No decorrer do golpe, em 1º de abril Galhardo deixou o comando do III Exército ao mesmo tempo que Ladário foi nomeado à 6ª DI e, como general mais antigo do III Exército, ocupou interinamente seu comando. O coronel Jarbas Ferreira de Souza assumiu a divisão e Adalberto deveria seguir ao Rio de Janeiro. Em vez disso, clandestinamente assumiu o comando da guarnição da 6ª DI em Cruz Alta.[a] Por causa da chuva, vestia capa impermeável, gerando a história de que teria escapado disfarçado de padre.[7] Em Cruz Alta aceitou a autoridade do general Mário Poppe de Figueiredo, comandante da 3ª DI, em Santa Maria, e autoproclamado comandante do “III Exército Revolucionário”.[8] Antes da entrada de Poppe em Porto Alegre, em 3 de abril, Adalberto já havia retornado à cidade.[9]
Nomeado ministro do Superior Tribunal Militar, exerceu esse cargo de 16 de abril de 1969 a 9 de julho de 1973. Presidiu a referida corte, no período de 19 de março a 9 de julho desse último ano.[12]
Como requisito para a sua candidatura à vice-presidência da República na chapa do também General gaúchoErnesto Geisel, filiou-se à ARENA que homologou suas candidaturas em convenção nacional realizada em 14 de setembro de 1973. Os candidatos governistas foram vitoriosos no Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1974 por ampla margem de votos sobre Ulysses Guimarães e Barbosa Lima Sobrinho, os "anticandidatos" do MDB.
Foi vice-presidente da República entre 15 de março de 1974 e 15 de março de 1979. Em 1977, tornou-se o primeiro morador do Palácio Jaburu, residência oficial do vice-presidente, projetado por Oscar Niemeyer em 1973.[13] Marcado pelo jeito discreto, foi uma figura simbólica no Governo Geisel. Cumprido o mandato, ao qual encarou como mais um dever militar e não guardou nostalgia, deixou a vida pública. Segundo a Folha de S. Paulo (2008), "o militar gaúcho era tido como um homem cordial, mas que não fazia cerimônias".[3]
Bibliografia
Almanaque Abril 1986. 12ª edição. São Paulo (SP), Abril, 1986.
Notas
↑Axt, Gunter (Agosto de 2020). «Resistência e derrota do Presidente João Goulart, em abril de 1964, em Porto Alegre». Rio de Janeiro: IHGB. Revista IHGB (483): 303-332. Consultado em 6 de março de 2021. O autor data o ocorrido no dia 2, mas pelo depoimento do general Ladário em Silva, Hélio (2014). 1964: Golpe ou Contragolpe?. Porto Alegre: L&PM. p. 394, a saída de Porto Alegre foi no dia 1.
↑Pereira, José Canavarro (1964). A revolução de 31 de março de 1964 na 3ª DI. Santa Maria: 3ª DI. Em: Motta, Aricildes de Morais (coord.) (2003). 1964-31 de março: O movimento revolucionário e sua história. Col: História Oral do Exército. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora. p. 48-82, Tomo 13. p. 70.