Teoria dos Mundos Nota: Este artigo é sobre o conceito político ocidental. Para o conceito político maoista, veja Teoria dos três mundos.
A Teoria dos Mundos foi uma designação dada às subdivisões do mundo por grandeza econômica entre os anos de 1945 até a Queda do Muro de Berlim, em 1990. Segundo essa classificação, as nações desenvolvidas constituiriam o Primeiro Mundo (exemplo: a Itália, EUA). As nações do antigo Bloco socialista constituiriam o Segundo Mundo (exemplo: a antiga União Soviética e a China). As demais nações não-alinhadas e neutras constituiriam o Terceiro Mundo (exemplo: Brasil, Etiópia, Índia). Haviam algumas discrepâncias nesta divisão, porém. Países largamente subdesenvolvidos como a Somália eram classificadas como de Segundo Mundo (por estarem alinhadas à URSS), enquanto a Iugoslávia, socialista porém não alinhada à URSS, era enquadrada no Terceiro Mundo. Além da Iugoslávia, Irlanda, Suécia, Finlândia, Áustria e Suíça, nações capitalistas ricas, porém não alinhadas aos EUA, também eram enquadradas no Terceiro Mundo. Com o colapso econômico e ideológico do Segundo Mundo, o termo entrou em total desuso. Com o fim da Guerra Fria, as diferenças entre os mundos se combinam em vários aspectos, sendo usado atualmente países desenvolvidos e países subdesenvolvidos, que também recebe críticas sobre sua abrangência. O mais aceito atualmente é a divisão do mundo em países desenvolvidos, Países recentemente industrializados e países subdesenvolvidos. HistóricoNo início da era da Guerra Fria, a OTAN e o Pacto de Varsóvia foram criados pelos Estados Unidos e pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, respectivamente. Eles também foram referidos como Bloco Ocidental e Bloco Oriental. As circunstâncias desses dois blocos eram tão diferentes que eram essencialmente dois mundos, no entanto, não foram chamados de primeiro e segundo mundos.[2][3][4] O início da Guerra Fria é marcado pelo famoso discurso "Cortina de Ferro" de Winston Churchill.[5] Neste discurso, Churchill descreve a divisão do Ocidente e do Oriente como tão sólida que poderia ser chamada de cortina de ferro.[5] Em 1952, o demógrafo francês Alfred Sauvy cunhou o termo Terceiro Mundo em referência aos três estados na França pré-revolucionária.[6] Os dois primeiros estados são a nobreza e o clero e todos os outros que compõem o terceiro estado.[6] Ele comparou o mundo capitalista (ou seja, o Primeiro Mundo) à nobreza e o mundo socialista (ou seja, o Segundo Mundo) ao clero. Assim como o terceiro estado compreendia todos os outros, Sauvy chamou de Terceiro Mundo todos os países que não estavam nessa divisão da Guerra Fria, ou seja, os estados não alinhados e não envolvidos no "conflito Leste-Oeste".[6][4] Com a cunhagem direta do termo Terceiro Mundo, os dois primeiros grupos passaram a ser conhecidos como "Primeiro Mundo" e "Segundo Mundo", respectivamente. Aqui surgiu o sistema de três mundos.[4] No entanto, o chefe da Shuswap, George Manuel, acreditava que o modelo de três mundos estava desatualizado. Em seu livro de 1974, "The Fourth World: An Indian Reality", ele descreve o surgimento do Quarto Mundo ao cunhar o termo. O quarto mundo refere-se a "nações", por exemplo, entidades culturais e grupos étnicos, de povos indígenas que não compõem estados no sentido tradicional.[7] Em vez disso, eles vivem dentro ou além das fronteiras do Estado. Um exemplo são os nativos americanos da América do Norte, América Central e Caribe. Relação entre os três MundosDurante a era da Guerra Fria, as relações entre o Primeiro Mundo, o Segundo Mundo e o Terceiro Mundo eram muito rígidas. O Primeiro Mundo e o Segundo Mundo estavam em constante conflito um com o outro através das tensões entre seus dois núcleos, os Estados Unidos e a União Soviética, respectivamente. Como os países do Terceiro Mundo eram neutros e/ou não-alinhados com o Primeiro e o Segundo Mundo, eles eram alvos de recrutamento. Na busca por expandir sua esfera de influência, os Estados Unidos (núcleo do Primeiro Mundo) tentaram estabelecer regimes pró-EUA no Terceiro Mundo. Além disso, como a União Soviética (núcleo do Segundo Mundo) também queria se expandir, o Terceiro Mundo muitas vezes se tornou um local de conflito. Alguns exemplos incluem Vietnã e a Península da Coreia. O sucesso estava com o Primeiro Mundo se ao final da guerra o país se tornasse capitalista e democrático, e com o Segundo Mundo se o país se aderisse ao comunismo. Enquanto o Vietnã como um todo acabou sendo comunizado, apenas a metade norte da Coreia permaneceu comunista.[8][9] A Teoria do Dominó governou amplamente a política dos Estados Unidos em relação ao Terceiro Mundo e sua rivalidade com o Segundo Mundo.[10] À luz da Teoria do Dominó, os EUA viam a vitória nas guerras por procuração no Terceiro Mundo como uma medida da "credibilidade dos compromissos dos EUA em todo o mundo"[11] . Classificação pós fim da URSSCom a queda da União Soviética e o fim do regime socialista na maior parte do mundo, é mais comum classificar as nações em:
Segundo alguns teóricos, existiriam ainda mais dois tipos:
Ver também
Referências
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