Do que toca ao nome científico, tanto o nome genérico, como o epíteto específico, vanellus, provêm do latim, consistindo no diminutivo do étimo vannus[24], que significa «joeira; peneira», por alusão ao movimento das asas das aves deste género, que lembram o gesto de peneirar cereal numa joeira.[25]
Quanto ao nome comum, «abibe», crê-se que este provirá de origem onomatopaica, por alusão ao piar da ave.[26]
Descrição
Os abibes medem cerca de 28 a 30 centímetros de comprimento. Quanto à plumagem, exibem um topete ou penacho, testa, garganta, dorso e peito pretos e partes inferiores brancas.[2] Sendo certo que, no dorso, conta com uma penugem de cor negra com matizes esverdeados, que se esbatem no Inverno.[27]
No rosto, exibe um padrão de manchas brancas faciais, que a distinguem das demais aves limícolas.[27]
Tem, ainda, patas compridas e esguias. Enquanto espécie insectívora, nutre-se de invertebrados e minhocas.[2]
Presença em Portugal
Sendo certo que a população residente em território nacional não é especialmente grande, esta espécie é sobremaneira comum, na metade sul do país e em especial nos meses de Inverno.[2] Pelo que é particularmente fácil de encontrar entre os meses de Outubro e Fevereiro, daí que sejam associadas ao frio e dêem pelo nome de ave-fria em algumas partes do país.[27]
No Norte do país, porém, a sua ocorrência é bastante mais rara.[2]
Em contrapartida, na Primavera, os avistamentos tornam-se mais escassos e o número de aves residente tende a diminuir significativamente, mercê da migração.
É uma espécie com tendências gregárias, pelo que se pode observar, amiúde, no ensejo de grandes bandos, compostos por algumas centenas de indivíduos.[27] Por vezes, encontra-se em relação de simpatria com a Pluvialis apricaria.[27]
Habitat
É uma espécie higrófila, que privilegia espaços abertos, sejam eles à beira-mar ou no interior.[27] Pode encontrar-se em courelas agricultadas à beira-mar ou em terrenos e campos languinhosos e lamacentos, ausentando-se das regiões rochosas ou densamente florestadas.[2]