Síndrome metabólicaSíndrome metabólica é um termo médico para designar o conjunto de fatores de risco fortemente relacionados com o desenvolvimento de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC) e Diabetes mellitus tipo II... Afeta cerca de 34% dos adultos e está cada vez mais frequente em crianças e adolescentes. Também está associado com um risco aumentado de doenças renais (como pedra nos rins), fígado gorduroso, apneia do sono, ovários policísticos e de edema periférico (inchaço nas pernas ou braços).[1] DefiniçãoEmbora existam diferentes critérios para o diagnóstico da síndrome metabólica (OMS, NCP, EGIR), os critérios para adultos são 3 ou mais dos seguintes sintomas[2]:
Em crianças e adolescentes os valores variam conforme a idade e sexo. CausasAs causas do desenvolvimento da síndrome metabólica são complexas, e quase sempre múltiplas, e não se encontram ainda completamente esclarecidas. Dentre as principais causas estão[2]:
Todos esses sintomas encontram-se estritamente relacionados. Uma má dieta e o sedentarismo frequentemente levam, por um lado, a um aumento dos níveis de colesterol que se deposita na parede dos vasos, uma condição designada aterosclerose; e por outro a obesidade. A obesidade encontra-se intimamente relacionada com um aumento da resistência periférica à insulina, que leva a hiperglicemia e pode evoluir para diabetes tipo 2, além de aumentar o nível de triglicerídeos e de colesterol em circulação. A hiperglicemia, e outras alterações típicas da diabetes vão causar dano adicional à parede das artérias e veias, potenciando a aterosclerose na crescente obstrução dos vasos, que irá condicionar um aumento da pressão sanguínea (hipertensão) ou um agravamento desta.[4] DiagnósticoVários critérios foram criados para fazer o diagnóstico de síndrome metabólica. Em 2005, a American Heart Association e o National Heart, Lung and Blood Institute fizeram uma revisão de anteriores critérios.[5][6] Estabelece-se o diagnóstico de síndrome metabólica quando o doente tem em conjunto 3 ou mais dos seguintes critérios:
A hiperuricemia prediz o desenvolvimento de SM, resistência à insulina, hipertensão e diabetes.[7] TratamentoO principal e mais eficaz “tratamento” para a síndrome metabólica e complicações associadas passa por uma ampla mudança nos hábitos de vida, nomeadamente uma alimentação mais saudável e prática de exercício físico regular com perda do excesso de peso, deixar de fumar e moderar o consumo de álcool. Como os factores encontram-se interligados, a melhoria de um dos aspectos da síndrome metabólica pode levar a uma melhoria global de todo o quadro clínico.[8] Neste caso, entende-se como "alimentação mais saudável" evitar alimentos com Índice Glicêmico elevado, ou seja, evitar açúcares simples, farinhas refinadas e raízes intensamente cozidas. Deve-se substituir a carne vermelha por carnes magras ou soja, queijos amarelos por queijos mais brancos, leite integral por leite desnatado e evitar a gema do ovo e frituras. A preferência deve ser frutas, sementes e legumes várias vezes por dia.[8] Tratamento farmacológico pode ser necessário caso a mudança na rotina não seja suficiente. Os níveis de colesterol saudável são tratados com estatinas, fibratos ou ácido nicotínico. A pressão arterial elevada é tratada com diuréticos ou inibidores da ECA. Hiperglicemia é tratada com metformina, injecções de insulina ou ambos. [8] Baixas doses de aspirina podem ajudar a reduzir o risco de coágulos de sangue, especialmente para as pessoas cujo risco de doença cardíaca é alta. Caso os medicamentos não sejam suficientes pode ser necessário fazer uma cirurgia bariátrica (redução de estômago).[9] Referências
Ligações externas |