Sinais de rádio modulados em AM e FM. Amplitude modulada (AM) e frequência modulada (FM) são dois entre os tipos possíveis de modulação. O sinal elétrico, que contém a informação, é "misturado" a uma onda portadora de frequência específica, e depois transmitido. No caso de AM, a mistura (modulação) significa alterar a amplitude da onda portadora no tempo, de acordo com o sinal original. No caso de FM, a frequência da portadora é alterada, em função do sinal original. Um receptor de rádio tem um circuito eletrônico demodulador, que extrai o conteúdo original do sinal e, assim, recompõe a informação original.
Rádio AM é o processo de transmissão através do rádio usando modulação em amplitude. É transmitido em várias bandas de frequência. Foi por oitenta anos o principal método de transmissão via rádio. Caracterizado pelo longo alcance dos sinais, a modulação em amplitude está sujeita a interferências de outras fontes eletromagnéticas.[1][2][3][4]
História
As primeiras transmissões utilizando a modulação em amplitude iniciaram-se em 1906 por Reginald Fessenden. Até a Primeira Guerra Mundial era utilizada para transmissão de músicas e recados diversos. A situação modificou-se com o surgimento das rádios comerciais, que deram início à "Era de Ouro do Rádio", que foi da década de 20 até os anos 50.
No Brasil as primeiras transmissões AM surgiram com a emissora de Roquette-Pinto, que em 1923 fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Em 1936 a rádio transformou-se em Rádio Ministério da Educação, que propaga o ensino à distância. Hoje, essa emissora se chama Rádio MEC, e pertence à EBC (antiga Radiobrás).
As transmissões em amplitude modulada foram fundamentais na vida do brasileiro em meados do século XX. As emissoras de longo alcance, como a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a Super Rádio Tupi, Rádio Globo e a Rádio Record, que atingiam quase 100% do território nacional ajudaram a propagar os times cariocas e paulistas de futebol por todo o Brasil. Recentemente, diversas rádios AM passaram a transmitir sua programação também em FM.
Migração de rádio do AM para o FM no Brasil
Com o problema de interferências[5]nos grandes centros urbanos e a produção cada vez menor de aparelhos com recepção de sinal AM, em 2013 o governo federal começou a estudar a possibilidade de migração dessas estações para os atuais canais 5 e 6 de televisão analógica, isso se tornou possível com a implantação da televisão digital for implantado em todas as capitais e regiões metropolitanas do Brasil até 28 de novembro de 2018, a Rádio Capital de São Paulo foi a primeira a migrar para a faixa E-fm[6]. Projetos similares já deram certo em países como os Estados Unidos e México.[7]
Em 7 de novembro de 2013, foi assinado o decreto 8139[8] que permite a migração às emissoras de rádio que operam na faixa de Ondas Médias migrarem para a faixa FM.[9] As emissoras não são obrigadas a aderir ao processo, porém as que optarem por fazer terão que fazer o pagamento da diferença de outorga e desligar os canais de Onda Média em até 180 dias (emissoras contempladas no "Dial Convencional")[10] ou 5 anos (para emissoras que forem para o "Dial Estendido" Decreto 8139, Art.8º § 1º, Paragráfo 1º), esses prazos, para o devolução do canal conta - se a partir da publicação da autorização do uso de radiofrequencia no Diário Oficial. O preço da diferença de outorga foi definido pela portaria nº 6467/2015, Anexo IIII, e os valores foram estipulados conforme a população do município de outorga, potência da emissora e seis subclasses (de A a F), corrigidos pelo IPCA.[11] No dia 23 de setembro de 2021, foi publicado o Decreto 10.804, que permite as emissoras parcelarem o valor da diferença da Outorga em até 120 parcelas corrigidas pela taxa SELIC,[12] a medida poderá acelerar não só o processo de Migração entre as faixas, mas também o surgimento de novas FM´S, onde ainda exista viabilidade técnica.
A Rádio Progresso de Juazeiro do Norte, foi a primeira emissora a fazer a migração do AM para o FM no país. A solenidade que marcou a mudança de faixa ocorreu em 18 de março de 2016, às 20h30, na sede da emissora, e contou com a participação do ministro das Comunicações, André Figueiredo.[13]Segundo o portal tudoradio.com, até 21 de Novembro de 2023, cerca de 1.015 (57%) das 1.765 emissoras AM (1.781 menos 4 emissoras AM do Grupo Globo, desligadas em 1° de setembro de 2018,[14] a Rádio Guarathan de Santa Maria, Rio Grande do Sul,[15] a Rádio Rural de Porto Alegre,[16] a Rádio Gazeta de São Paulo, que foi desligada em 28 de janeiro de 2019[17]), Rádio Terra de Santos, São Paulo, Rádio Metrópole de Salvador, Rádio Globo de São Paulo, desligada em 10 de fevereiro de 2020,[18]Rádios Gaúcha, Liberdade, Princesa e Farroupilha de Porto Alegre, desligadas em 31 de julho de 2021[19], a Rádio Clube do Pará, que teve sua concessão de Onda Média cassada[20], porém utilizou de uma manobra arrendando a concessão pertencente a Fundação Boas Novas, a Rádio Clube de Recife, encerrou suas transmissões de 08 de Dezembro de 2023, haviam concluído o processo de migração para FM (média de 1 emissora a cada 3,11/dia).[21][22]
No dia 22 de fevereiro de 2024, o Ministério das Comunicações divulgou no portal "Painel da Radiodifusão" que, até aquela data, 1 671 emissoras haviam solicitado a mudança e 1 207 (71%) já haviam concluído a migração.[23] O dial convencional (que corresponde à faixa de 87,5 MHz a 107,9 MHz) abrigará pelo menos 1.403** emissoras.[24] A faixa estendida de FM, que surgiu a partir do aproveitamento dos canais 5 e 6 da TV analógica, corresponde às frequências de 76,1 a 87,3 MHz, e abrigará cerca de 363** emissoras, Já conta com 34 Emissoras Ativas ( dados de 14/11/2023[25]). A regulamentação para a destinação dos canais 5 e 6 da TV Analógica para o uso do FM Estendido se deu através da Consulta Pública 24/2019 da ANATEL.[26] Em Agosto de 2023, o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, declarou que em breve, o Governo Federal editará um novo Decreto, agora para a Migração das Emissoras de Ondas Curtas e Tropicais para FM.[27]O respectivo decreto, nº 11.739 de 18 de Outubro de 2023, especifica que a Migração facultativa das faixas OC e OT, será facultativa, exclusivamente para a faixa de FM- Estendido (76,1 a 87,3 MHZ), e serão obrigadas a devolver os canais de Ondas Curtas e Tropicais 1 ano após a migração[28],.
**Respectivas quantidades, podem não refletir a atual realidade, visto que eles refletem o total de canais liberados até agosto de 2021.
Ondas curtas - 2.3 MHz–26.1 MHz,(2300 kHz-26100 kHz) divididas em quinze bandas, apresentam longo alcance, atingindo milhares de quilômetros porém entre média, alta e baixa qualidade em analógico. Atualmente as ondas curtas estão sendo digitalizadas em vários países com o DRM.[29][30]
↑[Apagão no AM de Porto Alegre: RBS e Rede Pampa desligam emissoras. CBN segue ativa «tudoradio.com - Grupo RBS anuncia investimentos de R$ 63 milhões para modernização de rádio e televisão e interrupção das transmissões em AM - Rádio News»] Verifique valor |url= (ajuda). tudoradio.com. Consultado em 21 de julho de 2021