A cidade situava-se numa das principais vias terrestres norte-africanas, que ligava Cartago ao deserto do Sara, passando por várias cidades importantes como Sbiba, Sufes e Sufétula.[1] Alguns trechos da antiga estrada romana chegaram aos nossos dias em bom estado.[2]
Foi originalmente uma cidade cartaginesa, que foi depois refundada como uma colónia de veteranos de guerra por Augusto, em 27 d.C.,[3] a fim de ali recomeçarem a sua vida como civis, com terras que lhes eram oferecidas como recompensa. A sua localização estratégica e o acesso a rotas comerciais contribuíram para que se tornasse uma cidade importante. A maior parte da cidade foi construída na segunda metade do século II e restaurada no século IV, após a crise do terceiro século. Foi dotada de um capitólio em 168.[4] Foi um centro importante de produção de cereais, azeite e fruta.[5] No reinado de Adriano(r. 117–138) foi elevada a município, o que contribuiu para que crescesse em riqueza; Cómodo elevou-a a colónia.
Escavações
Durante as escavações de 1916 foi descoberto um templo tetrastilo, decorado com estátuas de Apolo, Vénus, Baco, Silvano, dos Dióscuros e de um sátiro. Foram também encontrados três vasos perfume com imagens de cães perseguindo coelhos.[6] Em 1920 foi encontrada uma inscrição escrita em homenagem a Cneu Vécio Sabiniano, tendo-se comprovado que outras inscrições com o mesmo nome se referiam à mesma pessoa.[7]
Em 1925 foram escavadas as ruínas das chamadas casas de Baco e Ariadne, datadas do início do século V. Os arqueólogos consideraram a cidade um sítio valioso, nomeadamente devido ao achado de de vestígios de preparação de comida numa horta; esta descoberta e outras lançam alguma luz sobre como poderia ser a vida quotidiana na Roma Antiga.[1]
Os mosaicos encontrados na cidade são do final do século IV.[1] Apresentam temas da natureza, como uma natureza-morta de comida e mar cheio de peixe com jovens pescando em barcos. Outro mosaico mostra uma Vénus nua numa carruagem, rodeada de plantas para representar o bem estar e fertilidade.
Não há edifícios completos e nenhum foi reconstruído, mas há ruínas de um fórum, um anfiteatro, templos, termas, etc. O sítio não está completamente escavado.
Notas
Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Thuburbo Majus», especificamente desta versão.
↑ abcBen Abed-Ben Khader, "Corpus des mosaïques de Tunisie II: Région de Zaghouan 3: Thuburbo Majus, les mosaïques dans la région ouest", rev. David Parrish, American Journal of Archaeology, vol. 97, n.º 3. (Julho de 1993), pp. 590-591
↑Conde Byron Khun de Prorok, "Ancient Trade Routes from Carthage Into the Sahara", Geographical Review, vol. 15, n.º 2. (abril de 1925), pp. 190-205
↑Tenney Frank, "Vergil's First Eclogue and the Migration to Africa",The Classical Review, vol. 40, n.º 1. (fevereiro-março de 1926), pp. 15-16
↑The Cambridge Ancient History, pp. 980-1, vol. XI, Cambridge University Press 2000
↑Jashemski, Foss, Lewis, Timpson, Lee, "Roman Gardens in Tunisia: Preliminary Excavations in the House of Bacchus and Ariadne and in the East Temple at Thuburbo Maius", American Journal of Archaeology, vol. 99, n.º 4 (outubro de 1995), pp. 559-576)
↑William N. Bates, "Archaeological News", American Journal of Archaeology, vol. 22, n.º 1. (janeiro-março de 1918), pp. 73-100
↑Sidney N. Deane, "Archaeological News", American Journal of Archaeology, vol. 25, n.º 1. (janeiro-março de 1921), pp. 83-109
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