Os crentes no qi o descrevem como uma força vital, cujo fluxo deve ser desimpedido para a saúde. O qi é um conceito pseudocientífico não verificado,[3][4] que nunca foi observado diretamente e não está relacionado ao conceito de energia usada na ciência[5][6][7] (a própria energia vital é uma noção científica abandonada).[8]
Etimologia
O significado etimológico do ideogramaqi ("氣") na sua forma tradicional mais conhecida é uma imagem do "vapor (气) subindo do arroz (米) enquanto este é cozido". É, frequentemente, traduzido como "ar" ou "respiração". Por exemploː o termo chinês que significa "respiração" é tiānqì, ou a "respiração do céu".[9]
Uma das mais importantes figuras da mitologia chinesa é Huang Di, ou o Imperador Amarelo. Ele é considerado um herói cultural que teria vivido há 5 000 anos atrás e que coletou e formalizou muito do que subsequentemente se tornou conhecido como medicina tradicional chinesa. A compreensão do conceito de qi é um fundamento desta forma de medicina tradicional.[1]:14
Apesar de o conceito de qi ser muito importante em diversas filosofias orientais, sua descrição é variada e inclui aspectos conflitantes entre as diferentes versões. Algo natural considerando-se os milhares de anos, os diversos países e grupos sociais que participam da elaboração desta tradição.
Uma questão significativa é a de se o qi existe como uma força separada da matéria, se o qi surge a partir da matéria, ou se a matéria surge do qi. Alguns budistas e taoístas acreditam que a matéria é uma ilusão, chamada maya, ensinando que a matéria é somente uma projeção limitada do qi, ou seja, do verdadeiro Ser interior. Os neoconfucionistas assumem outra posição: criticam a noção de que o qi exista separado da matériaː eles acreditam que o qi emerge das propriedades da mesma. A maioria das teorias do qi como uma metáfora das propriedades físicas fundamentais do universo foi sistematizadas e promulgadas nos últimos milhares de anos pelos neoconfucionistas e transmitidas com o apoio das dinastias chinesas.
A maior parte dos ensinamentos de alquimia chinesa, tais como os presentes no Tai Chi Chuan, Qi Gong, PaKua e outros, reconhecem que o Qi é um tipo de energiametafísica que circunda, permeia e existe na natureza e em todos os seresː ou seja, o qi é o "sopro de energia universal" existente em tudo e em todos.
A teoria da Medicina Tradicional Chinesa afirma que o corpo tem padrões naturais de qi que circulam por canais denominados meridianos em Português. Não é possível entender completamente o conceito de qi da medicina tradicional chinesa sem compreender, também, o conceito de yin e yang, já que os teóricos da medicina tradicional chinesa, como Zhang Zai (1020-1077 EC) e Xun Kuang (313-238 AEC), consideravam o qi como uma coisa material e imaterial ao mesmo tempo, com a capacidade de se manifestar de diferentes formas, dependendo apenas de sua tendência para yin ou para yang.[12]
Sintomas de diversas doenças são atribuídos a bloqueios, desequilíbrios e rupturas no movimento da energia vital através dos meridianos, assim como às deficiências e desequilíbrios do qi nos vários órgãos e vísceras Zang Fu. A Medicina Tradicional Chinesa, geralmente, procura aliviar estes desequilíbrios ajustando a circulação do Qi no corpo empregando diversas técnicas terapêuticas, como:
os treinamentos físicos como o qigong, o Tai Chi Chuan e outras artes marciais chinesas que incluem o conceito de Chi entre seus princípios filosóficos, desenvolvendo o qi tanto para a autodefesa como para assegurar a saúde física e mental;
a massagem Tui Na como método efetivo para desfazer bloqueios e revigorar o paciente;
e a acupuntura, como método para redirecionar ou equilibrar o qi através de finas agulhas de metal inseridas na pele.
Visão científica
A existência de qi não pôde ser comprovada cientificamente.[3] Uma declaração de consenso de 1997 sobre a acupuntura pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos observou que conceitos como qi "são difíceis de conciliar com as informações biomédicas contemporâneas".[13]
↑ abCANÇADO, J. C. L. Do-Inː Livro dos Primeiros Socorros. Terceira edição. Rio de Janeiro. Editora Ground Informação. 1977.
↑Clear, Richard (2007). Chi Energy. Activation, Cultivation and Flow (em inglês). Maryville: Clear Silat. p. 2-5. ISBN0981616704
↑ abcLee, M. S.; Pittler, M. H.; Ernst, E. (1 de junho de 2008). «Effects of reiki in clinical practice: a systematic review of randomised clinical trials». International Journal of Clinical Practice (em inglês). 62: 947–54. ISSN1742-1241. PMID18410352. doi:10.1111/j.1742-1241.2008.01729.x
↑Stenger, Victor J. (1 de junho de 1998). «Reality Check: the energy fields of life». Skeptical Briefs. Committee for Skeptical Inquiry. Consultado em 25 de dezembro de 2007. Cópia arquivada em 11 de dezembro de 2007 "Despite complete scientific rejection, the concept of a special biological fields within living things remains deeply engraved in human thinking. It is now working its way into modern health care systems, as non-scientific alternative therapies become increasingly popular. From acupuncture to homeopathy and therapeutic touch, the claim is made that healing can be brought about by the proper adjustment of a person's or animal's 'bioenergetic fields.