Apesar de em 5 de janeiro de 1951, durante o Governo Eurico Gaspar Dutra, a Rádio Globo ter requerido pela primeira vez uma concessão de televisão, foi somente em julho de 1957, que o então presidente Juscelino Kubitschek aprovou sua concessão; no fim de dezembro do mesmo ano, o Conselho Nacional de Telecomunicações publicou um decreto que concedeu o canal 4 do Rio de Janeiro à TV Globo Ltda.[29] Em 26 de abril de 1965 a emissora começou a funcionar e foi fundada pelo jornalista Roberto Marinho. Um ano após iniciar as suas operações, era a quarta maior emissora do país em audiência, subindo posições gradativamente até alcançar a liderança em 1969.[30][31]
Sua sede administrativa encontra-se no bairro Jardim Botânico, localizado na Zona Sul do município do Rio de Janeiro, onde também funciona o departamento de jornalismo. Seus principais estúdios de produção denominado Estúdios Globo, localizam-se em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade, que compreende o maior complexo televisivo da América Latina.[32] O departamento de esportes, que antes encontrava-se no Jardim Botânico com o jornalismo, e a central técnica, atualmente se localizam no bairro Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O canal também conta com geração da programação nacional e estúdios de produção em São Paulo.
Em 5 de janeiro de 1951, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, a Rádio Globo requereu sua primeira concessão de televisão. O requerimento foi analisado pela Comissão Técnica de Rádio, que emitiu um parecer favorável à concessão, aprovada pelo governo dois meses depois, no dia 13 de março. A essa altura, porém, o país tinha um novo presidente, Getúlio Vargas. Dois anos depois, em janeiro de 1953, contrariando o parecer da Comissão Técnica, Vargas voltou atrás e revogou a concessão. Foi somente em junho de 1957, que o então presidente Juscelino Kubitschek aprovou a concessão de TV para a Rádio Globo e, em 30 de dezembro do mesmo ano, o Conselho Nacional de Telecomunicações publicou um decreto concedendo o canal 4 do Rio de Janeiro à TV Globo Limitada.[29]
Em 1962, um acordo assinado entre a Time-Life e o Grupo Globo proporcionou a Roberto Marinho o acesso a um capital de trezentos milhões de cruzeiros (seis milhões de dólares, segundo o documentário Beyond Citizen Kane),[33] o que lhe garantiu recursos para comprar equipamentos e infraestrutura para a Globo.[34]
No final de 1964 foram apresentadas à imprensa as primeiras instalações da emissora. Em plena ditadura militar, seu primeiro diretor de programação foi o capitão Abdon Torres, que garantiu aos jornalistas que quando a emissora entrasse no ar, a maioria dos programas já estariam prontos, gravados em videofita. A responsabilidade pela construção das instalações foi de três engenheiros, liderados pelo general Lauro de Medeiros. Seriam três estúdios, um auditório com quatrocentos lugares e outras dependências. Exceto o auditório no segundo andar, o público não teria acesso a nenhuma outra dependência. Os produtores Haroldo Costa e Domingos de Oliveira já tinham os planos prontos para vários programas, enquanto o diretor Graça Mello já havia selecionado dezenas de atores, apresentadores e locutores. Com essa estrutura, a emissora buscava ser a primeira em organização, dentre as demais no Rio de Janeiro.[35]
A TV Tupi, na época a maior emissora do país, havia sido montada com um capital de trezentos mil dólares.[33] O acordo foi questionado em 1965 por deputados federais na CPI da TV Globo, pois seria ilegal segundo o artigo 160 da Constituição da época, que proibia a participação de capital estrangeiro na gestão ou propriedade de empresas de comunicação.[33][34] Segundo Marinho, o acordo previa apenas a assessoria técnica da Time-Life.[34] A CPI terminou com parecer desfavorável à emissora, mas em outubro de 1967 o consultor-geral da República Adroaldo Mesquita da Costa emitiu um parecer considerando que não havia uma sociedade entre as duas empresas.[34] Com isso, a situação da TV Globo foi oficialmente legalizada.[34] Mesmo assim, Marinho resolveu encerrar o contrato com a Time-Life, ressarcindo o grupo através de empréstimos tomados em bancos nacionais e pondo fim ao acordo em julho de 1971.[34]
