Territórios disputados do norte do IraqueOs territórios disputados do norte do Iraque são regiões definidas pelo Artigo 140 da Constituição do Iraque como sendo arabizadas durante o governo do Partido Baath no Iraque (1968-2003). A maioria dessas regiões haviam sido habitadas por não-árabes, mais notavelmente por curdos e assírios, e depois foram arabizadas pela transferência e assentamento a essas áreas de tribos árabes. As áreas em disputa têm sido um foco constante de tensão para árabes e curdos, especialmente desde a invasão estadunidense e da reestruturação política em 2003. Os curdos obtiveram o território ao sul do Curdistão iraquiano, após a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003, recuperando uma área que consideraram historicamente sua.[1] Atualmente, além das quatro províncias existentes no Curdistão iraquiano (Erbil, Dahuk, Halabja e Sulaymaniyah), os curdos controlam partes da província de Nineveh, da província de Kirkuk, da província de Salah ad Din e da província de Diyala; por outro lado, o governo iraquiano controla outras partes dessas quatro províncias[carece de fontes], algumas das quais também são reivindicadas pelos curdos. No entanto, durante a ofensiva do Estado Islâmico em 2014, as forças do Curdistão iraquiano também assumiram o controle de muitos dos territórios disputados. Tensões entre o Iraque e o Curdistão iraquiano em 2012As tensões entre o Curdistão iraquiano e o governo central iraquiano escalaram durante 2011-2012 sobre questões de partilha do poder, produção de petróleo e controle territorial. Em abril de 2012, Masoud Barzani, presidente da região semi-autônoma do Curdistão iraquiano, exigiu que as autoridades concordassem com as suas demandas ou enfrentassem uma secessão em setembro de 2012.[2] Em setembro de 2012, o governo iraquiano ordenou que o Governo Regional do Curdistão transferisse seus poderes dos Peshmerga para o governo central e as relações ficariam ainda mais tensas com a formação de um novo centro de comando (Comando de Operação Tigris) para que as forças iraquianas operassem em uma área disputada sobre a qual tanto Bagdá quanto o Governo Regional do Curdistão reivindicam jurisdição.[3] Em 16 de novembro de 2012, um confronto militar entre as forças iraquianas e os Peshmerga resultou em uma pessoa morta.[3] A CNN relatou que duas pessoas morreram (uma delas um soldado iraquiano) e dez foram feridas em confrontos na cidade de Tuz Khurmato.[4] Na noite de 19 de novembro, confrontos entre as forças de segurança do governo central iraquiano e as forças do Governo Regional do Curdistão em Tigrit deixaram doze soldados iraquianos e um civil mortos, de acordo com a agência de notícias Doğan.[5] O confronto começou quando soldados iraquianos tentaram entrar no norte do Iraque; os Peshmargas tentataram impedir que os soldados iraquianos entrassem na área seguindo as ordens de Barzani.[5] Em 25 de novembro, foi relatado que o Curdistão iraquiano enviou reforços para a área disputada, onde suas tropas estão envolvidas em um impasse com o exército iraquiano, apesar dos pedidos em ambos os lados para um diálogo para acalmar a situação.[6] Territórios incluídosA Comitê para a Implementação do Artigo 140 define os territórios disputados como aquelas áreas arabizadas e cujas fronteiras foram modificadas entre 17 de julho de 1968 e 9 de abril de 2003. Essas áreas incluem partes de quatro províncias dos limites anteriores a 1968.[7] Um dos principais problemas na tentativa de implementar o Artigo 140 foi uma discrepância na definição de "área disputada".[1] O artigo refere-se apenas a regiões expostas a esse processo de normalização como "Kirkuk e outras áreas em disputa".[1] Em 2003, o negociador curdo Mahmud Othman sugeriu que as áreas de maioria curda abaixo da Linha Verde fossem cedidas ao Governo Regional do Curdistão imediatamente, e as "zonas mistas" deveriam ser questionadas caso a caso.[1] Os sunitas não se mostraram favoráveis aos curdos ganharem territórios adicionais como resultado da invasão estadunidense.[1] Reincorporar os distritos de Kirkuk para refletir os limites de 1975 traria muitos problemas para os iraquianos e provocaria consequências não intencionais.[1] Ver tambémReferências
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