Relações internacionais da RússiaAs relações internacionais da Rússia são as políticas adotadas pela Federação Russa com relação à sua interação com as demais nações, seus cidadãos e suas organizações. História
Vladimir Putin foi Presidente da Rússia de janeiro de 2000 até maio de 2008, tendo sido reeleito em 2012.[1] Em assuntos internacionais, Putin assumiu posições altamente críticas à política externa dos Estados Unidos e outras potências ocidentais. Em fevereiro de 2008, na Conferência de Segurança de Munique, Putin criticou o que ele próprio denomina "domínio monopolista dos Estados Unidos nas relações globais", e afirmou que tal país "usa de extrema força" nas relações internacionais.[2][3] Putin propôs certas iniciativas, tais como o estabelecimento de centros internacionais de enriquecimento de urânio e a prevenção da militarização do espaço.[2] Em janeiro de 2007, Putin afirmou que seu governo é favorável a um governo mundial multipolirizado e que defenderia o fortalecimento do sistema de lei internacional.[4] Enquanto Putin é frequentemente caracterizado como um autocrata pela imprensa ocidental, sua boa relação com o ex-Presidente norte-americano George W. Bush, o ex-presidente brasileiro Lula da Silva, o venezuelano Hugo Chávez e o italiano Silvio Berlusconi, entre outros, são tidas como relações de amizade particular. A relação de Putin com a Chanceler alemã Angela Merkel, no entanto, é tida como "mais fria" e "de negócios" pela imprensa internacional. Nos eventos seguintes aos Ataques de 11 de setembro de 2001, Putin concordou em estabelecer bases militares na Ásia Central antes e durante a Invasão ao Afeganistão. Nacionalistas russos, porém, se opuseram à qualquer tipo de interferência norte-americana na região que outrora havia integrado a União Soviética. A oposição também exigiu que Putin mantivesse as forças militares estrangeiras fora dos territórios dos países vizinhos. Durante a crise do desarmamento do Iraque em 2002 e 2003, o governo Putin não foi favorável à Invasão do país sem uma autorização explícita do Conselho de Segurança das Nações Unidas em utilizar força militar. Após término do conflito ter sido oficialmente anunciado, o presidente George W. Bush solicitou sanções sobre o Iraque. Neste último caso, Putin foi favorável com a condição de que fosse delegado tempo suficiente à comissões das Nações Unidas para investigar o uso de armas de destruição em massa.[5] Relações multilateraisOTAN e União EuropeiaA Rússia é membro da Comunidade de Estados Independentes (CEI), União da Rússia e Bielorrússia, Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, Conselho Euro-Atlântico e da Parceria para a Paz. Em maio de 1997, a Rússia compôs com a OTAN um acordo de cooperação mútua para a segurança e desenvolvimento de relações diplomáticos com os demais membros da organização; à época, o acordo foi visto como um importante passo à formação da estrutura de segurança internacional da Europa. Este acordo foi ampliado para o Conselho OTAN-Rússia, acordado durante a cimeira de Reykjavík e revelado na cimeira de Roma, em maio de 2002.[6] Em 24 de junho de 1994, a Rússia e a União Europeia assinaram um acordo de parceria e cooperação. Antigas repúblicas soviéticasAs repúblicas estrangeiras que integraram a União Soviética são denominadas "estrangeiros próximos". Mais recentemente, líderes russos têm se referido aos quinze países coletivamente como "Espaço pós-Soviético", assegurando também a política estrangeira russa na região. Em 1991, após a dissolução da União Soviética pelas lideranças da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia, a Rússia tentou consolidar as relações com estas nações através do estabelecimento da Comunidade de Estados Independentes (CEI). Nos anos seguintes, a Rússia iniciou uma série de tratados e acordos com os Estados pós-soviéticos para solidificar as relações da CEI. Contudo, muitos destes acordos não foram firmados e alguns dos membros da organização passaram a distanciar-se politicamente.