Fundação
A TV Globo foi oficialmente fundada no dia 26 de abril de 1965 às 10h45, com a transmissão do programa infantil Uni Duni Tê.[36] Também estavam na programação dos primeiros dias a série infantil Capitão Furacão e o telejornal Tele Globo, embrião do atual Jornal Nacional. Os primeiros oito meses da TV Globo foram um fracasso, o que levou à contratação do paulista Walter Clark, na época com 29 anos, para o cargo de diretor-geral da emissora.[33] Clark foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso da emissora.[33] Em janeiro de 1966, o Rio de Janeiro sofreu uma das suas piores inundações; mais de cem pessoas morreram e aproximadamente vinte mil ficaram desabrigadas. A cobertura da tragédia feita ao vivo pela TV Globo foi um marco na história da emissora,[33] que fez sua primeira campanha comunitária, centralizando a arrecadação de doações em dois de seus estúdios. Nessa altura, a transmissão das imagens ainda era em preto e branco.[37] Ainda naquele ano, a Globo chegou ao estado de São Paulo[38] com a aquisição do canal 5 que, desde 1952, funcionava como a TV Paulista, de propriedade das Organizações Victor Costa. Em 5 de fevereiro de 1968, foi inaugurada a terceira emissora, em Belo Horizonte, e as retransmissoras de Juiz de Fora e de Conselheiro Lafaiete, além de um link de micro-ondas que ligava o Rio de Janeiro a São Paulo.
Foi nessa época que o governo federal, liderado pelo marechal Costa e Silva, deu prioridade ao desenvolvimento de um moderno sistema de telecomunicações, criando o Ministério das Comunicações e concedendo à população uma linha de crédito para a compra de televisores.[33] Outro impulso foi um decreto elaborado pelo ministro Delfim Neto que isentou as empresas de rádio e televisão de imposto de importação sobre equipamentos, isto permitiu à empresa se renovar e ao mesmo tempo utilizar a cotação oficial do dólar para reduzir suas despesas de importação.[39] Além disso, com o advento do videoteipe, a produção de programais locais foi logo se tornando escassa, sendo a maior parte da programação produzida no Rio de Janeiro e em São Paulo, o que impulsionou as grandes emissoras dessas cidades a formarem redes nacionais.[33] É nesse cenário que se dá o início da TV Globo como uma rede de emissoras afiliadas em 1° de setembro de 1969, quando entrou no ar o Jornal Nacional, primeiro telejornal em rede nacional,[33] que é ainda hoje transmitido pela emissora e líder de audiência no horário.[36] O primeiro programa foi apresentado por Hilton Gomes e Cid Moreira. Naquele mesmo ano, a Globo realizou sua primeira transmissão via satélite, ao exibir, direto de Roma, entrevista de Hilton Gomes com o Papa Paulo VI.[40] No ano seguinte, durante a Copa do Mundo FIFA de 1970, no México, a emissora recebeu sinais experimentais em cores da Embratel.[40] Dois anos depois, durante a exibição da Festa da Uva de Caxias do Sul, ocorreu a primeira transmissão oficial em cores da televisão brasileira.[40] Com três emissoras em 1969 (Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte), em 1973 já eram onze.[39]
