Panteão Nacional Nota: Para o Panteão Real, veja Panteão da Dinastia de Bragança.
O Panteão Nacional, criado por Decreto de 26 de setembro de 1836,[1] encontra-se instalado em Lisboa, na Igreja de Santa Engrácia, desde 1 de dezembro de 1966.[2] É ainda reconhecido o estatuto de Panteão Nacional, sem prejuízo da prática do culto religioso, ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, e ao Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra.[3] Antes da conclusão das obras da Igreja de Santa Engrácia, de 1836 a 1966 o Panteão Nacional ficou instalado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Em 2022, registou 146.070 entradas, sendo um dos monumentos mais visitados do país.[4] HistóriaObjetivoO Panteão Nacional destina-se a homenagear e a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao País, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade. As honras do Panteão podem consistir na deposição, no Panteão Nacional, dos restos mortais dos cidadãos distinguidos ou na afixação, no Panteão Nacional, de lápide alusiva à sua vida e à sua obra.[3] A ideiaA decisão de "panteonizar" ilustres figuras portuguesas não é recente. Em 1836, o então ministro Passos Manuel decreta a edificação de um Panteão Nacional mas sem local ainda escolhido. O objetivo na época seria dignificar os heróis que se sacrificaram na Revolução de 1820 e reerguer a memória coletiva para grandes homens entretanto caídos no esquecimento, como Luís de Camões. Para a memória coletiva dos portugueses, no entanto, o Mosteiro dos Jerónimos, o Mosteiro da Batalha ou mesmo São Vicente de Fora (com os sepultamentos de muitos dos Bragança e dos cardeais-patriarcas de Lisboa) permaneceram durante muito tempo como os verdadeiros panteões portugueses do que aquele que viria a ser definido oficialmente mais tarde.[5] Igreja de Santa Engrácia (Lisboa)A Igreja de Santa Engrácia localiza-se na atual freguesia de São Vicente (subdivisão de São Vicente de Fora), em Lisboa, Portugal. Ainda incompleto, passa a ter o estatuto de monumento nacional em 1910 e depois a função de Panteão Nacional com a Lei n.º 520, de 29 de abril de 1916.[5][6] Foi aberto ao público com esse estatuto depois de concluídas as suas obras a 1 de dezembro de 1966 com missa inaugural presidida pelo Cardeal Cerejeira e na presença do Presidente da República Américo Tomás e do Presidente do Conselho Oliveira Salazar. Estilisticamente é considerado o primeiro monumento barroco no país, é coroado por um zimbório gigante (construção moderna segundo projeto de Luís Amoroso Lopes) e o seu interior está pavimentado com vários tipos de mármore colorido. HistóriaO actual templo situa-se no local de uma igreja erguida em 1568, por determinação da Infanta D. Maria,[5] filha de D. Manuel I, para receber o relicário da virgem mártir Engrácia de Saragoça e por ocasião da criação da freguesia de Santa Engrácia. Essa antiga igreja fora construída no local de um templo de meados do século XII[7] mas foi severamente danificada por um temporal no ano de 1681. A primeira pedra do actual edifício é lançada no ano seguinte, em 1682. As obras perduraram tanto tempo que deram azo à expressão popular "obras de Santa Engrácia" para designar algo que nunca mais acaba. A igreja só foi concluída em 1966, 284 anos após o seu início, por determinação expressa do governo da época,[5] após avanços e recuos na sua construção e até ter servido de armazém de armamento do Arsenal do Exército e de fábrica de sapatos nos séculos XIX e XX. Aliada à dita expressão popular, também está ligada uma outra história. Nos registos da paróquia local, há referências ao 'Desacato de Santa Engrácia', ocorrido a 15 de janeiro de 1630, envolvendo o jovem Simão Pires Solis.[7] Conta-se que era cristão-novo e foi acusado de roubar o relicário de Santa Engrácia.