O Prêmio da Música Brasileira (PMB) é uma importante premiação musical brasileira criada em 1987 por Zé Maurício Machline. Seu objetivo é valorizar a diversidade e a riqueza da música brasileira, reconhecendo artistas de diferentes gêneros e estilos. A premiação busca destacar a contribuição de músicos e compositores para a cultura brasileira, promovendo a apreciação e o reconhecimento de talentos em todo o país.
Desde 1993, com exceção de 2002 e 2009, é realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes e tradicionais palcos culturais do Brasil. Ao longo de sua história, o PMB tem homenageado grandes nomes da música brasileira e se consolidado como um evento de prestígio no cenário cultural do Brasil. A cada edição, são premiados artistas em diversas categorias, refletindo a ampla gama de expressões musicais presentes no país.
A premiação foi inicialmente conhecida pelos nomes de seus patrocinadores, sendo chamada de Prêmio Sharp, Prêmio Caras e Prêmio TIM de Música, até adotar a denominação atual.
História
Criação e primeiros anos
O Prêmio da Música Brasileira foi idealizado por José Maurício Machline, também conhecido como Zé Maurício, em 1987. Machline, um apaixonado por música, televisão, teatro e literatura, criou o prêmio visando valorizar a diversidade e a riqueza da música brasileira.[1] Ele buscava incentivar a descoberta de novos talentos e promover encontros produtivos entre as várias tendências da música contemporânea brasileira, procurando a mais alta qualidade em todas as vertentes musicais.[2][1]
Inicialmente patrocinado pela Sharp Corporation, foi conhecido como Prêmio Sharp de Música Brasileira desde sua primeira edição, em 1988 (referente ao ano anterior, 1987), até 1998.[3][2] Em 1995, a Sharp também criou um prêmio para excelência no teatro brasileiro.[3] No entanto, em 1999, quando o Prêmio Sharp de Música iria para sua 12ª edição e o Prêmio Sharp de Teatro para sua 5ª edição, a crise econômica mundial impediu a realização da cerimônia.[4] A lista dos vencedores foi divulgada, mas os premiados receberam apenas um prêmio simbólico, sem a tradicional festa de entrega.[5][4] O prêmio não foi realizado em 2000 e 2001.[6]
Retorno, novos patrocínios e nomenclatura
Em 2002, a premiação foi transformada em Prêmio Caras, patrocinado pela revista Caras.[7] No ano seguinte, tornou-se o Prêmio TIM de Música, com patrocínio da operadora telefônica TIM, que durou até 2008.[8] Em 2009, o prêmio teve produção independente e contou com o apoio da classe artística brasileira. A partir dessa edição, a premiação adotou o nome definitivo de Prêmio da Música Brasileira.[2] Em 2010, manteve o mesmo nome, com patrocínio da empresa Vale.[9][10]
Pausa, renovação e novas categorias
O Prêmio da Música Brasileira passou por uma pausa após a edição de 2018 devido a dificuldades financeiras e à falta de patrocínio, o que impossibilitou a realização do evento nos anos seguintes.[11] No entanto, em 2023, o PMB retornou com inovações significativas para refletir a evolução da música e da sociedade.[12][13]
Entre as mudanças, novas categorias foram criadas para tornar a premiação mais inclusiva e representativa. A categoria "Intérprete" foi introduzida como substituição das categorias "Cantor" e "Cantora", permitindo a inclusão de pessoas não-binárias.[14] Além disso, a categoria anteriormente conhecida como "Pop/Rock/Reggae/Hip Hop/Funk" foi dividida em duas: "Pop/Rock" e "Música Urbana". A nova categoria "Música Urbana" abrange não apenas reggae, hip hop e funk, mas também incorpora gêneros como trap e música eletrônica, refletindo a diversidade e a inovação presentes na cena musical contemporânea.[15]
Em 2024, foram introduzidas categorias voltadas para o gênero sertanejo, reconhecendo a crescente popularidade e importância desse estilo musical no Brasil. As novas premiações são "Melhor Intérprete – Sertanejo" e "Melhor Lançamento – Sertanejo".[16]
Nova divisão de categorias e restrições
O Prêmio da Música Brasileira (PMB) anunciou mudanças para a edição de 2025, incluindo novas categorias como funk, trap, reggae e música romântica. A categoria "Música Urbana" foi dividida em "Funk", "Rap/Trap" e "Reggae", enquanto "Pop/Rock" foi separada em "Pop" e "Rock".[17] "Canção Popular/Sertanejo" agora tem subcategorias: "Canção Popular", "Canção Romântica" e "Sertanejo".[18]
Essas mudanças visam uma avaliação mais justa dos gêneros musicais, refletindo a popularidade e importância de estilos como funk e trap.[19] Além disso, músicas produzidas ou interpretadas por inteligência artificial e fonogramas com vozes de artistas falecidos estão proibidos, garantindo a autenticidade das obras.[20]
O prêmio
O Prêmio da Música Brasileira tem, de acordo com seus criadores, dois objetivos: premiar a imensa variedade de manifestações musicais do país, incentivando a descoberta de novos talentos, e propiciar encontros produtivos entre as várias tendências da música contemporânea, buscando a mais alta qualidade em todas as vertentes da nossa música.[2]
A votação para o PMB é realizada por um júri composto por profissionais da música, críticos e jornalistas especializados. Os indicados são selecionados com base em sua contribuição para a música brasileira no ano anterior à premiação. A eleição do premiado em cada categoria se baseia estritamente no mérito artístico de cada artista e/ou obra.[2]
A cerimônia de entrega dos prêmios é tradicionalmente realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes palcos culturais do país. Durante o evento, são realizadas apresentações musicais que celebram a obra de artistas homenageados e destacam a diversidade musical brasileira.[21]
Cada edição da premiação apresenta um artista de destaque da nossa música como homenageado, celebrando sua contribuição para a cultura musical brasileira.[22] A partir de 2003, o prêmio passou a premiar, alternadamente, um artista vivo e um já falecido, garantindo que tanto os talentos contemporâneos quanto os legados históricos sejam reconhecidos e valorizados.[22]
O Conselho Diretor do Prêmio da Música Brasileira é responsável pelo estabelecimento das diretrizes fundamentais do Prêmio, pela solução de dúvidas e omissões, pela seleção dos jurados, bem como pelo voto de minerva para eventuais desempates. O Conselho também é responsável pela indicação do homenageado do ano.[2]
↑Não houve cerimônia de entrega nessa edição, devido ao cenário de incerteza na área econômica causado pela desvalorização do real em 1999.[5]
↑Maria Bethânia havia sido escolhida como homenageada da 12.ª edição. No entanto, devido ao cancelamento da premiação, ela não recebeu a homenagem naquela ocasião. Posteriormente, ela foi homenageada na 26.ª edição.[24]