Negage[nota 1] é uma cidade e município angolano da província do Uíge.
Em 2014 possuía 92950 habitantes.[1]
O município é constituído pela comuna-sede, correspondente à cidade de Negage, e pelas comunas de Dimuca e Quisseque.[2]
Geografia
O município do Negage também regista o nascimento de importantes bacias hidrográficas na região do Cazanga, como as dos rios Dange e Lucala (esta na verdade uma sub-bacia da bacia do Cuanza).[3] A cidade do Negage é atravessada por um rio de fraco curso longitudinalmente a leste da mesma, o rio Cáua.
História
Na influência da ocupação neerlandesa de Angola, em 1641, a rainha Nginga Mbande, monarca do Reino Unido Ndongo-Matamba, estabelece acordo militar com os neerlandeses,[4] constituíndo um exército poderoso com a aliança militar também com os reinos do Kongo e Kassange, que permite a Matamba uma impressionante expansão territorial de Malanje em direção aos atuais Uíge, Cuanza Norte e Bengo.[4] Este período coincide com o ímpeto da rainha Ginga Mbandi em fixar capital em Sengas de Cavanga (nas proximidades de Negage), para fazer frente ao posto lusitano do Forte de Ambaca, em Camabatela.[4]
Este período de grande expansionismo territorial matambense foi parado pelas forças portuguesas em 1646, quando conseguiram arrasar a capital Sengas de Cavanga,[4] fazendo Matamba retroceder para o território de Malanje,[4] com a capital voltando para Santa Maria do Calaquesse (em terras de Cunda-Dia-Baze).
Em 1961 a região de Negage estava sob domínio da FNLA, no contexto da Guerra de Independência de Angola, com a cidade sendo recuperada no mesmo ano por Portugal. Tornou-se, até 1975, sede do Aeródromo-Base nº 3, da Força Aérea Portuguesa.[5]
Economia
Parte do cinturão agrícola da província uigina, o Negage detém um papel muito importante no setor, graças ao seu solo arável e produtivo a qualquer cultura, sendo mais utilizado no cultivo do café.[6] Existe também a produção de mandioca, milho, feijão, batata doce, banana, ginguba.
Na pecuária, há uma considerável criação de animais para corte e leite, além de uma relevante massa financeira vinda da pesca artesanal.
Um dos principais pólos industriais da província do Uíge, o Negage recebeu uma zona industrial qualificada, com plantas metalúrgicas, farmacêuticas, cerâmicas, de movelaria, moagem e ensacamento de café, etc.;[7] no município há uma fábrica de envasamento água mineral, denominada Cesse.
Infraestrutura
Transportes
O Negage é ligado ao restante do território nacional pela rodovia EN-140, que a conecta ao Camabatela, ao sul, e; ao Bungo, ao norte. Já pela EN-220 é conectada ao Uíge, ao oeste, e; ao Puri, ao leste.
A cidade também é servida pelo Aeroporto de Negage.
Saúde
Tem um hospital com ambulatório e espaço para mais de 40 camas em quartos conjuntos, e dotado de habitações para clínicos, médicos e enfermeiros dentro do perímetro hospitalar.
Assistência religiosa
O Negage tem uma missão de padres capuchinhos, com escola, centro de saúde e uma igreja datada da década de 1970. Todos os centros estão sob coordenação da Paróquia de São José Operário, vinculada à Diocese do Uíge.
Desportos
Na cidade do Negage há dois campos de futebol localizados no bairro da Capopa.
Notas
Ver também
Referências