Os Vapores da NoiteOs Vapores da Noite (em francês: Les Vapeurs de la nuit; também chamada Ann Anaonn, ombres des marais, légende de Cornuaille[1]) é um título que pode se referir a duas pinturas homônimas do pintor bretão Yan' Dargent:[2] uma pintura a óleo exposta no Salão de Paris em 1863 e que atualmente está no Museu de Belas Artes de Quimper.[3] A outra, uma pintura feita em c. 1896, nos últimos anos de vida do artista,[4] exposta no Museu de Belas Artes de Lyon.[5] Contexto da obraNa França, no século XIX, os historiadores românticos coletaram e publicaram canções populares. Entre estas estão canções bretãs chamadas gwerziou. Nessas canções, a justiça terrena é considerada ineficaz e a justiça divina é apresentada como verdadeira justiça, às vezes exercida com a ajuda dos próprios falecidos.[6] Yan' Dargent se enquadra neste contexto sociohistórico, tendo se inspirado em canções presentes em obras como as de Hersart de la Villemarqué e de Emile Souvestre,[1] ou em lendas ouvidas por ele desde a infância em sua terra natal.[7] O tema da obra é Anaon (as almas dos mortos, em bretão). Outra pintura do artista que também se inscreve nesse folclore é Les lavandières de la nuit,[8] feita em 1861 e cuja réplica de 1888 está conservada.[2] A originalidade da tradição bretã reside no diálogo entre os falecidos e os vivos.[9] Críticas descritivas“Sombras cinzentas sobem em direção ao céu, sombras febris, sombras de pesadelo, e toda a paisagem ao seu redor é pesada e sinistra” (Jean Tribaldy).[10] "Esta tela tem uma gama de tons muito suaves; as sombras das formas brancas e vaporosas erguem-se dos pântanos, como uma névoa, enquanto a estrela da noite lança sobre a paisagem uma luminosa claridade; o assunto é tratado nesta nota poética que o velho pintor bretão, tão conhecido na nossa região, sabe inserir todos os temas com que se depara" (Eugène Hoffman).[11] AnaonOs Anaon (as almas dos mortos na língua bretã) eram muito presentes na vida e no imaginário dos bretões do século XIX. No ano, eles consideravam que havia três períodos em que todos os mortos de cada região se encontravam: na véspera de Natal, véspera de solstício de verão e véspera de Todos os Santos. Na noite do Dia de Todos os Santos, véspera do Dia de Finados, todos os falecidos viriam visitar os vivos.[9]
Referências
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