Wanderbilt Duarte de Barros
Wanderbilt Duarte de Barros (Óbidos, 25 de fevereiro de 1916 — Rio de Janeiro, 30 de abril de 1997) foi um agrônomo e ambientalista brasileiro. BiografiaBarros estudou primeiro em sua cidade natal, e depois em Belém do Pará. Graduou-se em 1937 em Engenharia Agronômica na Escola Agrotécnica de Passa Quatro, Minas Gerais. Aprovado em concurso, tornou-se funcionário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e depois foi designado para o Parque Nacional do Itatiaia. Seu trabalho foi reconhecido, levando-o a ocupar uma série de posições de relevo na administração pública, destacando-se a direção do Parque Nacional da Serra dos Órgãos e do Parque do Itatiaia e a superintendência do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.[1] Tornou-se mais conhecido durante sua gestão em Itatiaia, dirigindo o parque de setembro de 1943 até fevereiro de 1957. Ali realizou uma série de melhorias na infraestrutura física e administrativa, abriu trilhas, implantou um serviço de fiscalização, um museu de fauna e flora, um núcleo de pesquisas científicas, ampliou a biblioteca e iniciou a publicação do periódico Boletim do Parque Nacional do Itatiaia, um veículo de divulgação das pesquisas realizadas no parque, para as quais convidou muitos especialistas renomados. Preocupava-se com a conservação da natureza e procurou organizar formas de turismo não agressivo. Seu trabalho possibilitou o estudo de muitas espécies e a identificação de outras desconhecidas, e projetou o parque internacionalmente. No Jardim Botânico do Rio também deixou uma obra importante na reestruturação dos seu funcionamento, além de organizar um congresso internacional de jardins botânicos.[1] Participou de um grupo de estudos para a reforma agrária e por um ano (1965) presidiu o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, foi membro do Conselho Nacional de Reforma Agrária e do Consórcio Brasileiro de Produtividade, e assessor para problemas agrônomos de Roberto Campos no Ministério do Planejamento.[2] Foi autor de artigos científicos e em 1952 publicou um livro influente sobre a criação de áreas protegidas,[3] Parques Nacionais do Brasil, que segundo Carla Morsello "é a primeira obra claramente voltada para a discussão deste tema no Brasil, e que muito influenciou cientistas e técnicos da época. Neste trabalho ficava igualmente clara a preocupação com a conservação dos recursos naturais, os quais estavam sendo esgotados pelos métodos de exploração postos em prática pela humanidade, especialmente a partir da era industrial".[4] Um dos primeiros ambientalistas do país, foi um dos fundadores e presidente de uma das primeiras ONGs nacionais, a Fundação Brasileira para Conservação da Natureza (1958),[3] e é lembrado como uma das figuras mais marcantes na história do ambientalismo brasileiro.[1][5][6] Hoje o Centro de Visitantes no Parque de Itatiaia leva seu nome, assim como uma rua na cidade de Itatiaia. Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, enalteceu sua "grande trajetória com muitas conquistas e várias contribuições na administração pública e nas pesquisas científicas", e guarda "boas lembranças da nossa luta pela biodiversidade e das áreas protegidas da Mata Atlântica".[7] Ver tambémReferências
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