The Crimson Horror
"The Crimson Horror" (intitulado "O Horror de Crimson" no Brasil)[2][a] é o décimo primeiro episódio da sétima temporada da série de ficção científica britânica Doctor Who, transmitido originalmente através da BBC One em 4 de maio de 2013. Foi escrito por Mark Gatiss e dirigido por Saul Metzstein.[4] Marca o 100.º episódio desde o retorno da série em 2005.[5] Ambientando em Yorkshire em 1893, o episódio apresenta as detetives da era vitoriana Madame Vastra (Neve McIntosh), Jenny Flint (Catrin Stewart) e seu mordomo alienígena Strax (Dan Starkey), que tentam encontrar o alienígena viajante do tempo conhecido como o Doutor (Matt Smith) e sua acompanhante Clara Oswald (Jenna-Louise Coleman) para impedir uma conspiração da Sra. Gillyflower (Diana Rigg), que deseja começar um novo mundo exterminando toda a humanidade, exceto uma comunidade que ela considera "perfeita". O episódio foi a terceira aparição de Vastra, Jenny e Strax — informalmente chamados de "Paternoster Gang" — e foi concebido como um pseudo-spinoff dos personagens. Também incluiu inúmeras homenagens em tom ao trabalho de Rigg no programa britânico Os Vingadores, especificamente referenciando a personagem dela, Emma Peel. Foi assistido por 6,47 milhões de espectadores no Reino Unido e recebeu críticas geralmente positivas. EnredoEm 1893, a siluriana Madame Vastra, sua esposa humana Jenny Flint e seu mordomo sontariano Strax são convidados a investigar uma misteriosa causa de morte conhecida como "horror carmesim", cujas vítimas são encontradas jogadas no canal com a pele vermelha brilhante. A última vítima, Edmund, tem a imagem do Doutor gravada em sua retina. Os três então viajam para Yorkshire, onde Jenny se infiltra em Sweetville, uma comunidade utópica liderada pela química e engenheira Sra. Gillyflower e o nunca visto Sr. Sweet.[6] Jenny descobre o Doutor acorrentado, com a pele vermelha e uma estatura rígida. Ele a dirige para colocá-lo em uma câmara para reverter o processo e uma vez restaurado, explica que ele e Clara também estavam investigando o horror carmesim. Os dois se infiltraram em Sweetville, mas descobriram que deveriam ser preservados para sobreviver a um apocalipse. O processo não funcionou nele porque não era humano e ele foi salvo de ser destruído por Gillyflower quando sua filha cega Ada o escondeu. O Doutor posteriormente encontra Clara e também reverte o processo nela.[6] Enquanto isso, Vastra reconhece que Sweetville está usando o veneno de uma sanguessuga vermelha pré-histórica que seu povo conhecia. O Doutor e Clara confrontam a Sra. Gillyflower, que revela que planeja lançar um foguete para espalhar a substância pelo mundo; todos na Terra morrerão, exceto as pessoas que vivem em sua comunidade, que o reabitarão para fazer um mundo melhor. "Sr. Sweet" também é revelado como uma sanguessuga vermelha que formou uma relação simbiótica com ela. O Doutor a repreende por fazer experimentos em Ada para acertar a fórmula de preservação e Clara quebra os controles do foguete; no entanto, Gillyflower aponta uma arma para a cabeça de Ada e se dirige para o silo do foguete, que foi disfarçado de chaminé, para alcançar o controle secundário.[6] Gillyflower lança o foguete, mas Vastra e Jenny já removeram o veneno dele, tornando-o inútil. Strax atira nela para impedi-la de matar os outros, fazendo-a cair do corrimão da escada e morrer, enquanto Ada também mata o Sr. Sweet com sua bengala. Quando Clara retorna para casa, ela descobre que as duas crianças que ela toma conta, Angie e Artie, descobriram fotos de suas viagens ao passado na TARDIS pela internet e a forçam a levá-los em uma viagem com ela.[6] ContinuidadeQuando o Doutor chega em Yorkshire, ele menciona a Clara que passou muito tempo tentando levar uma "falastrona australiana" para o Aeroporto de Heathrow, uma referência à acompanhante do Quinto Doutor, Tegan Jovanka, e seus esforços para levá-la de volta para lá entre as histórias Four to Doomsday e Time-Flight (1982).[7] Outra referência a Tegan é feita quando o Doutor diz a Clara, "Coração valente, Clara", uma frase que ele costumava usar ao falar com ela.[7] Na sequência de flashback, o Doutor diz que os ciganos acreditam que a última imagem que uma pessoa morta vê é gravada em sua retina. Isso é semelhante a uma versão que o Quarto Doutor conta à tripulação do Nerva Beacon pouco antes de conectar sua mente ao morto Wirrn em The Ark in Space (1975).[7] Ao chegar em casa, Clara descobre que as crianças que ela cuida encontraram fotos históricas dela de 1974 ("Hide") e 1983 ("Cold War"). Eles também encontram uma foto dela em 1892 como Clara Oswin Oswald/Srta. Montague ("The Snowmen"), que eles presumem ser sua Clara, que não a reconhece.[7] Produção"The Crimson Horror" viu o retorno de Vastra, Jenny e Strax do episódio "The Snowmen". O produtor executivo e showrunner Steven Moffat disse à Radio Times que a história seria do ponto de vista deles, para o público "vê-los enfrentar um caso próprio e tropeçar no caminho do Doutor, acidentalmente".[4][8] Moffat planejou escrever o episódio, mas percebeu que não seria capaz e ligou para seu "velho amigo" Mark Gatiss.