[7] Simão fora denunciado ao Tribunal do Santo Ofício pelos vizinhos das redondezas, uma vez que era frequentemente visto à noite perto daquela zona. Não querendo revelar os verdadeiros motivos que o faziam estar tantas vezes à noite ali por perto, e apesar de se declarar inocente, fora condenado à fogueira no Campo de Santa Clara, a 31 de janeiro de 1631.[8] Antes de morrer, e ao passar pela Igreja de Santa Engrácia, lança-lhe uma maldição, dizendo "É tão certo morrer inocente como as obras nunca mais acabarem!“. Só mais tarde é que o verdadeiro assaltante é identificado e percebido o motivo pelo qual Simão nada dissera de concreto em sua defesa: estava enamorado de uma jovem fidalga, Violante, freira no Convento de Santa Clara, próximo a Santa Engrácia, e tinham pretendido fugir juntos naquela noite uma vez que o seu relacionamento era proibido pelo pai da moça.[7] Breve cronologia
VisitasEntre 2008 e 2014, o número de visitantes foi sempre acima dos 50 mil, tendo ultrapassado os 100.000 a partir de 2015:
Honras de PanteãoCenotáfios
Túmulos
Lápides
Honras de Panteão históricasOriginalmente pensado para o Mosteiro de São Vicente de Fora, onde se encontra o Panteão da Dinastia de Bragança e o Panteão dos Patriarcas de Lisboa, de 1836 até 1966 o Panteão Nacional ficou alojado no Mosteiro dos Jerónimos. Nestes dois mosteiros encontram-se túmulos de personalidades a quem o Parlamento concedeu Honras de Panteão. Túmulos no Mosteiro dos Jerónimos
Túmulos no Mosteiro de São Vicente de ForaNo século XIX o Parlamento concedeu Honras de Panteão a dois estadistas liberais, os Marechais Duque da Terceira e Duque de Saldanha, que por especial ordem régia foram trasladados para o Panteão Real da Dinastia de Bragança.
Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa)O Mosteiro dos Jerónimos foi fundado em 1495 pelo Rei D. Manuel I. Aí foi instalado o novo Panteão Real da Dinastia de Avis. Neste mosteiro foram sepultados os Reis, Príncipes e Infantes da Dinastia de Avis durante e após o reinado do fundador. De 1836 a 1966 o Panteão Nacional ficou instalado no Mosteiro dos Jerónimos. Durante 130 anos aí foram concedidas as Honras de Panteão previstas aquando da criação do Panteão Nacional em 1836. Após a conclusão das obras da Igreja de Santa Engrácia, em 1966 ocorreu a trasladação solene para o Panteão Nacional de vários homenageados que anteriormente estavam sepultados no Mosteiro dos Jerónimos. Permaneceram contudo túmulos históricos de várias personalidades, algumas das quais foram homenageadas com cenotáfios no Panteão Nacional. Em 2016 foi oficialmente reconhecido o estatuto de Panteão Nacional ao Mosteiro dos Jerónimos. Reis de Portugal
Rainhas
PríncipesInfantesPatriarcas de Lisboa
Mosteiro de Santa Cruz (Coimbra)O Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, foi fundado em 1131 pelo Arcediago D. Telo, D. João Peculiar e S. Teotónio (primeiro Prior do Mosteiro e primeiro Santo de Portugal), com o patrocínio de D. Afonso Henriques, 1.º Rei de Portugal. Nele foi instalado o primeiro Panteão Real de Portugal. Aí se encontram os túmulos de D. Afonso Henriques e do seu filho e sucessor D. Sancho I, bem como das suas consortes, as Rainhas D. Mafalda de Sabóia e D. Dulce de Aragão. Os actuais túmulos de D. Afonso Henriques e de D. Sancho I datam de 1515, quando por ordem de D. Manuel I de Portugal, durante a sua visita a Coimbra, os primitivos túmulos medievais foram substituídos por túmulos ricamente decorados em estilo manuelino. O reconhecimento da dignidade de Panteão Nacional ao Mosteiro de Santa Cruz, aprovado em 2003, destina-se à prestação de honras ao primeiro Rei de Portugal e seus sucessores aí sepultados.[29] Reis de Portugal
Rainhas
Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Batalha)Reis de Portugal
Rainhas
Referências
Ligações externas
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