Suz-Massa-Drá
Suz-Massa-Drá (em francês: Souss-Massa-Drâa; em árabe: سوس ماسة درعة) foi uma região do sul de Marrocos, vigente entre 1997 e 2015, com 70 880 km² de área,[nt 1] o que representa cerca de 9,9% do território marroquino.[2] Em 2004 tinha 3 113 653 habitantes. Estimava-se que em 2010 esse número tivesse subido para 3 300 000.[4] [nt 2][3] A sua capital era a cidade de Agadir. Grosso modo, a região administrativa atual corresponde à região histórica do Suz. A região é limitada a oeste pelo Oceano Atlântico e a norte pelos maciços do Alto Atlas Ocidental e do Alto Atlas Oriental, paralelamente ao vale do uade (uede, rio) Suz. O limites a sul seguem mais ou menos o curso do rio Drá. O terceiro curso de água importante da região é o rio Massa, que percorre o Antiatlas e desagua a cerca de 80 km a sul de Agadir. A região confina com as regiões marroquinas de Marraquexe-Tensift-Al Haouz a noroeste e norte, Tadla-Azilal a norte, Meknès-Tafilalet a nordeste e Guelmim-Es Semara a sul. A sudeste faz fronteira com a Argélia.[2] Províncias e municípiosA região estava dividida administrativamente em 236 municípios, 24 urbanos e 212 rurais. Por sua vez, os municípios estão agrupados em 7 províncias e 2 prefeituras:[2]
ClimaO clima na região é influenciado sobretudo por três fatores: o relevo (Alto Atlas a norte e Antiatlas a norte e no centro), a costa atlântica a oeste e o deserto do Saara, a sul e a sudeste. O clima varia entre húmido com características de clima mediterrânico nas zonas costeiras a norte até ao desértico predominante a sudeste, o qual já se encontra nos limites do Saaara. À medida que se desce do Alto Atlas para a planície de Suz, o clima varia de húmido a semiárido. O clima da planície do Suz, bem como a bacia do Suz e do Massa é semiárido, apesar da influência oceânica causada pela ampla abertura em direção ao Oceano Atlântico.[4] A precipitação média anual é 250 mm, a temperatura média 19 °C, a média máxima 27 °C e a média mínima 11 °C. São frequentes temperaturas máximas superiores a 40 °C no verão e, nas regiões mais altas das montanhas, mínimas abaixo de 0 °C no inverno. A média anual de horas de sol é de 3 000 horas.[4] A região é propensa a grandes variações na precipitação anual, assistindo-se por vezes a grandes secas. Por exemplo, estima-se que a precipitação em 2000/2001 na planície de Suz foi de 125 mm, enquanto que em 2005/2006 foi de 2 495 mm. Para os mesmos períodos, a precipitação no vale do Drá foi, respetivamente 10,7 mm e 114,3 mm. Nos anos seguintes a 2005 assistiu-se a um recuo do deserto devido às intensas chuvas invernais.[8] DemografiaA população da região em 2004 era de 3 255 311 habitantes,[3] estimando-se que em 2010 fosse de cerca de 3 300 000, o que representa 10,42% da população de Marrocos. Em 2004, 59,2% da população era rural e 40,8% é urbana.[4] [nt 3]
Economia
O Produto Interno Bruto (PIB) da região em 2007 foi 76 085 milhões de dirhams (6 750 milhões de euros; 17 200 milhões de reais), representando 12,3% do PIB marroquino, sendo ultrapassada apenas pela região da Grande Casablanca com 18,3%.[4] AgriculturaO clima semidesértico da região tem impactos muito negativos sobre todas as culturas ao ar livre, como as cerealíferas, as quais têm rendimentos por hectare cerca de 40% inferiores aos da média nacional marroquina (dados do período 1995-2006). A produção de cereais ocorre principalmente nas bacias do Suz e do Massa; em 1995-2006, a contribuição para a produção nacional foi de 3,5%, ocupando 324 000 ha.[8] A exploração de lençóis freáticos com recurso a infraestruturas hidráulicas de grande envergadura, sobretudo nas bacias do Suz e do Massa (há cerca de 190 000 ha de terras irrigadas), tem permitido o desenvolvimento da fruticultura (a região detém cerca de 13% dos terrenos de fruticultura de Marrocos), principalmente de citrinos, pelos quais a região é afamada. Em 2005-2006, cerca de 40% da área de produção de citrinos de Marrocos concentrava-se na região e no mesmo a produção de 591 000 toneladas representou 47% do total nacional, cerca de 50% destinados à exportação. A maior parte dos citrinos produzidos são das variedades Maroc-late (33,9%) e clementinas (31,3%).