Abdelaziz Bouteflika
Abdelaziz Bouteflika GColIH (em árabe: عبد العزيز بوتفليقة Oujda, 2 de março de 1937 – 17 de setembro de 2021) foi um político argelino. Foi presidente da Argélia de 1999 a 2019, quando renunciou em meio a uma onda de protestos que pediam sua saída do poder.[1] Foi um dos líderes da Revolução Argelina. Com a libertação de seu país, serviu como Ministro das Relações Exteriores entre 1963 e 1979. Também já havia presidido a Assembleia Geral das Nações Unidas. Como presidente da república, ele conduziu o fim da Guerra Civil da Argélia em 2002 e do estado de emergência em 2011. Em novembro de 2012, ultrapassou Houari Boumédiène como presidente argelino a passar mais tempo no cargo. BiografiaNascido no então Protetorado Francês em Marrocos, Bouteflika mudou-se com a família para Tremecém, na Argélia francesa, onde ele passou boa parte de seus primeiros anos de vida. Em 1957, no terceiro ano da Guerra de Independência Argelina (1954-1962), Bouteflika ingressou na Frente de Libertação Nacional, alistando-se no Exército de Libertação Nacional, braço armado do grupo, que lutava contra o domínio francês.[2] Tornou-se um oficial do ALN em 1960 e, após a independência da Argélia em 1962, Bouteflika foi nomeado Ministro para a Juventude, Esportes e Turismo da nova nação africana. No ano seguinte, foi nomeado pelo presidente Ahmed Ben Bella como novo Ministro das Relações Exteriores.[2] Ele teve participação importante no golpe militar liderado pelo coronel Houari Boumedienne, que removeu Ahmed Ben Bella do poder em 19 de junho de 1965.[3] Bouteflika continuou a servir como ministro das Relações Exteriores no novo governo, e a Argélia destacou-se no cenário internacional como um dos protagonistas do Movimento dos Países Não Alinhados. Com a morte do coronel Boumedienne, em 1978, Bouteflika era um dos militares cotados para substituí-lo na presidência. No entanto, o exército nomeou o ministro da Defesa Chadli Bendjedid como novo presidente argelino, e logo depois Bouteflika perdeu sua posição como ministro das Relações Exteriores.[2] Acusado de corrupção por seus adversários políticos, Bouteflika exilou-se por vontade própria em 1981. Em seu retorno à Argélia, em 1987, ele voltou a ser um membro da FLN.[2] PresidênciaEm 1999, Bouteflika concorreu como candidato único às eleições presidenciais da Argélia, sendo eleito com 74% dos votos, segundo números oficiais. Os outros seis postulantes de oposição haviam denunciaram um esquema de fraude em favor de Bouteflika, candidato apoiado pelo regime militar, e desistiram de suas candidaturas.[4] Como presidente, Bouteflika conduziu o processo para pacificação da Argélia para colocar fim ao longo conflito civil iniciado em 1992, concedendo ampla anistia a grupos militantes islâmicos que atuavam dentro do país.[2] Também concentrou-se em reconstruir e fortalecer a reputação internacional a Argélia, por exemplo, mediando um acordo de paz entre Eritreia e Etiópia.[5] A 14 de janeiro de 2003, foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.[6] Em 8 de abril de 2004, foi reeleito para um segundo mandato presidencial, com 83,49% dos votos, em uma eleição dentro da legalidade, segundo observadores internacionais, apesar da contestação de seu rival e antigo primeiro-ministro Ali Benflis.[7] Em 2005, ele organizou um referendo pela "Carta presidencial para a Paz e a Reconciliação Nacional", em uma tentativa de colocar um ponto final à guerra civil de 1992.[8] Apesar da aprovação em massa ao referendo e dos esforços para restaurar a paz e reduzir a atividade e a violência de grupos rebeldes do país, alguns insurgentes se articularam com a rede al Qaeda e formaram o grupo Al Qaida no Magreb Islâmico, responsável por uma série de atentados suicidas durante o seu segundo mandato.[9][10] Embora se especulasse continuamente sobre o seu estado de saúde,[11] Bouteflika concorreu a um terceiro mandato presidencial em 2009, sendo reeleito com 90,24% dos votos, enquanto seus adversários denunciaram supostas fraudes e manipulações no pleito.[12] Em abril de 2013, Bouteflika sofreu um acidente vascular cerebral, mas se manteve no cargo de presidente argelino.[13] Considerado grande favorito em mais uma disputa eleitoral marcada por boicote e denúncias de fraude de oposicionistas, foi reeleito em 17 de abril pela quarta vez consecutiva, com 81,53% dos votos, à frente do ex-primeiro-ministro Ali Benflis.[14] RenúnciaDevido a uma onda de protestos na Argélia, no dia 2 de abril de 2019 Bouteflika renuncia ao cargo de Presidente da Argélia em meio a uma crise política, social e econômica que assola o país. MorteBouteflika morreu em sua casa na noite de 17 de setembro de 2021, a causa da morte ainda não foi divulgada.[15][16] Referências
Ligações externas
|