Tito Vestrício Espurina
Tito Vestrício Espurina (em latim: Titus Vestricius Spurinna; c. 24) foi um senador romano que foi cônsul pelo menos duas vezes, a primeira possivelmente em 72 e a segunda, como sufecto para o nundínio de abril de 98, como colegiado do recém-empossado imperador Trajano.[2][3] Conhecido por ter sido um amigo e um modelo para Plínio, o Jovem.[4][5] Espurina foi um dos correspondentes de Plínio e também era escritor.[6] Segundo Plínio, os banquetes em sua casa eram geralmente enriquecidos com cenas da comédia romana.[5] Plínio admirava Vestrício Espurina por sua vida ativa e ordeira mesmo sendo já um septuagenário. Ele gostava de conversar, ler e escrever, se exercitar e de se banhar. Sua alimentação era simples e completa e ele gozava de todas as suas faculdades, mantendo o vigor físico e mental durante sua velhice.[7] OrigemSegundo Ronald Syme, não há registros da origem de Vestrício Espurina, que ele próprio afirma ser "presumivelmente um transpadano". Ele também acrescenta que tanto o gentílico quanto o cognome dele são etruscos, afirmando que o primeiro aparece apenas uma outra vez em toda a península Itálica, numa inscrição em Florentia.[8] CarreiraEspurina aparece nos registros históricos pela primeira vez durante o ano dos quatro imperadores, quando Ápio Ânio Galo, um dos generais de Otão, o colocou no comando de um destacamento de cerca de 3 000 homens para guardar Placentia enquanto o próprio Galo ocupava Verona.[9] Os homens de Espurina se mostraram bastante rebeldes, ansiosos demais para enfrentar os homens de Vitélio. Quando ele tentou manter sua força dentro da cidade, os soldados ameaçaram se amotinar; engenhosamente, Espurina fingiu que atenderia os pedidos deles. No dia seguinte, os soldados marcharam para fora da cidade, mas, quando a noite caiu, eles se espantaram com a notícia de que teriam que construir um acampamento. Segundo a prática romana da época, o trabalho inclui cavar uma trincheira e erguera uma paliçada à volta do acampamento. Quando os soldados começaram mudar de ideia, os oficiais aproveitaram a chance para elogiar "a visão de Espurina ao selecionar Placentia como fortaleza". Os soldados concordaram e marcharam de volta para Placentia, onde alegremente passaram a trabalhar para melhorar as fortificações já existentes.[10] Não se sabe o papel de Espurina na Primeira Batalha de Bedríaco, mas Syme nota que Tácito permite que ele "desapareça, talvez misericordiosamente: não há sinal dele durante a batalha ou durante a rendição".[11] É possível que Tácito tenha ouvido a história sobre as tropas inquietas de Espurina ouvindo o relato dele próprio e Syme sugere o mesmo.[12] Segundo os relatos, ele "não assumiu nenhum cargo sob Domiciano, depois que se tornou desonroso fazê-lo".[13] Quando Nerva assumiu, Espurina foi governador da Germânia Inferior em 97,[14] aos setenta e três anos de idade. Por seu serviço, recebeu a homenagem de uma estátua triunfal.[15] FamíliaA esposa de Vestrício Espurina chamava-se Cócia, provavelmente muito mais jovem. Eles tiveram pelo menos um filho, que morreu por volta de 97 ou 98, antes de conseguir uma carreira significativa. Plínio o chama de Cócio.[16] Ver também
Referências
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