[9] O argumento inicial foi um "quase-spinoff da Paternoster Gang", apresentando o autor dos livros de Sherlock Holmes, Sir Arthur Conan Doyle. No entanto, quando Gatiss não conseguiu encontrar uma maneira de dar a Doyle um papel significativo o suficiente na história, sua aparição foi cortada. O antagonista do episódio foi originalmente planejado para ser "múmias" que estavam "todas de preto, como viúvas escocesas", inspiradas pelos afetados pela condição da mandíbula de fósforo.[10] O episódio foi escrito especialmente para Diana Rigg e sua filha Rachael Stirling.[11] Foi a primeira vez que as duas contracenaram juntas.[11] Gatiss havia trabalhado em uma peça com Stirling, que mencionou que ela e Rigg nunca haviam aparecido em algo ao mesmo tempo, então o roteirista se ofereceu para "adaptá-las" em seu episódio de Doctor Who, para o qual ele havia criado a premissa básica.[12] Stirling disse que Gatiss tinha criado "um relacionamento em tela entre Ma e eu que é realmente incrível. Nunca havíamos trabalhado juntas antes porque as ofertas não eram tentadoras, mas quando um roteiro tão engraçado e original surge, você sabe que chegou a hora".[13] Gatiss afirmou que queria escrever um episódio " propriamente do norte" e revelou que Rigg foi capaz de usar seu sotaque nativo de Doncaster pela primeira vez.[12] A leitura do roteiro de "The Crimson Horror" ocorreu em 28 de junho de 2012, com as filmagens começando em 2 de julho.[7] As gravações ocorreram em Bute Town, Caerphilly e Tonyrefail.[14] As cenas realizadas nas ruas de Sweetville foram filmadas nos estúdios da BBC em Cardiff. O designer de produção Michael Pickwoad enfatizou que a rua tinha que ser "quase perfeita demais" para demonstrar como a influência da Sra. Gillyflower a havia corrompido por dentro.[7] Transmissão e recepção"The Crimson Horror" foi transmitido pela primeira vez no Reino Unido na BBC One em 4 de maio de 2013.[1] Os números preliminares de audiência durante a noite mostraram que foi assistido por 4,61 milhões de espectadores ao vivo. No entanto, a audiência final consolidada subiu para 6,47 milhões de pessoas, tornando-se a história menos assistida da temporada.[15] Recebeu um Índice de Apreciação do público de 85.[16] Recepção critica"The Crimson Horror" recebeu críticas geralmente positivas. Ben Lawrence do The Daily Telegraph classificou-o com cinco de cinco estrelas, escrevendo que "acumulou ideia após ideia, mantendo um ritmo fantástico e alegre e entregando uma história fantasticamente satisfatória". Ele elogiou a maneira como o Doutor e Clara não entraram no episódio por quinze minutos, o que reduziu a quantidade de exposição.[17] O crítico do The Guardian Dan Martin foi positivo em relação à maneira como o episódio brincou com o gênero e a forma, dizendo que "foi tão louco e assustador quanto o show deveria ser sempre".[18] Alasdair Wilkins do The A.V. Club descreveu-o como um "episódio divertido" e "traquina", elogiando a atuação de Stirling e o tom alegre da história. Ele também elogiou suas escolhas estilísticas, gostando ainda da decisão de não ter o Doutor ou Clara aparecendo até mais tarde no episódio.[19] Patrick Mulkern, da Radio Times, escreveu que tinha "mistério decente, um enredo lógico, uma pitada de exagero, mas talvez o mais gratificante de tudo é que é uma dança macabra". Ele observou que o episódio tinha "mais do que uma pitada de Os Vingadores", estrelado por Rigg.[20] Mark Snow, da IGN, deu a "The Crimson Horror" uma nota 8,7 de 10, chamando-o de "o melhor até agora" da segunda metade da sétima temporada. Ele elogiou o humor e o estilo e comentou: "a ameaça nunca foi realmente iminente, nem a escala foi tão grandiosa ou épica quanto seus predecessores recentes, mas isso também significava que, pela primeira vez, havia história suficiente para caber em um único episódio".[21] O crítico da SFX Magazine Nick Setchfield concedeu quatro de cinco estrelas, descrevendo-o como "suficientemente seguro para valsar direto à beira da paródia e não mais". Enquanto elogiou Rigg, ele disse que Stirling teve "uma atuação de destaque".[22] Graham Kibble-White, da Doctor Who Magazine, também deu uma crítica positiva, chamando-o de "brilhante e sangrento" e "um conto exagerado notavelmente bem contado, no qual cada elemento - incluindo seu nome - irradia uma luminosidade real", descrevendo a história como "um conto completamente perverso cheio de piadas maliciosas".[23] Morgan Jeffery, do Digital Spy, foi mais negativo, dando ao episódio duas de cinco estrelas. Ele comentou que parecia um "filler" e criticou a personagem de Rigg por ser roteirizada como "uma velha cacarejante exagerada". No entanto, elogiou a profundidade emocional adicionada pela personagem de Stirling e a direção.[24] Versão impressaUma romantização da história escrita por Mark Gatiss foi publicada em brochura e digitalmente em 11 de março de 2021 como parte da Target Collection.[25][26] Um audiolivro narrado por Dan Starkey e Catrin Stewart foi lançado no mesmo dia.[27] Ao escrever a adaptação, Gatiss queria manter o ritmo o mais próximo possível do episódio, adicionando apenas uma cena extra detalhando o primeiro encontro de Jenny com o Doutor. O romance é escrito da perspectiva da Paternoster Gang, com partes narradas por Jenny e Strax. A romantização é dedicada a Diana Rigg, que morreu em setembro de 2020.[10] Notas
Referências
Ligações externas
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