Em 28 de abril de 1974, o Jornal Nacional passou a ser transmitido em cores, três dias após ter iniciado suas coberturas internacionais pela Revolução dos Cravos. No mesmo ano, é transmitido o primeiro especial de fim de ano do cantor Roberto Carlos, ainda hoje uma tradição na emissora.[40] Em 1975, a TV Globo passou a exibir boa parte de sua programação simultaneamente para todo o país, consolidando-se como rede de televisão.[40] A partir desse momento, começou a construir o que ficaria conhecido como Padrão Globo de Qualidade. O horário nobre passou a preenchido com duas telenovelas de temática leve entre dois telejornais curtos e sintéticos (Praça TV e Jornal Nacional), uma telenovela de produção nobre e com enredo mais forte, que seria chamada a partir de então de "novela das oito" e a partir das 22h uma linha de séries, minisséries, filmes ou/e Globo Repórter. A estrutura de grade fixa é utilizada pela Globo até os dias de hoje.[41][42][43]
Expansão e liderança de audiência
Nesse período, a Globo enfrentou dificuldades à sua expansão.[29] O regime militar negou ao grupo de Roberto Marinho pedidos para concessões de canais nas cidades de João Pessoa (PB) e Curitiba (PR).[29] A emissora aponta isso como uma evidência de que fazia um jornalismo independente que às vezes se chocava com os interesses do governo e de que não obteve favores do regime.[29] No entanto, uma passagem do livro Dossiê Geisel, uma compilação de papéis do arquivo pessoal do ex-presidente Ernesto Geisel, traz outra versão para a recusa do governo militar em conceder mais dois canais para o Grupo Globo.[44] O regime teria começado a ficar preocupado com a monopolização do setor de telecomunicações pelo grupo de Roberto Marinho e tentou evitar que a empresa crescesse mais ainda.[44] As emissoras próprias da Globo haviam sido compradas de particulares: em São Paulo e em Recife das Organizações Victor Costa e em Belo Horizonte de João Batista do Amaral.[29] Até hoje as demais emissoras que compõem a rede são afiliadas, ou seja, são associadas, mas não são de propriedade do Grupo Globo.[29] A censura não se limitava às notícias, atuava também no entretenimento. Foram inúmeros os casos de censura à dramaturgia da Globo. O mais sério foi o da proibição, a dois dias da estreia, da novela Roque Santeiro, em 1975. O prejuízo foi grande para a emissora: já haviam sido gravados 36 capítulos, com o custo de 500 mil dólares (em valores da época). Mas este não foi o único caso. Em dezembro de 1976, a novela Despedida de Casado também foi censurada na véspera de estrear, quando já estava com cerca de 30 capítulos gravados.[29]
Entre 1965 e 1979, a Globo possuiu ainda um quarto horário (que passou a ser o quinto desde a estreia de Malhação em 1995) destinado à exibição de telenovelas, às 22h. A primeira produção exibida neste horário foi também a primeira telenovela a ser exibida pela emissora: Ilusões Perdidas, de Ênia Petri.[54]Sinal de Alerta, de Dias Gomes, foi a última telenovela a ser exibida no horário durante aquele período.[55][56] Em duas oportunidades o quarto horário foi "ressuscitado": Eu Prometo, de Janete Clair, foi exibida como "novela das dez" em 1983[57] e Araponga, de Dias Gomes, foi exibida em 1990 no horário das 21h30.[58] A partir de 2011, houve uma nova denominação de novela na Globo, a "novela das onze" que anteriormente era a "novela das dez", sendo de certa forma uma tentativa da emissora de aumentar o índice de audiência no horário ocupado até então por minisséries, seriados e outros programas. A primeira novela exibida na faixa foi O Astro, remake da versão de 1977.[59] Em 1976, a emissora exportou suas primeiras telenovelas.[40]
Em 1977, toda a programação da emissora passou a ser em cores, antes restrita a telenovelas e telejornais.[40] Nesse mesmo ano Walter Clark foi substituído pelo também paulista, Boni no cargo de diretor-geral.[33] Em 1979 a Globo começou a desenvolver a tecnologia de efeitos especiais digitais.[40] Em 1982, a emissora implantou a transmissão via satélite.[40] Nos anos 1980 consolida-se na liderança da audiência com telenovelas como A Gata Comeu, Vereda Tropical e O Salvador da Pátria, e também minisséries como O Tempo e o Vento e O Pagador de Promessas. Em 1990, no entanto, enfrenta pela primeira e única vez desde o fim da Rede Tupi, concorrência na teledramaturgia com o sucesso da telenovela Pantanal da Rede Manchete.[60] Nos anos 1990 a Globo realizou as primeiras experiências interativas da televisão, no Fantástico e no Você Decide, alcançando ainda novos recordes de audiência com as telenovelas Mulheres de Areia, A Viagem e A Próxima Vítima.[40]
