Universo de Kingdom HeartsKingdom Hearts, uma franquia de jogos eletrônicos da Square Enix, se passa num grande espaço fictício formado por diversos mundos, incluindo mundos inspirados em filmes da Disney e mundos originais da série. Entre os personagens que populam esse universo, também há os originais e aqueles provenientes da Disney, além daqueles provenientes de jogos da franquia Final Fantasy, também da Square Enix. As características dos personagens não-originais nem sempre correspondem às suas versões canônicas; por exemplo, neste universo, Mickey Mouse é um rei. Além dos mundos propriamente ditos, há também um espaço entre tais mundos chamado the Sea of the Skies ("Mar dos Céus"), pelo qual a passagem só é possível com naves espaciais chamadas Gummi Ships. Os principais personagens são Sora, Pato Donald, e Pateta, sendo os dois últimos um mago e um cavaleiro a serviço do rei Mickey. Riku e Kairi, amigos de infância de Sora, também desempenham um papel importante. Xehanort, o principal antagonista e vilão, assume diversas formas ao longo da série. Os inimigos mais comuns são as criaturas sombrias conhecidas como Hearltless ("sem coração"). ConceitoTetsuya Nomura, o criador da franquia Kingdom Hearts, quis que corações, bem como as forças e conexões do coração, fossem um tema comum nos jogos.[1] Os personagens são compostos de três partes: corpo, alma e coração. O corpo funciona como uma ponte entre o coração e a alma, enquanto a alma fornece vida ao corpo.[2] O coração armazena suas memórias e lhes dá emoção, luz e escuridão. HistóriaEm tempos remotos, o universo era um único mundo banhado pelo calor da luz. Quando os habitantes desse mundo começaram a brigar, a escuridão apareceu em seus corações e o mundo foi, por consequência, consumido. Entretanto, fragmentos de luz permaneceram nos corações das crianças, que os usaram para reconstruir o mundo perdido. A escuridão continuou a existir, mas o mundo, até então único, se dividiu em vários, alimentando a esperança do retorno da luz. Antes dos eventos do primeiro jogo, os diversos mundos foram cercados por barreiras, impossibilitando a transição e qualquer forma de contato entre eles. Porém, com a chegada dos Heartless, essas barreiras foram destruídas (e alguns mundos consumidos no processo). Os blocos Gummi presentes no espaço são pedaços dessas barreiras quebradas. Os habitantes de cada mundo desconhecem o universo exterior e aqueles que viajam por entre os mundos são aconselhados a manter o sigilo e não interferir em assuntos internos, de modo a manter um equilíbrio de separação. Para este fim, viajantes frequentes como Sora, Pateta e Donald mudam sua aparência física em certos mundos para evitar contrastes. Por exemplo, eles se tornam criaturas marinhas quando visitam Atlantica, monstros quando vão a Monstropolis e animais selvagens quando viajam a Pride Lands. CriaturasHeartless ("Sem-Coração")Os Heartless (ハートレス, Hātoresu) são criaturas sombrias que surgem da escuridão nos corações das pessoas e não possuem nem corpo nem alma. São o tipo mais comum de inimigo em todos os jogos da série Kingdom Hearts, encontrados com frequência pelo jogador. Seu nome deriva da sua falta de coração, ainda que eles se originem de corações humanos. Quando a escuridão consome o coração de um personagem, seja ele bom ou ruim, ele se corrompe e se transforma em Heartless. Os Heartless procuram, instintivamente, mais corações para consumir e mundos para embeber em escuridão.[3] Originalmente, todos os Heartless faziam parte de uma variedade conhecida como "sangue-puro". Antes dos eventos do primeiro jogo, os sangue-puro eram comumente encontrados no ambiente das trevas, ainda que pessoas com uma grande força de vontade eram capazes de invocá-los no ambiente da luz. Em seus estudos dos Heartless sangue-puro (parte de uma pesquisa cujo objetivo era descobrir um meio de controlar a mente através do coração), aprendizes de Xehanort e Ansem criaram os Emblem, uma raça artificial de Heartless, a partir da corrupção dos corações vivos.