Transporte de passageiros e de mercadorias por via férrea
A Sociedade Estoril, igualmente conhecida como Sociedade de Turismo, foi uma companhia portuguesa que foi responsável pela exploração da linha férrea de Lisboa a Cascais entre 1918 e 1976.
História
Formação
Foi formada em 1905 por Fausto de Figueiredo, com a finalidade de dinamizar as potencialidades turísticas da região do Estoril.[1]
Actividade
Em 7 de Agosto de 1918O foi assinado um contrato de arrendamento entre a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e a Sociedade Estoril, concedendo a esta última a exploração da Linha de Cascais durante um período de cinquenta anos.[2] A Sociedade Estoril também seria responsável por fazer as obras necessárias para a introdução de comboios eléctricos.[3]
Em 19 de Março de 1920, os ferroviários da empresa entraram em greve, para obter aumentos salariais, e em 4 de Fevereiro de 1922 voltaram a organizar uma greve, como protesto pelo despedimento de onze trabalhadores, que contestaram a lei das oito horas de trabalho.[4]
A tracção eléctrica da Linha de Cascais foi inaugurada em 15 de Agosto de 1926, tendo sido a primeira linha ferroviária em Portugal a adoptar a tracção eléctrica.[5] No entanto, a tracção eléctrica só foi aplicada definitivamente a 22 de Dezembro do mesmo ano.[6] Neste período, a Sociedade Estoril era considerada uma das mais modernas em termos ferroviários no país, devido ao seu material circulante, técnicas utilizadas e exploração.[7]
A 1 de Janeiro de 1943, foi publicado o Decreto-Lei nº 32.192, que aplicava o regime de abono de família aos ferroviários ao serviço de várias operadoras, incluindo a Sociedade Estoril.[8]
Em 31 de Março de 1951, deu-se a Tragédia da Gibalta, um acidente ferroviário na Linha de Cascais que fez vários mortos e feridos, e destruiu uma unidade de material circulante.[9]
Extinção
A Sociedade Estoril explorou a Linha de Cascais até 13 de Dezembro de 1976, data em que terminou o contrato de arrendamento.[10][11] A 1 de Janeiro do ano seguinte, a Sociedade já tinha sido extinta, e todos os funcionários passaram para a companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[12]
↑«A Tragédia da Gibalta»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 65 (1544). 16 de Abril de 1952. p. 7-10. Consultado em 26 de Setembro de 2010 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
MARTINS, João Paulo; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel de; LEVY, Maurício; AMORIM, Óscar (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. [S.l.]: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN989-619-078-X !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
Legenda: †entidade extinta ‡entidade extante mas sem gestão atual *apenas afluentes à rede geral da operadora Infraestruturas de Portugal, excl. sistemas isolados q.v. apud operadores