Século XXI
Desde o início dos anos 2000, apesar de sucessos como Mulheres Apaixonadas, Senhora do Destino, Alma Gêmea e Da Cor do Pecado,[40] a Globo registra constantes quedas em sua audiência. O aumento da renda provocou mudanças nos hábitos de consumo dos brasileiros no que diz respeito à televisão.[61] As pessoas saem mais de casa e migram, ainda que de modo ligeiro, para a televisão por assinatura.[61] Além disso, a internet tem atraído parte do público antes cativo das emissoras de televisão aberta.[61] A média de audiência da Globo caiu de 56% em 2004 para 42% em 2013 na Região Metropolitana de São Paulo,[61] principal mercado para os anunciantes. Ainda assim, a participação das emissoras em publicidade cresceu em 2012 e atingiu 65% do total de um montante de 19,5 bilhões de reais.[61] Estima-se que a rede e suas afiliadas ficaram com 80% do valor, devido, em parte, ao sucesso das telenovelas Cheias de Charme e Avenida Brasil.[61] Além disso, a verba publicitária do governo federal investida na emissora subiu de 370 milhões de reais em 2000 para 495 milhões em 2012.[61]
Em 2018, o Grupo Globo iniciou um projeto chamado Uma Só Globo com o objetivo de unificar as operações de TV Globo, Globosat, Globo.com e Globoplay em uma única estrutura. O projeto visava concentrar as operações dessas empresas anteriormente dispersas.[62] A conclusão da primeira parte foi oficializada e anunciada em 2021.[63][64] em 2018, algo similar havia sido feito com as empresas do grupo que atuam no mercado editoral, com a fusão da Editora Globo e as empresas de jornais Infoglobo e Valor Econômico.[65]
Identificação
Logotipo
O primeiro logotipo foi criado com a fundação da emissora em 1965. Inicialmente, era uma rosa-dos-ventos, cujas pontas lembram o número quatro, número da emissora no Rio de Janeiro.[66] Foi criado por Aloísio Magalhães, um dos grandes responsáveis pela expansão do design no Brasil. Ele foi substituído em 1966, dando lugar a um círculo com três linhas geográficas, que faziam alusão a um "globo", que foi utilizado até 1976.[66] No mesmo ano, ganhou uma variação pela qual esse logotipo ganhou, ao seu lado, nove anéis, representando as nove emissoras afiliadas da época, formando assim a "Rede Globo".[67]
O primeiro conceito do logotipo atual foi apresentado em 1976.[66] É composto de uma esfera azul com um retângulo de cantos arredondados e extremidades desiguais.[66] Dentro desse retângulo, assenta-se uma pequena esfera de tamanho médio.[66] O projeto é de autoria do designer austríaco Hans Donner e foi esboçado num guardanapo de papel. Segundo ele, a esfera representa o mundo e o retângulo uma tela de televisão que exibe o próprio mundo.[66] Duas variações acinzentadas da marca a substituíram: em 1981 e 1983, respectivamente. A partir de 1985, em comemoração aos vinte anos da emissora, seu logotipo era o número vinte metálico tridimensional cujas laterais formavam o logotipo da Globo. Em 1986, o logotipo ganhou a forma tridimensional e multicor utilizada até hoje. A primeira variação consistiu numa esfera metálica oca com uma abertura retangular colorida (com faixas em azul, verde, amarelo e vermelho, representado a TV a cores) e a esfera menor posicionada em seu centro.[68]
Em 1992, a esfera deixa de ser cinza e passa a ser azul-claro e perde o efeito opaco, ganhando reflexo, e o retângulo colorido passa a ser composto por um mosaico de triângulos. As linhas do reflexo sofreram pequenas alterações com as mudanças posteriores e duraram até 2008.
