Pandoravírus
Pandoravírus ou vírus gigante é um gênero de vírus muito grande, com genomas muito maiores do que os de qualquer outro tipo conhecido de vírus (mais de 200 nanômetros[2]). Tal como os de outros vírus muito grandes o mimivírus e o megavírus, o pandoravírus infecta amebas, mas seu genoma, contendo 1,9 a 2,5 megabases de ADN, está na ordem de duas vezes maior que o megavírus e difere enormemente de outros grandes vírus na aparência e na estrutura genética [3] Ao contrários dos vírus normais, visíveis apenas por meio de microscópio eletrônico, os pandoravírus são observáveis através de microscópios óticos.[2] HistóricoO primeiro desses vírus foi descoberto no ano de 2003, com a descrição do mimivírus; mas o termo pandoravírus somente veio a ser cunhado dez anos depois, com a descoberta de outro espécime nos pântanos de Tunquén, no Chile, com o vírus salinus; segundo o professor da Universidade de Aix-Marselha, Bernard La Scola, o nome se deu "em referência à 'caixa de Pandora', uma caixa misteriosa da qual se fala na mitologia grega. Foi chamado assim porque seu genoma codifica 80% de proteínas completamente desconhecidas que compõem esse tipo de vírus, o que faz dele uma caixa cheia de surpresas".[2] A descoberta do pandoravírus, por uma equipe de cientistas franceses liderados por Jean-Michel Claverie e sua esposa Chantal Abergel, foi anunciada em um relatório na revista "Science" em julho de 2013. [4] O mimivírus, com um tamanho de genoma de cerca de 1,1 megabase, foi descoberto em 1992, mas não foi reconhecido como um vírus até 2003 [5]. O megavírus, descoberto em 2011, tem um tamanho de genoma de cerca de 1,3 megabase [6]. A descoberta de megavírus induziu uma busca por outros tipos de vírus grandes infectantes de ameba, o que levou à descoberta de dois tipos de pandoravírus, um na água do mar extraída da costa do Chile, com um tamanho de genoma de 2,5 megabase, o outro na água de uma lagoa de água doce na Austrália, com o tamanho do genoma 1,9 megabase. [4] Descrição e dúvidas de classificaçãoOs pandoravírus têm um tamanho de cerca de 1 mícron e a forma parecida com a de uma gota, assemelhando-se a alguns tipos de bactérias. Seus genomas contém mais de 100 genes distintos e são radicalmente diferentes dos de quaisquer outros organismos conhecidos. [7] Estudos realizados em 2020 identificaram que muitos desses vírus eram capazes de produzir uma membrana, o que somente seria possível de o vírus fosse capaz de produzir sua própria energia (o que faria com que viesse a deixar de ser caracterizado como vírus); os vírus gigantes também são atacados por outros vírus menores, o que reforçaria essa hipótese de que seria capaz de produzir sua própria energia; a suspeita foi reforçada com a descoberta de que os pandoravírus possuem um "gradiente elétrico"; nas palavras do professor La Scola, "A produção de energia está associada ao mundo celular vivo, mas certamente não a vírus que, por definição, não são considerados seres vivos, porque parasitam um organismo e exploram seu metabolismo energético para se replicar".[2] Assim, essa categoria poderia pertencer a uma nova classificação biológica, ainda inexistente; muitos cientistas, contudo, se mantêm céticos quanto a isso.[2] Referências
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