Tamarana
Tamarana é um município brasileiro do estado do Paraná. O município está localizado aproximadamente a 340 quilômetros de Curitiba e cerca de 50 quilômetros de Londrina, integrando sua região metropolitana.[7] O município possui uma área de 472,155 km², com uma população estimada em 15 277 habitantes (IBGE/2021).[4] EtimologiaDe acordo com etimologistas, a palavra "tamarana" é um substantivo feminino de origem tupi, derivado de "itama'rana" (i'ta 'pedra' + mara'na 'guerra'), sinônimo de "cuidaru", que se trata de uma arma, em forma de clava, com cerca de um metro de comprimento (dicionário Antonio Houaiss, 2007). Sua origem remonta à lenda de uma princesa indígena guerreira que usava como arma uma clava feita de madeira.[8] HistóriaDesde antes da colonização do Paraná por portugueses e espanhóis, a região de Tamarana já era habitada por indígenas. Entre esses povos nativos, os índios Kaigangues até hoje habitam suas terras na Reserva Indígena de Apucaraninha.[8] Na região de Tamarana, a colonização do médio rio Tibagi foi resultado do loteamento da Fazenda Três Bocas, pertencente ao engenheiro Joaquim Vicente de Castro, que atraiu safristas vindos do Sul de São Paulo e do Norte Pioneiro do Paraná. O início do povoado foi registrado por volta de 1915, quando o pioneiro Olímpio Moraes se estabeleceu e possibilitou a instalação posterior de safristas, iniciando a criação de porcos na região.[8][9] A cidade nasceu como Patrimônio de São Roque em 1919, antes do advento do Café no Norte do Paraná, e contou com a participação de vários emigrantes, que vieram para dedicar-se à pecuária e à cana-de-açúcar. Um dos pioneiros a cultivar cana-de-açúcar e a fabricar açúcar foi João Marcondes.[9] Em 1925 foi criada a Companhia de Terras Norte do Paraná que atraiu muitas pessoas de outros estados e intensificou a ocupação de terras na região. Em 1927 várias famílias já haviam se fixado na região de Tamarana, como os Araújo, Marcondes, Vieira, Pinto, Carvalho, Tomé, Aleixo, Barbosa, Maciel e Teixeira.[9] Mais tarde, a localidade recebeu um influxo de imigrantes japoneses e britânicos. Ainda é visível a toponímia com nomes de família e marcos da época da colonização: Bairro dos Moraes, Bairro dos Moreiras, Bairro dos Fabrícios, Bairro dos Ingleses, Bairro dos Pintos (km 103), Igrejinha do Rio Preto. O vilarejo de São Roque, em 20 de março de 1930 através do Decreto lei n.º 2.713, passou a ser Distrito Judiciário de São Roque que pertencia ao município de Tibagi. No dia 6 de janeiro de 1939, através de Decreto Governamental, o Distrito Judiciário de São Roque foi desmembrado de Tibagi anexado ao recém-criado município de Londrina.[10] Na década de 1930 o povoado viu um crescimento com a chegada do café, tornando-se um micro-polo, mas rapidamente substituída por Londrina, que possuía estrada de ferro. Em 30 de dezembro de 1943, conforme o Decreto-lei Estadual n.º 199, o distrito de São Roque passou a ser denominado de Tamarana. Uma das iniciativas para que houvesse a alteração no nome da localidade, é para que não fosse confundida com a cidade de São Roque, no estado de São Paulo.[9] Entre as décadas de 1960 e 1970, a região entrou em uma decadência econômica ocasionada pelas queimadas e inverno rigoroso, como nos eventos de 1963, 1965 e 1975. Muitos de seus habitantes migraram para o oeste paranaense, Londrina, Curitiba e Centro-Oeste. A crise acarretou no fim da monocultura do café e do regime de pequenas propriedades familiares. Nos últimos anos, o regime fundiário que predomina são grandes e médias propriedades. O município foi emancipado através da Lei Estadual nº 11.224 de 13 de dezembro de 1995, sendo desmembrado de Londrina, com o forte apelo da maioria dos moradores. O município foi instalado oficialmente no dia 1º de janeiro de 1997.[9] GeografiaPossui uma área de 472,153 km² representando 0,2369% do estado, 0,0838% da região e 0,0056% de todo o território brasileiro. Localiza-se a uma latitude 23°12'22" sul e a uma longitude 51°45'49" oeste, estando a uma altitude de 753 metros. O principal acesso a sede do município se dá pela rodovia PR-445.[7] DemografiaDe acordo com o IBGE, no Censo de 2010 o município contava com 4.094 domicílios, destes 2.601 domicílios eram considerados próprios e estavam ocupados por famílias.[11] Ainda de acordo com as informações de 2010, o município possuía 12.262 pessoas, sendo 6.276 homens e 5.986 mulheres, bem como, 5.858 moradores da área urbana e 6.404 moradores da área rural.[11] Sua população estimada em 2021 era de 15 277 habitantes,[4] com uma densidade demográfica de 32,28 hab/km².[11] Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M): 0,683
Administração
EconomiaA base econômica do município são as atividades relacionadas ao agronegócio.[11] Tamarana se consolidou como o maior produtor de gengibre do Paraná, com uma produção média anual de 1,8 milhão de quilos.[12] Em relação as informações dos levantamento do ano de 2020, as principais culturas temporárias no município são soja, trigo, aveia, milho e hortifrutigranjeiros. Outras cultivos menores são o de sorgo, feijão, batata-doce, arroz e tomate. Já as culturas permanentes, o destaque fica para o cultivo de café.[11] Na pecuária, o destaque fica para os galináceos com 467.658 cabeças, seguido pelo rebanho de bovinos com 15.707 cabeças, rebanho de ovinos com 1.227 indivíduos e rebanho de suínos com 1.202 porcos.[11] TurismoCom uma vasta área rural e com um relevo bastante acidentado, o interior do município de Tamarana apresenta inúmeras cachoeiras.[7] A exploração turística é considerada recente, sendo o município propício para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao turismo rural, de natureza, de aventura e esportes radicais.[7][13] Entre os atrativos turísticos está a Serra do Arreio, com quase mil metros de altitude, proporcionando vistas privilegiadas. O Salto do Apucaraninha, na divisa com o município de Londrina, está localizado ao lado da Terra Indígena Apucaraninha e é um dos principais pontos turísticos da região Norte do Paraná. O rio Apucaraninha deságua no vale do rio Tibagi, outro importante ponto muito procurado por turistas.[7] Ainda em 2020 o município produziu aproximadamente 552 mil litros de leite de origem animal e 4.200 kg de mel de abelha.[7] CulturaFestividadesNo mês de agosto acontece a principal festividade católica do município é a Festa de São Roque, padroeiro de Tamarana, em homenagem ao santo Roque de Montpellier, considerado protetor contra a peste e padroeiro dos inválidos.[7] Já no mês de dezembro, Tamarana comemora com diversos eventos o aniversário de emancipação do município.[7] CulináriaA culinária local é marcada com uma forte herança indígena e influências da comida da roça, dando origem a diversos pratos caipiras.[13] É comum ainda o churrasco, como a costela fogo de chão.[7] Referências
Ligações externas |