Em 1995, aos 30 anos da emissora, o logotipo da Globo foi apresentado de lado com o retângulo e a bola média simbolizando o número "0" e, o lado esquerdo, o "3".
Em 1996, o logotipo ganha mais brilho e perde a cor azul clara para um azul mais escuro. Durante o ano de 1999, a marca teve duas variações diferentes durante a campanha "Uma Nova Emoção a Cada Dia". Ambas foram alterações apenas na área do espectro colorido da tela, que ganhou ondulações de água sobre ela: uma com o efeito de uma gota num lago e a outra com o efeito de ondas num oceano.[68] Durante a comemoração dos 35 anos em 2000, a marca ganhou um tom azulado, menos brilhoso, e seu reflexo tornou-se levemente simplificado A partir daí, também foi utilizado o Globo de vidro para toda a programação e para as vinhetas interprogramas.
Com os 40 anos em 2005, veio uma marca com tonalidade mais leve e clara. O uso de fundos pretos para o logo deixa de ser predominante, em prol de cores mais claras. O logotipo criado naquele ano também marcou os últimos momentos em que ele apresentava a tela 4:3, o mosaico com triângulos e as linhas do reflexo desde 1992, que sofriam modificações de acordo com a mudança do logotipo, mantendo o conceito original. A logomarca fez sua primeira aparição na virada do ano de 2004/2005, no palco da edição do Show da Virada daquele ano.
Em 2008, o logo se adapta à televisão digital, que foi implantada no Brasil no dia 2 de dezembro de 2007, com o formato da tela substituído de 4:3 para 16:9. Os triângulos do mosaico colorido da tela foram substituídos por linhas horizontais, que nas vinhetas são formados por prismas triangulares. Os reflexos foram refeitos do zero; segundo Donner, eles representam a forma de um sorriso. A partir daí, passou a ser usado um logotipo único para as emissoras próprias da rede.[68] Este também foi o último logotipo a apresentar o efeito metálico e as faixas coloridas estáticas desde 1986.
Em 2013, são criadas versões monocromáticas do logo de 2008 para as chamadas, cada uma variando de acordo com a atração anunciada.
Em 2014, a emissora passou por uma nova reformulação visual, em que as cores ganharam movimento dentro do globo e o cinza metálico foi substituído pelo branco.[66][69][70]
Em 2015, em novas alterações, o branco fica límpido e perde reflexos internos.[71]
Em 2021, a Globo adotou uma nova identidade visual, baseada na mistura de cores vívidas em degradê, para finalizar a unificação de algumas empresas do grupo — desejada desde o início da década de 2000 — e que começou a ser aderida nas plataformas digitais da emissora.[72][73][74][75] Em 1.º de dezembro do mesmo ano, a rede lançou oficialmente novas versões do logotipo, conceituadas na mistura das cores brancas com fluorescentes em todo o globo.[76][77][78]
Slogan
Como forma de identificação, a TV Globo tem lançado desde o início da década de 1970 diversos slogans, sempre acompanhados do nome da emissora, mencionado antes ou após a frase de identificação propriamente dita, prática que permanece atualmente em institucionais.[79]
A TV Globo tem o seu principal complexo de produção no Rio de Janeiro. Inaugurado em 1995, os Estúdios Globo (anteriormente chamado de Projac e oficialmente chamado de Central Globo de Produção) é onde as suas telenovelas são produzidas e é um dos maiores centros de produção televisiva do mundo; atualmente, é o maior da América Latina.[82]
No final da década de 1990, a Globo mudou parte de sua divisão de jornalismo, que engloba tanto as mesas de notícias, a equipe de produção e os estúdios, para São Paulo, no bairro da Vila Cordeiro. Entretanto, seus principais programas jornalísticos, como o Jornal Nacional e o Fantástico, bem como o seu próprio canal de notícias, a Globo News, continuam a ser transmitidos a partir da sede principal no Rio de Janeiro, onde a sede de notícias da Globo, a Central Globo de Jornalismo, está localizada.
