Pupunha
Bactris gasipaes (Kunth) é uma espécie de palmeira multicaule da família Arecaceae, cujo fruto é conhecido por pupunha ou babunha. A espécie é nativa da região amazônica, onde é conhecida popularmente pelos nomes pupunheira e pupunha-verde-amarela.[1] Uma planta da família Arecaceae (antiga Palmae, da carnaúba, babaçu e açaí)[2], da qual se aproveitam diversos aspectos: frutos e palmito como alimento; palhas em cestaria e em cobertura de habitações; flores como tempero; estipe em artesanato e construções; e as amêndoas para extração de óleo.[3] Pode crescer até 20m, frutificando grandes cachos em cinco anos em condições naturais, reduzindo à metade o tempo em condições especiais de cultivo.[1] É há séculos consumida como alimento pelas populações nativas da América Central até a Floresta Amazônica. Etimologia"Pupunha" é oriundo do tupi pu'puña.[2][3] CaracterísticasOs frutos alaranjados são ricos em proteínas, amidos e vitamina A, frequentemente consumidos depois de cozidos em água e sal, ou na forma de farinha ou óleo comestíveis.[1] Contudo, também podem ser matéria-prima para a fabricação de compotas e geleias. Dos resíduos, faz-se ração animal.[1] Existe uma grande variedade de aves que se alimentam da pupunheira silvestre, principalmente as araras, os papagaios e os periquitos (Psittacidae), os quais, ocasionalmente, podem ser espécies endêmicas com risco de extinção. Composição por 100 g de polpa (mesocarpo):
No Brasil, essa planta também pode ser destinada para a indústria palmiteira porque apresenta características agronômicas adequadas. O mercado interno brasileiro de palmito é cerca de cinco vezes maior do que o externo, que, no entanto, apresenta uma demanda crescente, devido ao crescento uso do produto na culinária internacional. O cultivo da pupunha é economicamente importante também para a Costa Rica. Pragas e doençasPragas: Ácaro (Tetranychus mexicanus), formiga saúva (Atta spp.), broca-do-olho-do-coqueiro (Rhynchophorus palmarum), broca-das-raízes (Strategus aloeus). Doenças: Antracnose (Colletotrichum gloeosporioides), helmintosporiose (Helminthosporium sp.), podridão-do-broto (Phytophora sp.), mancha-parda (Mycospharella sp.), podridão-branca (Monilia sp.). Vantagens comerciaisA pupunheira apresenta uma série de vantagens para produção de palmito.As principais vantagens para a exploração comercial de palmito da pupunheira são:
Além disto, os frutos da pupunheira também podem ser aproveitados para a preparação de sucos, sorvetes e consumidos cozidos em água e sal, tendo sabor semelhante ao milho verde. O palmito de pupunheira, tem sabor agradável, macio, nutritivo e baixo teor calórico. Além disso, é rico em fibras e minerais, como potássio, cálcio e fósforo, vitaminas e aminoácidos importantes, podendo fazer parte das dietas com restrições calóricas, podendo ser consumido ao natural, cozido em água com sal e limão, assado ao forno ou em churrasqueiras e, mais tradicionalmente, na forma de conserva. Design SustentávelA pupunha também é aproveitada na confecção do compensado de pupunha, utilizado na produção de objetos de design e decoração. Trata-se de um compensado obtido a partir de ripas do estipe da palmeira, prensadas horizontalmente com adesivo de base vegetal. A parte aproveitável do estipe da pupunha para a confecção do compensado é a região periférica, considerada como material lenhoso de alta densidade e rigidez, alcançando um acabamento final de altíssima qualidade devido a sua superfície lisa, proporcionada pela sua textura fina. É uma palmeira amplamente utilizada na produção do palmito sustentável. Tal produção exige uma demanda contínua de sementes e mudas, originárias de matrizais (grandes áreas de cultivo de palmeiras). Quando atingem maior idade, devido às grandes alturas e à diminuição da produção, que geram aumento dos custos, os produtores são forçados a manejar a touceira para dar lugar ao estipe em frutificação. Esse processo gera como resíduo um volume elevado de estipes, de onde é fabricado este material, desenvolvido pela Fibra Design Sustentável, através da parceria com a ESDI-UERJ (Escola Superior de Desenho Industrial, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ). Em 2005, este material recebeu um dos mais importantes prêmios de design do mundo – iF Awards - na categoria de novos materiais. O compensado foi consagrado com o prêmio máximo: o troféu Gold. Além de ter sido o único representante da América Latina entre os premiados de sua categoria, foi a primeira vez, em mais de 51 anos de existência do prêmio, que uma instituição de ensino recebeu tal premiação. Consagrado devido representar uma excelente alternativa (não-madeireira) ao desmatamento das florestas nativas para obtenção de madeira. Agregando valor a um resíduo da agroindústria e permite a ampliação do ciclo de vida da espécie. Com isso apresenta uma nova alternativa de renda para os pequenos produtores rurais, e estimula a produção do palmito de Pupunha ono Brasil, ajudando a preservar outras espécies nativas de palmeiras, que vêm sofrendo com anos de exploração predatória. Ver tambémReferências
Bibliografia
|