Taifa de Albarracín
A taifa de Albarracín ou de Sala foi um pequeno reino de taifa estabelecido em torno do município de Albarracín (Aragão) e da sua serra pela dinastia berbere dos Banu Razine[3]— pertencente à tribo dos huaras — chegados à Península Ibérica com a conquista de Tárique e estabelecidos em Córdoba no século VIII. Século XIOriginalmente, a linhagem berbere dos Banu Razine, assentaram-se na corte do Emirado de Córdova, para posteriormente assentar-se entre a serra de Albarracín os Montes Universales. Nesta região estabeleceram um senhorio que, nem sempre submetidos ao domínio de Córdova, afiançou-se como taifa independente com a chegada ao poder de Abu Maomé Hudail ibne Alasla ibne Razine ao redor de 1010, por causa da decomposição do Califado de Córdova; se bem que nominalmente reconheciam-se súditos dos efêmeros califas durante a fitna de alandalus Hixame II e Solimão Almostaim, quem reconheceu os domínios de Hudail ibne Razine. A taifa de Albarracín ocupava aproximadamente a parte de sudoeste da atual província de Teruel, e os seus domínios estenderam-se até Calamocha e Pancrudo a norte, Gúdar e Jarque a leste, Camarena de la Sierra e Teruel ao sudeste, e Castielfabib a sul; ocupando as bacias do rio Alfambra, o Guadalaviar e o alto Jiloca para norte até Monreal del Campo e Poyo del Cid. Hudail e os seus descentes, os Banu Razine, dominaram a taifa até a sua extinção, embora o primeiro monarca de Albarracín devesse de se enfrentar com as ambições dos Tuíbidas e Hudidas de Saragoça, que pretenderam anexar o pequeno reino. Apesar da prosperidade e firmeza de Hudail para estender a sua taifa na primeira metade do século XI, certas fontes aludem à sua excessiva dureza e até mesmo crueldade. O certo é que a Taifa de Albarracín assentou-se durante trinta anos numa encruzilhada política muito complicada, entre as poderosas taifas de Saragoça e Toledo e próxima e relacionada à desejada taifa de Valência. Hudail I foi sucedido por Abedal Maleque em 1045, que se viu obrigado a pagar párias a Afonso VI de Leão e Castela para manter a sua autonomia até 1086, ano em que, com a derrota do rei castelhano-leonês na Batalha de Zalaca, Abedal Maleque deixou de lhe pagar párias. Contudo, em 1090 chegaria El Cid a estas terras, às que fez tributárias. Frente da negativa de Abedal Maleque a pagar as párias ao Campeador, este decidiu conquistar Albarracín e unir a sua mesnada as tropas de Abedal Maleque com o objeto de aunar forças para assediar Valência em 1094. Mas sem finalizar o seu apoio ao Cid no assédio de Valência, Abedal Maleque passou a unir-se aos almorávidas com objeto de reconquistá-la para o islão, somando-se à iniciativa de outros aliados, como os reis taifas de Lérida, Tortosa ou Alpuente. Por esta razão Abedal Maleque foi atacado e derrotado pelo Cid em Quart. Abedal Maleque foi sucedido por Iáia Haxim Daulá[1] em 1103, derrocado pelo governador almorávida de Valência Abu Abedalá Maomé ibne Fátima em abril de 1104,[4] com o que a Taifa de Albarracín perdia a sua independência no contexto do período das primeiras taifas. A partir de então, os Banu Razin mudaram-se para Valência. Século XIIUns sessenta anos depois, por volta de 1170, Abu Abedalá Maomé ibne Sade ibne Mardanis, conhecido pela alcunha de Rei Lobo, traspassou o território ao Senhor de Estella, Pedro Ruiz de Azagra, possivelmente fruto do pagamento pelos serviços prestados pelo rei de Navarra. Deste jeito foi estabelecido o senhorio de Santa María de Aben Razin (Senhorio de Albarracín), um território soberano encravado entre o Reino de Castela e o Reino de Aragão em mãos de um feudatário do Reino de Navarra. Bibliografia
Referências
Ligações externas
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