A TV Globo é formada por 123 emissoras (sendo 6 emissoras próprias e 117 emissoras afiliadas), além da transmissão no exterior pela TV Globo Internacional e de serviço mediante assinatura no país.[9][22] Seu sinal terrestre cobre 98,53% do território nacional, além de ter cobertura em 100% através de antena parabólica.[23]
Cobertura terrestre
A emissora opera sua programação simultaneamente na televisão analógica e digital, em definição padrão e alta definição. Em 2 de dezembro de 2007, a TV Globo São Paulo deu início às transmissões em alta definição (1080i) na metrópole paulista.[83] Em 2008, o sinal digital foi lançado pela TV Globo Minas no dia 25 de abril para Belo Horizonte, e pela TV Globo Rio de Janeiro no dia 16 de junho para a metrópole homônima.[83][84] Em 2009, a TV Globo Brasília iniciou as transmissões digitais na capital federal no dia 22 de abril, e a TV Globo Nordeste inaugurou oficialmente o sinal digital no Recife em dia 15 de junho.[85][86]
Em março de 2010, a Rede Globo criou o sistema TV Digital Rural para atender as residências onde a TV aberta terrestre não chega, ou seja, fora das cidades e das concentrações urbanas. Na fase inicial, a TVDR cobriu somente as áreas rurais do Rio de Janeiro.[87][88] Os receptores do sistema TVDR têm sistema de acesso condicional e GPS para aplicar o bloqueio geográfico principalmente por motivos de direitos autorais, licenciamento e para não prejudicar as próprias afiliadas da rede de televisão.[89]
Em 4 de novembro, entrou no ar o sucessor do sistema TV Digital Rural, o sistema SAT HD Regional, uma parceria de afiliadas da Rede Globo com uma companhia de eletrônicos especializada em receptores de antenas parabólicas. Inicialmente a programação regionalizada foi ao ar apenas nas cidades atendidas pela RPC TV Curitiba, com previsão de expansão para as localidades rurais mais afastadas dos sinais terrestres.[90][91] Em 2022, o sistema SAT HD Regional passou a operar na banda Ku, pois a rede móvel 5G interfere em imagens e sons de receptores parabólicos da banda C. Cerca de 20 milhões de pessoas precisariam trocar os aparelhos. Cerca de metade dos usuários terão que pagar pelos novos equipamentos que suportarão a Banda Ku, já que a frequência atual destas antenas (a Banda C) será descontinuada em todo o país a partir de 31 de dezembro de 2025. Outras 10 milhões de pessoas, podem receber os equipamentos gratuitamente através de um consórcio formado por Claro, TIM e Vivo em ate 90 dias após a implementação da rede nos municípios.[92][93][94][95]
A TV Globo encerrou as transmissões do sinal analógico via satélite em 18 de agosto de 2024, substituindo a programação dela por uma cartela informativa com orientações para os telespectadores sobre a troca do equipamento de recepção de sinal por satélite.[96][97][98][99]
Audiência
Desde 2003, a audiência dos principais programas da TV Globo tem caído constantemente na medição do Ibope na Região Metropolitana de São Paulo: a audiência da novela das sete foi de 40 pontos para os atuais 23,0; a da novela das nove caiu de 67,5 para 34,0; a do Fantástico, de 46,6 para 19,7; a do futebol, de 47,1 para 21,0; e a do Jornal Nacional, de 46,7 para 25,0.[61] Apesar disso, a emissora mantém, desde os anos 1970, a liderança isolada no segmento de televisão aberta no Brasil.[100] O Ibope anual da emissora caiu de 21 pontos em 2003 para 14,4 em 2013 na Grande São Paulo, onde cada ponto representa 65 mil domicílios na região.[100] A nível nacional, onde cada ponto representa 217 mil domicílios, a emissora caiu de 22,7 pontos em 2003 para 16,4 em 2013.[100] Em 2014, a emissora perdeu 5% da audiência, caindo para 13,5 pontos na média,[101] passando para média de 15,1 pontos em 2015.[102]
