O quartiere Appio-Latino está localizado a sudeste da cidade, encostado na Muralha Aureliana, e suas fronteiras são:
ao norte está o rioneMonti, separado pela própria muralha no trecho entre a Porta Metronia e a Porta San Giovanni (Via Ipponio, Via Farsalo, Via Sannio e a Piazzale Appio).
a leste está o quartiere Q. VIII Tuscolano, separado pela Via Appia Nuova, da Piazzale Appio até a Via dell'Almone.
a sudeste está o quartiere Q. XXVI Appio-Pignatelli, separado pela Via dell'Almone, Via Appia Nuova até a Via Appia Pignatelli, e pela Via Cecilia Metella, da Via Appia Pignatelli até a Via Appia Antica.
a sudoeste está o quartiere Q. XX Ardeatino, separado pela Via Appia Antica, da Via Cecilia Metella até a muralha (Porta San Sebastiano), e o rioneCelio, separado pela Muralha Aureliana, da Porta San Sebastiano até a Porta Metronia (Via delle Mura Latine e Viale Metronio).
Subdivisões históricas
Appio-Latino incorpora alguns topônimos históricos, incluindo Alberone, que identifica a área do lado direito (sudoeste) da Via Appia Nuova, entre o vale da ferrovia (Ponte Lungo), a Villa Lazzaroni e a Via Latina. O nome é uma referência à presença de uma secular uma azinheira secular na Via Appia Nuova, infelizmente derrubada numa tempestade em 7 d novembro de 2014[1].
Na Via Latina, na lateral do Valle della Caffarella, ficava, até a década de 1990, uma favela conhecida como Borghetto Latino.
História
As origems da região de Appio-Latino remontam aos primeiros anos da Roma Antiga. A Via Latina, que emprestou seu nome ao quartiere, era uma importante via de ligação com o Latium Vetus e com a Campania já utilizada no período anterior aos romanos e certamente pelos etruscos. A Via Ápia, por outro lado, que o poeta Estácio definiu como a "longarum Regina viarum" no final do século I, foi criada "somente" em 312 a.C. pelo censor romanoÁpio Cláudio Cego, a quem deve seu nome. Ambas começavam na antiga Porta Capena (que ficava do lado esquerdo do Circo Máximo) da Muralha Serviana, e a primeira seguia até Casilino (Cápua), atravessando o os vales do Sacco e do Liri, e outra ia primeira até Casilino e depois continuava até Brundísio (Brindisi). Característica do território também, em segundo lugar, estão cinco imponentes aquedutos que seguem pelo eixo representado pela moderna Via del Mandrione, construídos entre 144 a.C. e 212 a.C.: a Água Márcia, a Água Tépula e a Água Júlia, reunidos numa única estrutura, e a Água Cláudia e o Ânio Novo, reunidos num outro conjunto de arcos, e mais a Água Antoniniana, uma ramificação para o sudoeste da Água Márcia.
Durante a era romana, a região era caracterizada por uma rede de suntuosas villaspatrícias, cisternas subterrâneas para coleta de água, canais de irrigação de áreas cultivadas, fábricas e imponentes estruturas defensivas, como a própria Muralha Aureliana. Com a Guerra Gótica (535-554), toda a passagem foi destruída, os aquedutos foram interrompidos e o transporte comercial e militar cessou, marcando o início de uma longa fase de abandono da região.
Apesar de não se saber ao certo a data de sua abertura, acredita-se que a Via Tuscolana tenha sido aberta depois do século VI, certamente para substituir a antiga Via Latina, completamente abandonada, na ligação de Roma com Túsculo e os Castelli Romani. Graças ao Liber Pontificalis sabemos que o aqueduto Água Mariana foi construído em 1122 por encomenda do papa Calisto II para permitir a irrigação do Agro Lateranense.
Appio-Latino estava entre os quinze primeiros quartieri criados em 1911 e oficialmente instituídos em 1921[2]. Originalmente, era um quartiere periférico, fora das muralhas e, por isso, passou por uma caótica urbanização entre a I e a II Guerra Mundial. Em 1931, foi votado um novo plano direto (em italiano: Piano Regolatore) para a região, que levou a um maciço aumento do volume de construções em relação ao plano de 1909 e, como resultado, já na metade da década de 1930, toda a região entre a Porta Metronia e a ferrovia já havia sido totalmente edificada. Nos anos seguintes, a história urbanística do quartiere foi de contínuas construições de dimensões excessivas, sobretudo ao longo da Via Tuscolana[2]
Atualmente, este quartiere é parte do centro da cidade de Roma e está subdividido em duas partes: ao norte está a zona majoritariamente residencial pertencente ao Municipio VII e, ao sul, uma região quase completamente desabitada ocupada em parte pelo Parco della Caffarella, no Municipio VIII.
Manodori, Alberto (1991). I Rioni e i Quartieri di Roma. QUARTIERE IX. APPIO LATINO (em italiano). 6. Roma: Newton Compton Editori
Montanari, Paolo (2015). Appio Latino Tuscolano. Un profilo storico e archeologico del territorio (em italiano). Roma: Europa Edizioni. ISBN978-88-6854-476-8