Viriato TrágicoViriato Trágico é um poema épico do escritor português Brás Garcia de Mascarenhas.[1][2] Composto por 20 cantos, Viriato Trágico foi publicado postumamente em 1699 (o autor falecera em 1656), inicialmente impresso e editado em Coimbra. No entanto, como a obra viria a cair no esquecimento, foi lançada, em 1846, uma nova edição, que foi reeditada em dois tomos, por iniciativa de Albino de Abranches Freire de Figueiredo.[3] ContextoEscrito no contexto da União Ibérica e das guerras da Restauração, a obra tem como objetivo homenagear o herói lusitano Viriato, figura paradigmática da luta contra as invasões externas.[4] O próprio autor, Brás Garcia de Mascarenhas, era ele mesmo um militar heroico que combateu as tropas espanholas durante as Guerras da Restauração.[5] Estrutura
— Viriato Trágico, Canto I, estrofe 1 O poema, como muitas outras obras épicas da literatura portuguesa do século XVI, é escrito em oitava rima.[6] Esta estrofe de oito versos de origem italiana é composta de versos decassílabos rimados com abababcc. O poema conta a história de Viriato, guerreiro da Península Ibérica que travou uma guerra contra os romanos no século II a.C..[7] Segundo Diodoro da Sicília, historiador grego, Viriato veio da Lusitânia, ou seja, do antigo Portugal. Ele tornou-se o líder de um exército e permaneceu invencível por muito tempo. Os romanos não conseguiram derrotá-lo em nenhuma batalha, então decidiram assassiná-lo. Ele foi morto a facadas durante o sono. Só então a Ibéria se tornou uma província romana. Viriato morreu, mas sua fama sobreviveu não só a ele, mas também ao Império Romano. LegadoApesar da importância da obra como uma homenagem ao célebre chefe lusitano, Viriato Trágico é considerado por António Moniz um poema cheio de erros históricos, como a referência à participação de Viriato na Segunda Guerra Púnica, ao lado de Aníbal (apesar do primeiro ter nascido cerca de um século depois), entre outras.[4] O Professor Hernâni António Cidade dá-lhe preferência sobre os outros poemas épicos portugueses do século XVII. "Neste singular poema", diz ele, "em boa parte feito da essência dos nervos e do espírito do autor, sente-se, mesmo através do engomado da forma, comum aos restantes, palpitar a vida, como em nenhum outro. Vida de ar livre – jogos de barras, canas, danças, corridas, cavalhadas – e vida íntima de tumulto sentimental, que se intercala, imprevistamente, entre páginas colaboradas pelo gosto da época, páginas de moralista e poeta frequentador do salão seiscentista."[3] Aubrey FitzGerald Bell é muito mais severo, pois que, reconhecendo no poema "algumas descrições vigorosas" e "uma atmosfera agradável de patriotismo e atmosfera indígena", afirma que, no estilo, mal se diferencia da prosa, e que as descrições geográficas fastidiosas, os catálogos áridos de nomes, produzem no leitor menos admiração do que sono.[3] Referências
Ligações externas
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