[4] Diferente dos sangue-puro, os Emblem possuem uma insígnia em seus corpos e, quando derrotados, libertam os corações. No entanto, a não ser que sejam derrotados por uma Keyblade, os corações roubados vão para o ambiente das trevas, onde se transformam em Heartless novamente. Combinado à busca de Malévola pelas sete Princesas do Coração por meio do uso das forças da escuridão, este fato torna os Heartless criaturas comuns no ambiente da luz no primeiro Kingdom Hearts. Em geral, os Heartless carecem de mente e são movidos puramente por instinto, mas obedecem àqueles com grande força de vontade.[5] No entanto, nos mundos mais próximos à escuridão, os Heartless são mais fortes, podendo se tornar incontroláveis. Conseguem invadir mundos através dos corredores das trevas, atalhos imprevisíveis que conectam os vários mundos.[6] Nobody ("Sem-Corpo")Quando Heartless são criados, o corpo e a alma daqueles com corações fortes, porém caídos na escuridão, se tornam um outro tipo de criatura conhecida como Nobody (ノーバディ, Nōbadi).[7] Como carecem de corações carregando luz ou trevas, eles não são "nada", ainda que existam fisicamente no universo de Kingdom Hearts.[8] Nobodies têm a habilidade de adquirir seus próprios corações com o tempo, separados de seus corpos originais.[9] Nobodies possuem um visual tipicamente deformado e não humano; a única exceção conhecida é a Organização XIII, um grupo de Nobodies que mantêm suas formas humanas pois possuíam corações fortes em vida, sendo assim capazes de lembrar de sua existência.[10] A maioria dos membros da Organização controla um tipo de Nobody correspondente ao seu estilo de batalha.[11] Assim como os Emblem, os Nobodies também possuem uma insígnia —um coração fragmentado de cabeça para baixo— concebido como um complemento ao símbolo dos Heartless.[12] Quando derrotado, um Nobody descende a um estado de não-ser até sua contraparte Heartless ser destruída e o coração cativo libertado, o que recria o ser original do qual ambos são fragmentos.[13] Dois Nobodies da série, Roxas e Naminé, são considerados "casos especiais" devido às circunstâncias de seus nascimentos. Ambos são criados quando Sora usa a Keyblade de Coração de Xehanort para libertar os corações dele e de Kairi, respectivamente, mas devido a vários eventos peculiares, existem simultaneamente a seus seres originais em vez de substituí-los. Diferente dos membros da Organização XIII, que lembram seus seres originais com memória e personalidade intactas, Roxas se parece com Ventus em vez de Sora por possuir o coração de Ventus em seu interior,[14] e não possui nenhuma das memórias de Sora pelo estado Heartless de Sora ter sido muito breve.[15] Naminé, por sua vez, nasceu do coração de Kairi pelo corpo de Sora e, além de não ter as memórias de Kairi, possui a habilidade de alterar as memórias de Sora e daqueles próximos a ele. ObjetosKeybladeAs Keyblades (キーブレード, Kīburēdo) (/ˈkiːˈbleɪds/) são espadas mágicas em forma de chave criadas para combater a escuridão. São o único meio de libertar corações da sua forma Heartless,[16][17] restaurando-os a seu estado original de seres completos. Keyblades também são capazes de trancar e destrancar todos os tipos de portas e fechaduras.