Nuit (Thelema)Nuit (também Nu, Nut, ou Nuith) é uma deusa do panteão de Thelema, quem dita o primeiro capítulo do Livro da Lei, o texto sagrado supostamente recebido em 1904 por Aleister Crowley; se difere da divindade egípcia Nut, se tratando aqui de uma apropriação sincrética e contemporânea da cosmologia egípcia. Nut é uma deusa do céu egípcia que se inclina sobre o seu marido/irmão, Geb, o Deus da Terra. Ela é normalmente representada como uma mulher nua, coberta por estrelas, e representa o Todo (All, na nomenclatura thelêmica), a pura potência manifesta tanto no universo físico quanto além dele. Deusa de ThelemaDentro do sistema de Thelema, ela é uma das três partes componentes da cosmovisão trinitária, juntamente com Hadit (sua contraparte masculina), e Ra-Hoor-Khuit, o A Criança Coroada e Conquistadora. Ela tem vários títulos, incluindo a "Rainha do Espaço Infinito", "Nossa Senhora das Estrelas", e "Senhora do Céu Estrelado". Nuit representa o círculo infinitamente expandido, cuja circunferência é incomensurável e o centro está em toda parte (considerando que Hadit é o infinitamente pequeno ponto dentro do núcleo de cada coisa). De acordo com a doutrina Thelêmica, é a interação entre esses dois princípios cósmicos que cria o universo manifesto, de forma semelhante à concepção gnóstica de sizígia. Algumas citações[1] do primeiro capítulo do Livro da Lei (Liber AL vel Legis; as traduções foram feitas por Marcelo Ramos Motta, conhecido como Frater Ever): "Todo homem e toda mulher é uma estrela." (AL I:3). "Aparecei, ó crianças, sob as estrelas, & saciem-se de amor!" (AL I:12). "Pois eu estou dividida pela graça causa do amor, pela chance de união." (AL I:29). "39. A palavra da Lei é θελημα. 40. Quem nos chama Thelemitas não errará, se ele olhar bem perto na palavra. Pois nela há Três Graus, o Eremita, e o Amante, e o homem da Terra. Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei." (AL I:39-40). "Pois vontade pura, desembaraçada de propósito, livre do desejo de resultado, é toda a via perfeita." (AL I:44). "Invoque-me sob minhas estrelas! Amor é a lei, amor sob vontade." (AL I:57). "Eu dou alegrias inimagináveis na terra: certeza, não fé, enquanto em vida, sobre a morte; paz indizível, descanso, êxtase; nem eu exijo nada em sacrifício." (AL I:58). Na obra O Equinócio dos Deuses (cap. 7, seção 6),[2] Crowley fala de Nuit, comparando com o Cristianismo:
As citações que seguem são os comentários de Crowley sobre o Livro da Lei.[3]
MitologiaNa mitologia Egípcia, Nut era a deusa do céu. Ela é a filha de Shu e Téfnis. O deus solar Ra entrou em sua boca após o pôr do sol na noite e renasceu de sua vulva na manhã seguinte. Ela também engoliu regorgitou as estrelas; era uma deusa da morte, e sua imagem está no interior da maioria dos sarcófagos. O faraó entrou no corpo após a morte, e mais tarde foi ressuscitado. Na arte, Nut é representada como uma mulher nua, coberta de estrelas e segurada por Shu; oposto a ela (o céu), está seu marido, Geb; com ele, ela era a mãe de Osíris, Horus, Isis, Set e Nephthys.
Veja tambémReferênciasFontes
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