O Movimento Paquistanês pela Justiça (em urdu: پاکستان تحريکِ انصاف ou پی ٹیآئی, Pakistan Tehreek-e-Insaf ou PTI; em inglês: Pakistan Movement for Justice) é um partido político do Paquistão. Foi fundado em 1996 pelo jogador de críquete paquistanês Imran Khan, que serviu como primeiro-ministro do país de 2018 a 2022. O PTI é um dos três principais partidos políticos paquistaneses ao lado da Liga Muçulmana do Paquistão – Nawaz (PML–N) e do Partido Popular do Paquistão (PPP). Com mais de 10 milhões de membros no Paquistão e no exterior, afirma ser o maior partido político do país por adesão primária, bem como um dos maiores partidos políticos do mundo.[3]
Apesar da personalidade popular de Khan no Paquistão, o PTI teve sucesso inicial limitado:[4] não conseguiu ganhar, como um coletivo, um única assento nas eleições gerais de 1997 e nas eleições gerais de 2002; apenas o próprio Khan conseguiu um assento. Ao longo dos anos 2000, o PTI permaneceu em oposição à presidência de Pervez Musharraf, que liderou um governo militar sob a Liga Muçulmana do Paquistão – Quaid (PML-Q) desde o golpe de estado de 1999; também boicotou as eleições gerais de 2008, acusando-as de terem sido conduzidas com procedimentos fraudulentos sob o governo de Musharraf. Quando o PML-Q começou a declinar após a presidência de Musharraf, grande parte de seu eleitorado centrista foi perdido para o PTI. Na mesma época, a popularidade do PPP começou a diminuir após a desqualificação do primeiro-ministro Yousaf Raza Gillani em 2012. Da mesma forma, o PTI atraiu muitos ex-eleitores do PPP, principalmente nas províncias de Punjab e Khyber Pakhtunkhwa, devido à sua postura populista.
Nas eleições gerais de 2013, o PTI emergiu como um grande partido com mais de 7,5 milhões de votos, ocupando o segundo lugar em número de votos e o terceiro em número de assentos conquistados. No nível provincial, foi eleito para o poder em Khyber Pakhtunkhwa. Durante seu tempo na oposição, o PTI, com a ajuda de slogans populares, mobilizou pessoas em comícios sobre a angústia pública em várias questões nacionais.[5] Nas eleições gerais de 2018, recebeu 16,9 milhões de votos; a maior quantia para qualquer partido político no Paquistão. Em seguida, formou um governo nacional em coalizão com outros cinco partidos pela primeira vez, com Khan servindo como primeiro-ministro. No entanto, em abril de 2022, uma moção de censura contra Khan removeu ele e seu governo do cargo no nível federal.
Atualmente, o PTI governa Khyber Pakhtunkhwa e Punjab no nível provincial e atua como o maior partido de oposição em Sindh, além de ter representação significativa no Baluchistão.[6][7]
O PTI declarou que seu foco é transformar o Paquistão em um modelo de estado de bem-estar[8][9] e combater a discriminação contra as minorias religiosas paquistanesas.[10] O PTI se autodenomina um movimento contrário ao status quo, defendendo uma sociedade islâmica centrada no igualitarismo.[11][9] Quanto à política externa, prioriza uma solução permanente para o conflito na Caxemira, se opõe à Guerra ao Terror seguida pelos Estados Unidos[12][13] e defende uma aproximação à Rússia e China. Ademais, afirma ser o único partido não dinástico da política do Paquistão, em contraste com partidos como o PPP e o PML–N.[14]
Desde 2019, o partido tem sido criticado por oponentes políticos e analistas por suas falhas em abordar várias questões econômicas e políticas, particularmente a economia paquistanesa, que foi ainda mais enfraquecida durante a pandemia de COVID-19.[15][16][17] Durante seu tempo no poder, o partido enfrentou uma reação negativa por sua repressão à oposição paquistanesa, bem como pelo aumento da censura por meio de restrições aos meios de comunicação e à liberdade de expressão.[18][19][20]
Resultados eleitorais
Data
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Cl.
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Votos
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%
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+/-
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Deputados
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+/-
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Status
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1997
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8.º
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314 820
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00000000000001.7
|
|
0000000000000000
|
|
Extra-parlamentar
|
2002
|
11.º
|
160 686
|
00000000000000.6
|
1,1
|
0000000000000001
|
1
|
Oposição
|
2008
|
Boicote
|
2013
|
2.º
|
7 679 954
|
00000000000016.9
|
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0000000000000035
|
|
Oposição
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2018
|
1.º
|
16 884 266
|
00000000000031.9
|
15,0
|
0000000000000149
|
114
|
Governo
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Referências
- ↑ Waldman, Peter (2 de dezembro de 1996). «Imran Khan Bowls Them Over With Populist Pakistani Pitch». The Wall Street Journal (em inglês). Consultado em 22 de outubro de 2021
- ↑ Aamir, Adnan (15 de julho de 2019). «Pakistan on the brink of civil dictatorship». Lowy Institute (em inglês). Consultado em 22 de outubro de 2021
- ↑ Malik, Mansoor (31 de outubro de 2012). «PTI marks 'Revolution Day'». DAWN.COM (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Naqvi, Feisal (17 de agosto de 2015). «The End of Ideology – Newsweek Pakistan». Newsweek Pakistan (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ «Ahead of march against Nawaz Sharif, Pakistan bans protest, rallies in Islamabad for two month». Firstpost (em inglês). 27 de outubro de 2016. Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Sethi, Faizan; Khan, Azam (21 de maio de 2013). «Voting positions: PTI won more popular votes than PPP». The Express Tribune (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Raza, Ahsan (28 de maio de 2013). «PTI — the new Left?». The Express Tribune (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ «PTI foundation day: PM recalls mission to make country a welfare state». The Express Tribune (em inglês). 25 de abril de 2020. Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ a b Michaelsen, Marcus (2012). «Imran Khan: Pakistan's Dream Catcher». Qantara.de (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ «Ideology» (em inglês). Movimento Paquistanês pela Justiça. Consultado em 27 de maio de 2023. Arquivado do original em 11 de abril de 2018
- ↑ «'Pakistan's creation pointless if it fails to become Islamic welfare state'». The Express Tribune (em inglês). 27 de junho de 2012. Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ «Imran Khan's Pakistan anti-drone drive halts for night». BBC (em inglês). 6 de outubro de 2012. Consultado em 21 de outubro de 2021
- ↑ «Protesting Pakistanis block NATO supply route». Al Jazeera (em inglês). 23 de novembro de 2013. Consultado em 17 de agosto de 2018
- ↑ Malik, Samia (12 de agosto de 2012). «Behind closed door, PTI facing intra-party woes». The Express Tribune (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ «Imran Khan has had more failures than successes: Aseefa». DAWN.COM (em inglês). 2 de setembro de 2019. Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ «What is Imran Khan's real problem?». The Economic Times (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Khattak, Daud. «Are Imran Khan's Days as Pakistan's Prime Minister Numbered?». The Diplomat (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Aamir, Adnan. «Pakistan on the brink of civil dictatorship | Lowy Institute». The Interpreter (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Hussain, Zahid (31 de julho de 2019). «Perils of authoritarianism». DAWN.COM (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2023
- ↑ Hussain, Zahid (1 de agosto de 2019). «After a year, Imran's PTI is authoritarian, not populist». The Asian Age (em inglês). Consultado em 27 de maio de 2023