[18] Originalmente, Keyblades eram feitas à imagem da "χ-blade" tanto por aqueles que queriam a luz adentro do Kingdom Hearts para si próprios como os que almejavam ao oposto. Seus portadores, conhecidos como "Mestres de Keyblade", podem transmitir o poder de manusear a espada para quem julgarem dignos; basta fazer com que toquem o cabo da Keyblade ou conectem seu coração a outro. Também há Keyblades como a que Xehanort usa, que são passadas para diferentes donos através de gerações. Tanto a força como a aparência de uma Keyblade mudam dependendo de qual chaveiro é usado. Os chaveiros aumentam as capacidades de luta do portador; alguns são obtidos em certos eventos centrais do jogo; já outros são desbloqueados em minigames. Um elemento presente no primeiro jogo é a habilidade de selar o "coração" de um mundo trancando a fechadura da porta que leva a este mundo, bloqueando assim a entrada dos Heartless. Em Kingdom Hearts II, o jogador usa a Keyblade para desbloquear atalhos entre mundos, os quais haviam sido fechados após os eventos do primeiro jogo.[19] No primeiro jogo, Sora é o único que manuseia uma Keyblade, mas jogos posteriores revelam mais portadores da espada. Em Birth by Sleep, Keyblades podem ser transformadas em Keyblade Gliders, aerobarcos usados para viajar entre mundos; à época, antes das Gummi Ships, os portadores de Keyblades eram os únicos capazes de viajar para outros mundos. Os "portões" que Sora abre mais tarde, conhecidos como Lanes Between, podem ser acessados por qualquer portador de Keyblade.[20] χ-bladeA χ-blade (χブレード, Kīburēdo, pronunciada da mesma forma que "Keyblade") é uma arma antiga de origens desconhecidas, introduzida em Birth by Sleep, capaz de destrancar diretamente o Kingdom Hearts. Feita para ser manuseada pelas duas mãos, tem o formato de duas Keyblades "Kingdom Key" cruzadas no formado de um "X", além de atributos adicionais que lhe dão o formato de uma espada real. A χ-blade tem o poder de abrir o coração de qualquer mundo e exerce e função de guardiã do Kingdom Hearts. Levou à construção de "Keyblades" à sua imagem por aqueles almejando obter o poder do Kingdom Hearts, aqueles que queriam acabar com a luz, e aqueles que queriam protegê-la. O resultado desses interesses diversos foi a Guerra das Keyblades, que terminou no mundo Keyblade Graveyard ("Cemitério das Keyblades"). No rescaldo da guerra, a χ-blade se dividiu sozinha em sete fragmentos de luz e treze fragmentos de escuridão. As sete luzes, as quais se acredita ser a fonte de luz de todo o universo, tornaram-se os corações das sete Princesas do Coração. Em Birth by Sleep, as ambições do Mestre Xehanort em obter a χ-blade o levam a colidir, um contra o outro, dois corações de força idêntica: um de pura luz e outro de pura escuridão. Ele chega a esse meio através de seu ex-aprendiz Ventus e a escuridão personificada da juventude, Vanitas, criada e recrutada por Xehanort para garantir o sucesso de seus planos. Ventus e Vanitas se fundem novamente em um com a χ-blade em mãos, mas a reunião não se completa, pois a espada fica instável e acaba explodindo por causa da destruição de Vanitas dento de Ventus. Em Dream Drop Distance, revela-se que Xehanort recrutou seus treze "Buscadores da Escuridão", a nova Organização XIII composta de suas várias encarnações e pontes, para lutar contra os sete portadores de Keyblade conhecidos como "Guardiões da Luz", ou chegar às Princesas do Coração, para recriar a χ-blade. Kingdom HeartsO Kingdom Hearts (キングダムハーツ, Kingudamu Hātsu), que dá o nome à série, é o "coração de todos os mundos" e a fonte de todos os corações. É um objeto de imenso poder e um elemento central do enredo, cuja luz fomenta a Guerra das Keyblades. No final, o Kingdom Hearts foi consumido pela escuridão produzida pelo conflito, causando a separação dos mundos.