[8] A liderança a nível nacional na exportação não se limita aos citrinos, estendendo-se à fruta em geral e tomates, contribuindo com, respetivamente, 53% e 83% das exportações marroquinas daqueles produtos. A região contribui com 50% (cerca de 50 000 toneladas) da produção nacional de bananas.[8] A atividade agrícola concentra-se principalmente nas bacias do Suz, do Massa e do Drá, enquanto que nas planícies interiores da região se assiste à desertificação dos solos, com a seca a dificultar a manutenção duma agricultura rentável. Por outro lado, o aumento das áreas de forragem e a utilização intensiva da irrigação diminuem o potencial das águas subterrâneas e encarecem a sua extração, o que se repercute nos custos das produções agrícolas, nomeadamente de fruta.[8] PecuáriaA pecuária é uma das principais atividades económicas do setor primário na região, principalmente no vale do Drá. Em 2006, existiam 2,7 milhões de cabeças de gado, 11,3% do total nacional — 277 mil bovinos, 1,2 milhões de ovinos e 1,2 milhões de caprinos, representando, respetivamente, 10,4%, 7,5% e 23,2% do total de Marrocos. O número de cabeças de gado sofreu uma baixa significativa entre 1990 e 2006, tendo descido a uma média anual de 1,5% no total de 0,6% para os bovinos, 1,5% para os ovinos e 1,6% para os caprinos.[8] Apesar da tendência descendente do número de cabeças, a produção pecuária continua a ter um papel relevante tanto a nível regional como nacional e é uma alternativa importante às culturas agrícolas, nomeadamente em zonas onde esta não é possível, funcionando muitas vezes como uma atividade de subsistência e como a principal fonte de rendimento de populações rurais em zonas pouco cultiváveis. Por outro lado, a intensificação da pastorícia e a multiplicação de zonas usadas para esse fim têm efeitos muito negativos no enfraquecimento da resistência dos solos aos efeitos devastadores da erosão e desertificação. O pastoreio excessivo tem contribuído para o recuo do argão, uma das principais árvores rentáveis da região, particularmente durante os períodos mais secos, durante os quais a cobertura vegetal não é suficiente para as necessidades do gado, o que aumenta o risco de degradação ambiental da região.[8] PescaOs 360 km de costa são ricos em peixe e, com os seus dois grandes portos de Agadir e de Sidi Ifni, a região é está em quarto lugar no que toca ao volume de produtos pesca costeira e em terceiro lugar em termos de valor da produção. Em 2001 a produção pesqueira costeira foi de 78 200 toneladas (8% da produção nacional) e em 2007 subiu para 104 500 t (12,7% da produção nacional), o que corresponde a um crescimento anual médio de 5%. O porto de Agadir é principal ponto de desembarque, recebendo 82,2% da produção em volume da região (período de 2001 a 2007). O segundo porto, Sidi Ifni, recebeu no mesmo período 16,9% da produção regional.[9] Apesar do aumento apreciável em termos de volume de pesca, isso não se traduziu num aumento de valor. Entre 2001 e 2007, o valor dos produtos de pesca desembarcados diminuiu 1,5% por ano, passando de 529,5 milhões de dirhams (c. 53 milhões de euros, c. 106 milhões de reais BR) para 483,8 milhões DH (c. 43 milhões €}}; c. 112 milhões R$), que representaram 13,2% do valor total nacional.[9] MinasA atividade mineira tem alguma importância económica na região, principalmente a relativa a minerais metálicos. A região de Suz-Massa-Drá lidera a extração de minério bruto de prata, com 166,7 t em 2006, e desde 2001 que 80,4% da produção marroquina daquele minério é proveniente da região.[carece de fontes] Notas
Referências
Ligações externas
Information related to Suz-Massa-Drá |