A Globo possui em sua programação cinco horários destinados a telenovelas. Os três principais são os "das seis", que apresenta tramas com enredos simples e românticos, sendo de época e/ou regional,[103] "das sete", com folhetins cômicos, e "das nove" (anteriormente conhecido como "das oito"), o de maior repercussão da televisão brasileira. Além destes há as faixas vespertinas de reprises: a de edições especiais de novelas das seis e das sete e a da sessão Vale a Pena Ver de Novo, com produções das oito/nove.[104] Ainda no campo da teledramaturgia a emissora produz minisséries.[105]
Fundada em 1999 e agora com mais de 620 mil assinantes,[109] a TV Globo Internacional opera canais de televisão por satélite em todo o mundo, inclusive nas Américas, Oceania (mais especificamente na Austrália), Europa, Oriente Médio, África e Japão, trazendo uma mistura de entretenimento, notícias e programação esportiva provenientes dos canais TV Globo, GNT, Globo News, Viva, Futura e SporTV para brasileiros que moram no exterior e demais lusófonos. Duas fontes distintas alimentam a programação internacional ao vivo a partir do centro da rede de transmissão localizado no Rio de Janeiro, gerando o sinal da TV Globo Internacional Europa/África/Oriente Médio e da TV Globo Américas/Oceania.[110]
Um terço da TV Globo Internacional Ásia é originária do Japão pelo IPC[111] e baseia-se em material gravado no início do dia da TV Globo Américas/Oceania, que é repetido em uma programação mais apropriada para o fuso horário do Extremo Oriente. Desde 2007, a TV Globo também opera um canal "premium" que se origina a partir de Lisboa, Portugal, chamado TV Globo Portugal. A programação da TV Globo Portugal é diferente da programação da TV Globo na Europa devido a acordos contratuais com outras redes de televisão portuguesas, principalmente a SIC, que detém direitos para transmitir primeiro parte da programação da TV Globo, como as novelas.
Em 2007, a TV Globo se juntou com a Telefé da Argentina para um "intercâmbio" entre os participantes dos reality showsBig Brother (do Brasil) e Big Brother (da Argentina). Em 21 de maio de 2009, houve uma parceria entre a Globo e a TV Azteca do México para iniciar a gravação de suas novelas no país. A aliança Globo-TV Azteca se iniciou a partir de uma terça-feira do dia 11 de maio de 2010 com a transmissão da novela A Favorita em espanhol no canal Azteca 13 às 12 horas.[114] A partir de uma parceria entre Globo e a Telemundo dos Estados Unidos, estreou em julho de 2013 a versão hispânica de Fina Estampa, novela de Aguinaldo Silva que foi um sucesso de audiência no Brasil. A expansão da Telemundo deve representar também a expansão do público das telenovelas da rede, que hoje, já marcam presença em cem países. Ainda não se sabe, mas a Telemundo África poderá ser mais um canal para a chegada de novelas da TV Globo ao continente.[115]
Por ser o canal de televisão de maior audiência do Brasil, a TV Globo possui um histórico de controvérsias em suas relações na sociedade brasileira. A emissora possui uma capacidade sem paralelo de influenciar a cultura e a opinião pública.[61] Para o cientista político e jornalista Laurindo Leal Filho, o poderio da emissora pode ser observado em um fenômeno ainda pouco estudado: sua onipresença em locais públicos como bares, restaurantes e salas de espera de hospitais.[61] Segundo ele, essa força faz com que a Globo seja um elemento capaz de desestabilizar a democracia.[61]
A principal controvérsia histórica do Grupo Globo está justamente ligada ao apoio dado à ditadura militar brasileira e a censura nos noticiários da emissora dos movimentos pró-democracia. O regime, segundo os críticos da emissora, teria rendido benefícios ao grupo midiático da família Marinho, em especial para o canal de televisão que, em 1984, fez uma cobertura omissa das Diretas Já.[116] A própria Globo reconheceu em editorial lido no Jornal Nacional, 49 anos depois e pressionada pelas manifestações de junho de 2013,[117][118][119] que o apoio o golpe militar de 1964 e ao regime subsequente foi um "erro".[120]
