de 2014 e março de 2015, o custo da energia aumentou 60% e, como reciclagem de alumínio requer 95% menos energia do que a produção de material novo, as taxas de reciclagem continuavam a subir, enquanto as plantas fundição tiveram que interromper a produção.[39][40] PET é o segundo material mais reciclado no Brasil com 54% de PET total tendo sido reciclado em 2014. No entanto, devido a menores custos de produção esta taxa ainda é muito menor do que o porcentagem de alumínio reciclado. Dado os custos de produção bastante baixos, bem como os processos mais dispendiosos necessários para reciclar o material, plásticos apresentam a menor taxa de reciclagem entre os materiais de embalagem mais comuns. A marca brasileira de cosméticos "Sejaa" serve como um exemplo para produtos que utilizam embalagens recicladas. Sejaa, que foi lançada pela modelo brasileira Gisele Bündchen usa fibras que consistem em 100% de papel pós-consumo reciclado e é certificado pelo Forest Stewardship.[41][42] Outro exemplo seja o fabricante brasileira de papel e celulose Suzano, que, desde 2012, produz cartão feito de resina pós-consumo (PCR) através da extracção de fibras de embalagens longa vida,[43] como caixas de leite.[44] Referências
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