O Governo dos Países Baixos utiliza o critério jus sanguinis para determinar a nacionalidade de uma pessoa.[12] O país atribui automaticamente a nacionalidade neerlandesa à uma pessoa desde o seu nascimento, se um de seus pais for neerlandês.[12]
Ex-neerlandeses podem solicitar a nacionalidade neerlandesa, fazendo um pedido no orgão governamental IND.[12] Já os neerlandeses que perderam a nacionalidade podem iniciar o processo de naturalização para obter a nacionalidade de volta.[12]
Por meio do processo de naturalização, um cidadão estrangeiro pode adquirir voluntariamente a nacionalidade neerlandesa.[12] Também é possível adquirir a nacionalidade neerlandesa, desde que cidadãos estrangeiros residam de forma legal nos Países Baixos durante um período mínimo de cinco anos.[12]
Entre os ancestrais dos neerlandeses encontram-se também diversas tribos germânicas, tais como os Batavos, Frísios, Caninefates, entre outros, que habitavam o território dos Países Baixos antes e durante a chegada dos Romanos.[14]
Um estudo genético de 2008 (denominado O Genoma dos Países Baixos) com 205 estudantes espalhados pelo país, revelou os seguintes dados de amostragem:[15][16]
Os neerlandeses são considerados um dos povos mais altos do mundo.[17] A mulher neerlandesa tem, em média, 1,71 m, e o homem, 1,84 m de altura.[17]
Com 2,42 metros de altura, o amsterdamês Albert Johan Kramer (1897–1976), é considerado o homem neerlandês mais alto de todos os tempos.[18][19][20]
Genética
Os maiores padrões de variação genética humana na Holanda mostram fortes correlações com a geografia e distinguem entre: (1) Norte e Sul; (2) Leste e Oeste; e (3) a banda média e o resto do país. A distribuição de variantes de genes para cor dos olhos, metabolismo, processos cerebrais, altura corporal e sistema imunológico mostram diferenças entre essas regiões que refletem as pressões de seleção evolutiva.[21]
As maiores diferenças genéticas na Holanda são observadas entre o Norte e o Sul (com os três principais rios – Rijn, Waal, Maas – como fronteira), com o Randstad mostrando uma mistura dessas duas origens ancestrais. O clino Norte-Sul europeu correlaciona-se fortemente com este clino Norte-Sul holandês e apresenta várias outras semelhanças, como uma correlação com a altura (sendo o Norte mais alto em média), a cor dos olhos azul/castanho (com o Norte tendo mais olhos azuis), e homozigose em todo o genoma (com o Norte tendo níveis mais baixos de homozigose). A correlação com a homozigosidade em todo o genoma provavelmente reflete o efeito fundador serial que foi iniciado com as antigas migrações sucessivas para fora da África. Isso não significa necessariamente que esses eventos (migração para o norte e pressões de seleção evolutiva) ocorreram dentro das fronteiras da Holanda; também pode ser que os europeus do sul tenham migrado mais para o sul da Holanda e/ou os europeus do norte mais para as partes do norte.[21]
As diferenças Norte-Sul provavelmente foram mantidas pela segregação relativamente forte do Sul católico e do Norte protestante durante os últimos séculos. Durante os últimos 50 anos, houve um grande aumento de indivíduos não religiosos na Holanda. Seus cônjuges são mais propensos a vir de um fundo genético diferente daqueles de indivíduos religiosos, fazendo com que indivíduos não religiosos mostrem níveis mais baixos de homozigose genômica do que católicos ou protestantes.[21]
Segundo os dados do CIA World Factbook de 2021, os neerlandeses constituem 77% da população dos Países Baixos.[22]
Os neerlandeses e seus descendentes são encontrados em comunidades migrantes em todo o mundo, principalmente em ilhas caribenhas como Aruba, Saba, São Martinho, Santo Eustáquio e Curaçao, no país sulamericano de Suriname (ex-colônia neerlandesa), na Guiana (país fronteiriço ao Suriname), e em países como Canadá, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia e Estados Unidos (descendentes de imigrantes). Estiveram também presentes no Brasil entre os anos de 1624 até 1654, durante o período conhecido no Brasil como as invasões neerladesas. Ainda existem rastros dos neerlandeses na arquitetura e história do Brasil.[23]
Os neerlandeses retornaram ao Brasil a partir do século XIX, quando um grupo de imigrantes neerlandeses estabeleceram-se no estado do Espírito Santo.[24] Os pioneiros foram seguidos por outros grupos de imigrantes neerlandeses que estabeleceram-se principalmente nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e de São Paulo.[24]
Cultura
A cultura tradicional holandesa engloba vários tipos de comidas típicas, música, danças folclóricas, estilos arquitetônicos e trajes tradicionais.[25] Internacionalmente, pintores holandeses como Rembrandt van Rijn, Vincent van Gogh e Johannes Vermeer são tidos em alta conta.[25]
↑Dutch-born 2001, Figura 3 em DEMOS, 21, 4. Nederlanders over de grens, Han Nicholaas, Arno Sprangers. [1]Arquivado em 11 de junho de 2007, no Wayback Machine.
↑Dutch-born, 2001, Figure 3 in DEMOS, 21, 4. Nederlanders over de grens, Han Nicholaas, Arno Sprangers. [2]Arquivado em 11 de junho de 2007, no Wayback Machine.
↑Baseado na figura dada pelo JA Heese em seu livro Die Herkoms van die Afrikaner (A Origem dos Afrikaners), que afirma que o Afrikaner modernos (em torno de 4,5 milhões) possuem 35% de descendência neerlandesa. «How 'Pure' was the Average Afrikaner?». Arquivado do original em 13 de outubro de 2012 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑210.000 imigrantes desde a Segunda Guerra Mundial, após a imigração havia 120.000 neerlandeses de nascimento residindo no Canadá em 2001. DEMOS, 21, 4. Nederlanders over de grens, Han Nicholaas, Arno Sprangers. [3]Arquivado em 11 de junho de 2007, no Wayback Machine.
↑Wieselgron, M. L. O Brasil em Arquivos Neerladeses,Leiden. CNWS, 2005
↑ abGallas, Fernanda Disperati; Gallas, Alfredo Osvaldo (2012). Holandeses no Brasil: 100 anos de imigração positiva. São Paulo-SP: Queens Book. p. 22-126. ISBN978-85-90866-33-6