Em 1993 a rede de televisão britânica BBC, produziu o documentário Beyond Citizen Kane (Muito Além do Cidadão Kane), na produção o canal criticava seu fundador, Roberto Marinho por seu poder e papel na fundação da TV Globo e vínculos com a ditadura militar no período. A emissora foi à Justiça para impedir a liberação e exibição do filme no Brasil, porém o tornou um viral na internet após a virada do século 21.[121] Em 2009, a Rede Record comprou seus direitos de exibição e passou a divulgar trechos em sua programação.[122]
Desde o colapso da ditadura militar e o início da Nova República, a Globo foi acusada de influenciar nos resultados de diversos pleitos eleitorais. No final dos anos 1980, a emissora foi criticada devido à edição que promoveu do último debate entre os candidatos a presidente na eleição de 1989, o que teria favorecido Fernando Collor de Mello.[123] No final da década de 1990, o Grupo Globo enfrentou diversos problemas financeiros que teriam sido aliviados pelo Estado apesar de se tratar de uma empresa privada.[61] Durante o período, a emissora utilizou sua influência entre os políticos para conseguir mudar um artigo da Constituição Federal para permitir a entrada de 30% de capital estrangeiro nas empresas de mídia.[61]
Houve também várias críticas à forma como a Globo fez a cobertura das eleições gerais de 2006, por conta de acusações de que a emissora teria atuado para prejudicar a campanha do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição.[124] Na época das eleições de 2010 a empresa retirou do ar sua campanha de comemoração de aniversário dos 45 anos do canal, logo após o primeiro dia de veiculação, por ter recebido acusações de estar fazendo uma "campanha subliminar" a José Serra, candidato a presidente pelo PSDB, também de número 45, o que foi negado pela emissora.[125] Houve também controvérsia quanto a forma como a Globo fez a cobertura do julgamento do caso conhecido como Mensalão, que coincidiu com as eleições municipais no Brasil em 2012. Durante todo o segundo turno o noticiário do mensalão foi apresentado pelo telejornal sempre logo após ao fim do horário eleitoral.[126]
Prêmios
Prêmio Vladimir Herzog de Reportagem de TV
Ano
Obra
Veículo de mídia
Autor
Resultado
2013
"Adoção irregular"
TV Globo
José Raimundo e equipe: German Maldonado, Priscila Ladeia, Rildo Araújo e Robel Sousa
↑A numeração dos canais varia de acordo com a localidade.[10]
↑ abcDisponível somente em receptores do sistema SAT HD Regional. Dependendo da região onde o usuário se cadastrar, há a distribuição do sinal da afiliada local que cobre aquela localidade no sinal terrestre. Do contrário, é disponiblizado o sinal de outra emissora.
↑Disponível somente em receptores do sistema Nova Parabólica. Dependendo da região onde o usuário se cadastrar, há a distribuição do sinal da afiliada local que cobre aquela localidade no sinal terrestre. Do contrário, é disponiblizado o sinal de outra emissora.
↑Requer login com uma conta da Globo.com, do Facebook ou do Google. Disponível apenas na área de cobertura de algumas afiliadas.[18]
↑Anteriormente, a emissora era identificada como Rede Globo. A partir de uma mudança de marca, em 2021, passou a ser conhecida como TV Globo.[19] Suas redes sociais trocaram de nome de @redeglobo para @tvglobo.[20]
↑Em "TV GLOBO: perguntas frequentes", publicado em 29 de maio de 2020, as ligações para redes sociais no fim da página mostram o nome de usuário @redeglobo, contas atualmente inexistentes (Twitter, Facebook, Instagram), e o YouTube redireciona para uma conta chamada "TV Globo". As contas nas outras redes sociais utilizam atualmente o usuário @tvglobo (Twitter, Facebook, Instagram).
↑«Logotipo da Rede Globo». Tecnologia e Informática. 21 de julho de 2010. Consultado em 17 de junho de 2015. Arquivado do original em 29 de junho de 2015