[21] O retorno do Kingdom Hearts é o objetivo do Mestre Xehanort em Birth by Sleep; ainda que o Kingdom Hearts apareça sobre o Cemitério das Keyblades, a reunião fracassada de Ventus e Vanitas faz a χ-blade explodir e o Kingdom Hearts desaparecer. Xehanort se parte em um Heartless e um Nobody. Ansem, o Heartless de Xehanort, busca a Porta para a Escuridão para ganhar acesso ao novo Kingdom Hearts artificial criado a partir dos corações dos mundos, enquanto Xemnas, o Nobody de Xehanort, procura criar seu próprio Kingdom Hearts artificial a partir de corações humanos. Essas versões artificiais, no entanto, são apenas recriações de pequena escala do "verdadeiro" Kingdom Hearts, que só pode ser acessado com a sua contraparte, a χ-blade. Cada Kingdom Hearts assume um formato diferente relativo aos corações nos quais é baseado. O Kingdom Hearts no primeiro jogo, feito dos corações dos mundos, tem a aparência de uma esfera de luz atrás de uma porta branca. O Kingdom Hearts feito pela Organização XIII, por sua vez, é uma lua amarela em formato de coração. O verdadeiro Kingdom Hearts, revelado pela χ-blade, é também uma lua em formato de coração, porém azul em Birth by Sleep e amarela em Kingdom Hearts III. Lista de mundosHá uma grande quantidade de mundos na série Kingdom Hearts, mostrados nos diversos jogos e mídias da franquia. Como já mencionado, há dois tipos de mundo: os originais e os baseados em filmes da Disney. Legenda:
OriginaisMundos criados para a série sem base específica em nenhum filme ou jogo, ainda que possam conter personagens de várias origens diferentes. São eles:
DisneyMundos baseados nos filmes da Disney, com personagens e locais semelhantes aos desses filmes. São eles:
InternosEsses mundos não são acessíveis diretamente do espaço (Sea of the Skies), mas sim através de "portais" dentro de outros mundos.
RecepçãoA ambientação da série trouxe críticas positivas na maior parte. Quando o primeiro jogo foi anunciado, certas publicações expressaram ceticismo quanto à sua viabilidade.[23][24][25] Andrew Reiner do Game Informer afirmou que, apesar de diferenças extremas entre as propriedades intelectuais de Final Fantasy e da Disney, elas formam uma boa mistura junto ao novo conteúdo criado para a franquia. Outro crítico do Game Informer, Matt Miller, descreveu o conceito como uma "casca dura", e chamou a combinação das duas propriedades de "ridícula". Em contraste, no entanto, ele elogiou a fórmula da franquia, dizendo-a ser um sucesso.[26] Os gráficos dos jogos, em particular sua similaridade com o material em que se baseiam, receberam elogios generosos. Segundo a IGN, "os mundos se parecem bastante com suas contrapartes no cinema".[27] O site japonês Gpara.com também elogiou o visual dos mundos.[28] GameSpot descreveu os mundos como "ambientes familiares maravilhosamente ricos",[29] e o GamePro os descreveu como "iguaizinhos aos filmes originais."[30] Em 2002, após o lançamento do primeiro jogo, os ambientes dos mundos da Disney foram bem recebidos pelos críticos. Scott Marriott, do Allgame, os considerou o conceito mais atraente do jogo e afirmou que algumas escolhas dos desenvolvedores a este respeito foram uma "surpresa". Ele elogiou seu design, acrescentando que eles integram uma "boa quantidade" de características familiares dos filmes da Disney e que, apesar de pequenos, é aprazível interagir com esses personagens e ambientes familiares.[31] Segundo Maura Sutton, do Computer and Video Games, os elementos da Disney são um dos principais fatores que criam esses "mundos incríveis".[32] Críticos do segundo jogo da série, Kingdom Hearts: Chain of Memories, se mostraram desapontados com o número limitado de novos mundos exploráveis.[25][33] Sobre Kingdom Hearts II, Bryan Intihar, da 1UP.com, afirmou que sua ambientação e design são atraentes, "impecáveis" e superiores às do primeiro jogo, elogiando em particular a atmosfera do mundo Timeless River.[34] Reiner, no entanto, afirmou que os elementos da Disney em Kingdom Hearts II servem como uma mera distração à história principal.[26] Referências
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