Praça-forte de Almeida
A Praça-forte de Almeida, ou Fortaleza de Almeida, localiza-se na vila, na freguesia e no município de Almeida, no Distrito da Guarda, em Portugal.[1] A Fortaleza de Almeida integra a Rota das Fortalezas Abaluartadas da Raia[2] (RFAR), uma rota turística integradora dos conjuntos monumentais de Almeida, Marvão, Valença e Elvas. Em junho de 2024, foi entregue formalmente à Comissão Nacional da UNESCO a candidatura das Fortalezas Abaluartadas da Raia (FAR).[3] A Praça-forte de Almeida está classificada como Monumento Nacional desde 1928.[4] HistóriaAntecedentesDa Guerra da Restauração aos nossos diasA actual estrutura remonta ao século XVII, no contexto da Restauração da independência, quando, revalorizada a sua posição estratégica, foi transformada em uma poderosa Praça-forte. Iniciadas em 1641 pelo Governador das Armas da Província da Beira, Álvaro Abranches, as suas obras monumentais só estariam concluídas no final do século XVIII com o Conde de Lippe. Estrutura chave durante os repetidos conflitos sucessórios no século XVIII, no contexto da Guerra Peninsular foi entregue por ordem governamental ao exército napoleónico sob o comando do General Jean-Andoche Junot em fins de 1807. Devolvida ao domínio de Portugal, foi novamente cercada por tropas francesas, agora sob o comando do general André Masséna (agosto de 1810). Sob o fogo da artilharia inimiga, o paiol de pólvora explodiu arrasando o velho castelo medieval e parte da vila, matando e ferindo mais de quinhentas pessoas. As brechas abertas nas muralhas pelo impacto da explosão forçaram capitulação da praça que passou a ser guarnecida pelos franceses. Poucos meses mais tarde, sofreria novo sítio, agora por tropas inglesas. Acuados, os defensores franceses conseguiram se retirar, explodindo a praça atrás de si. No século XIX, durante o período das Guerras Liberais (1832-1834), mais uma vez a Praça-forte de Almeida foi palco de confrontos pela sua posse, que se alternou entre Absolutistas e Liberais, tendo as suas casamatas servido como prisão para mil e quinhentos prisioneiros políticos. No século XX, apenas em 1927 é que a fortaleza deixou, definitivamente, de exercer funções militares. O conjunto encontra-se classificado como Monumento Nacional pelos Decretos 14.985, publicado em 3 de fevereiro de 1928, e 28.536, publicado em 22 de março de 1938. Destaca-se no interior da praça, o Quartel das Esquadras, os alicerces do antigo Castelo de Almeida, a Torre do Relógio, o Picadero d'El Rey, a Pousada, a Casa da Roda, o edifício dos Paços do Concelho (antigo Quartel da Artilharia), o Museu Histórico-Militar de Almeida (casamatas) e o Centro de Estudos de Arquitectura Militar (CEAMA). Em Agosto de 2009, no âmbito das comemorações anuais do Cerco de Almeida (1810), foi inaugurado o Museu Histórico-Militar de Almeida (MHMA), nas antigas casamatas, ocupando sete salas, cada uma dedicada a um tema, desde a pré-história, a Guerra da Restauração, a Guerra dos Sete Anos, as Guerras Peninsulares, a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) até à Primeira Guerra Mundial. Almeida faz parte da rede de Aldeias Históricas de Portugal. CaracterísticasA fortificação, em estilo Vauban, apresenta planta no formato estrelado irregular, com seis baluartes intercalados por seis cortinas com revelins, num perímetro abaluartado que atinge dois mil e quinhentos metros (650.000 m² de superfície). Destacam-se:
São acessíveis pelos fossos:
O acesso à Praça faz-se por duas portas duplas, acedidas por pontes de alvenaria, defendidas por revelins, abertas em túnel, com abóbadas à prova de bomba, encimadas pelas armas reais:
Destacam-se ainda:
Essas defesas são complementadas por canhoneiras, plataformas, e flancos de bastiões. As muralhas são revestidas de cantaria e cercadas por fossos (doze metros de profundidade com dez de largura mínima e sessenta e dois de máxima) e caminhos cobertos. Uma Praça de Armas, esplanadas, quartéis para tropas, paióis, depósitos e oficinas completam o conjunto monumental. Referências
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