[7] Uma questão importante foi a permanência de cidadãos russos em países do "estrangeiro próximo". Esta questão têm sido tratada de várias maneiras por cada um dos países envolvidos. A presença destas populações têm levantando alguns problemas internos nas proximidades nas fronteiras russas, como a Ucrânia e o Cazaquistão, com alguns destes cidadãos russos propondo a anexação russa destas regiões. De um modo geral, no entanto, os russos do "estrangeiro próximo" não apoiam a intervenção de seu país em questões dos países vizinhos, ainda que em defesa de interesses da população russa. Além disso, os três Estados bálticos (Estônia, Letónia e Lituânia) assinalaram seu desejo de permanecer fora do raio de influência russo, o que têm sido refletido pela sua adesão à OTAN e a entrada na União Europeia em 2004.[8] Existem elos culturais, étnicos e históricos entre Rússia, Bielorrússia e Ucrânia. A tradicional perspectiva russa é de que este países constituem um mesmo grupo étnico, sendo os russos auto-denominados "Grandes russos", bielorrussos denominados "Russos brancos" e ucranianos conhecidos como "Pequenos russos". Isto se manifesta em pequenos níveis de nacionalismo nesta áreas, particularmente Bielorrússia e Ucrânia, durante a dissolução da União Soviética. Contudo, poucos ucranianos aceitam o status de "irmão menor da Rússia" e os esforços russos de intervir nas políticas domésticas ucranianas são contestados pelos demais países. Um relatório divulgado pela Chatham House em junho de 2015 afirma que a Rússia usou de "uma ampla série de medidas hostis contra seus vizinhos", incluindo cortes de energia, embargos comerciais, uso subversivo das minorias russas, atividade cibernética maliciosa e relações de conflito congelado,[9][10] apesar desta organização ter vínculo com empresas de energia concorrentes[11][12] e seu administrador ser ex-dono da empresa de petróleo russa Yukos[13] Organizações internacionaisA Rússia é um membro permanente, o que lhe garante o poder de veto, do Conselho de Segurança das Nações Unidas.[14] Antes de 1991, a União Soviética era um Estado-membro das Nações Unidas. A Rússia ocupou o lugar da U.R.S.S. em todos os organismos da ONU, seguindo à sua dissolução. A Federação Russa é membro ativo de inúmeros organismos do Sistema das Nações Unidas, incluindo a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança (como já foi citado anteriormente); também integra a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura e a UNCTAD; faz parte da UNESCO e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Algumas das organizações internacionais nas quais a Federação Russa está presente:[15] Organização das Nações Unidas • Comunidade de Estados Independentes (CEI) • Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) • Organização de Cooperação Econômica do Mar Negro (CEMN) • Conselho de Estados do Mar Báltico • Organização Mundial do Comércio (OMC) • Conselho da Europa • Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) • Grupo dos 20 (G20) • Organização para a Cooperação Islâmica • Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) • Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) • Organização Mundial da Saúde (OMS) • Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) • BRICS • Fundo Monetário Internacional Relações bilateraisA Rússia possui uma ampla estrutura de instituições diplomáticas, como embaixadas e consulados. Ao longo da história russa, é notável sua atuação na Europa Oriental, Oriente Próximo e nos Estados que uma vez integraram a União Soviética. O governo russo também esforça-se por manter e ampliar os laços comerciais com o mundo em desenvolvimento, o que é tido por especialistas como um resquício da era da Guerra Fria.
Mediação em conflitos internacionaisA Rússia desempenha um papel significativo na mediação dos conflitos internacionais e têm atuado particularmente na promoção da paz após o conflito com o Kosovo. Em 2008, o Ministro do Exterior russo declarou que a OTAN e a União Europeia estariam considerando usar força para evitar que os sérvios deixassem o Kosovo em decorrência da sua declaração de Independência em 2008.[20] A Rússia é um copatrocinador das negociações de paz do Oriente Médio e apoia as iniciativas das Nações Unidas nos conflitos no Golfo Pérsico, Camboja, Angola, Iugoslávia e Haiti. A Rússia é um membro fundador do Grupo de Contato e também membro do G8. Em novembro de 1998, o país juntou-se à Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) e têm fornecido apoio tático à OTAN nas operações na Bósnia. Referências
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