Operações Garra-Águia e Garra-Tigre
As operações conjuntas Garra-Águia e Garra-Tigre (ou também Operações Garra de Tigre e Garra de Águia[3]; em turco: Pençe-Kartal Operasyonu e Pençe-Kaplan Operasyonu) foram operações externas das Forças Armadas Turcas no norte do Iraque.[4] Ocorreram nas montanhas de Qandil, distrito de Sinjar e Makhmur, contra alvos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), como parte dos conflitos curdos-turcos e curdos-iranianos em andamento. Garra-Águia, a campanha aérea, começou em 15 de junho de 2020. Garra-Tigre, a campanha terrestre, foi lançada em 17 de junho.[5] AntecedentesComo parte das negociações de paz de 2013-2015, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão concordou em transferir a maioria de seus combatentes para as montanhas do Curdistão iraquiano. As Forças Armadas Turcas também estabeleceram bases no Iraque, o que provocou condenação regional e internacional. O conflito reacendeu mais uma vez em junho de 2015, acompanhado pelo envolvimento turco na Guerra Civil Síria e perseguição de partidos curdos na Turquia.[6] Operação Garra-ÁguiaAs Forças Armadas Turcas bombardearam Sinjar e destruíram vários campos do PKK perto das aldeias Yazidis. De acordo com os moradores, havia temores de limpeza étnica e genocídio por parte do Estado turco contra os Yazidis.[7] O governo turco alegou que caças destruíram cavernas nas montanhas Qandil usadas pelo PKK.[8] Os ataques aéreos também alvejaram a área próxima do campo de refugiados de Makhmour,[9][10] que abriga milhares de refugiados curdos turcos que fugiram do conflito na década de 1990,[11][12] bem como aldeias Yezidi em Sinjar.[7] O Ministério da Defesa Nacional da Turquia divulgou um vídeo dos ataques aéreos, alegando que 81 alvos foram destruídos.[13][14] Em 25 de junho, um ataque de drone matou um [15] ou dois [16] combatentes do PKK do lado de fora de uma loja em Kuna Masi, ao norte de Sulaymaniyah, e feriu seis civis próximos no mercado (dois homens, duas mulheres e duas crianças).[15] Quatro dos feridos encontravam-se em estado grave no Hospital Qalachwan.[16] Operação Garra-TigreEm 17 de junho, as forças terrestres turcas lançaram uma operação terrestre na região de Haftanin, no Curdistão iraquiano. Unidades da Brigada de Montanha e Comando de Hakkari e da 1.ª Brigada de Comando foram transportadas por via aérea através da fronteira Iraque-Turquia.[17] Cooperação iranianaEm 16 de junho, os militares iranianos bombardearam a área de Choman nas montanhas Qandil,[1] um ataque supostamente coordenado com os ataques aéreos turcos simultâneos.[2] Acredita-se que a colaboração materializa alianças conhecidas entre a Turquia e o Irã.[18] Reações domésticasIraqueO parlamento da região do Curdistão criticou os ataques[19] enquanto o Iraque exigiu que a Turquia parasse de violar o espaço aéreo iraquiano e aterrorizar a população na área.[20][21] Em agosto de 2020, o Iraque cancelou uma reunião ministerial e convocou o embaixador turco, pois o país culpou a Turquia por um ataque de drone que matou dois oficiais militares iraquianos de alto escalão. As autoridades o chamaram de "ataque de drone turco flagrante" na região autônoma curda no norte do Iraque.[22] Reações internacionaisPaíses membros da ONUEm junho de 2020, a Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos acusou a Turquia de ameaçar famílias yazidis que tentavam voltar para suas casas no Sinjar. A Turquia rejeitou as alegações.[23] Organizações internacionaisA Liga Árabe condenou a operação baseada na violação do espaço soberano do Iraque.[24] A Turquia criticou a declaração, alegando que o próprio PKK afeta a soberania do Iraque.[25] ProtestosProtestos condenando os ataques aéreos foram realizados na província de Duhok[26], mas também em vários países da Europa.[27][28] Em Londres, um manifestante curdo forçou um carro que transportava Boris Johnson a parar para aumentar a conscientização sobre a situação dos curdos no Curdistão iraquiano.[29] Ver tambémReferências
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