Asa com enflechamento negativo - é a asa cuja inclinação é voltada para a parte frontal da aeronave.
História
Projetistas alemães idealizaram, pela primeira vez, a construção de aeronaves com asas inclinadas para a frente em 1936. Na época, tais aeronaves não foram construídas.
Durante a II Guerra Mundial, a Alemanha produziu os primeiros aviões com este tipo de asa. Em 1944 os EUA fabricaram o planador de transporte utilitário Cornelius XFG-1.[1] Este projeto acabou por ser abandonado depois de um acidente fatal. Apenas dois foram construídos.[2][3]
No pós-guerra a NACA (EUA) realizou testes em túnel de vento com uma versão do Bell X-1 dotada de asas voltadas à frente. Como, poucas vantagens aerodinâmicas foram percebidas, estas experiências foram postas de lado, mesmo apesar de a URSS ter realizado testes com modelos em escala real na mesma época.
Em 1964 a alemã Hamburger Flugzeugbau fabricou o HFB-320 Hansa Jet. Até hoje, o único avião de asas com enflechamento negativo produzido em série. Apenas 47 foram produzidos.[4]
Em 1997, a russa Sukhoi apresentou o protótipo do Sukhoi Su-47 no Show Aéreo de Paris. Especialistas ocidentais suspeitaram que poderia tratar-se de um aparelho que serviria na aviação naval. Porém a Sukhoi, talvez por dificuldades técnicas ou financeiras, não o produziu em larga escala.
Em asas convencionais (asas em flecha), o ar flui para longe da fuselagem. Já na asa voltada para a frente, o fluxo de ar escoa até a junção da asa e concentra-se sobre a fuselagem;
É possível e normalmente necessário empregar computadores para correção constante da estabilidade da aeronave. Sem esta correção, há um grande risco de o aparelho ficar incontrolável;
Um avião com esta configuração de asa, necessita de pistas de pouso e decolagem menores que aviões com asas convencionais (carece de referência).
Vantagens x desvantagens
Uma aeronave dotada com este tipo de asa apresenta vantagens e desvantagens:
Vantagens
Em uma aeronave como o F-5, pode-se experimentar, no escopo de pesquisa de controle de aeronaves naturalmente instáveis, apenas trocando sua asa por uma com enflechamento negativo;
No caso de uma aeronave naturalmente instável, ou seja, artificialmente estável (através de controle em malha fechada), pode-se experimentar manobrabilidade excepcional.
Desvantagens
A estrutura da asa requer maior rigidez (ou dessintonização por massas concentradas) para aumentar a velocidade de acoplamento torção-deflexão;
A fim de garantir a estabilidade natural da aeronave, é mais difícil o posicionamento da asa, visto que a raiz precisa estar de forma que o seu centro aerodinâmico fique a uma certa distância do centro de gravidade da aeronave;
Aeronaves naturalmente instáveis, se em níveis muito altos, têm como catastrófica uma falha simples do sistema de controle de voo, visto que levar em modo direto o controle da aeronave significa entregar nas mãos do piloto uma aeronave praticamente impossível de ser controlada.
(em inglês) Junkers Ju 287: Germany's Forward Swept Wing Bomber. Stephen Ransom, Peter Korrell, Peter D. Evans. (Partners Pub Group,2009). ISBN 190322392X
Fundamentos de Engenharia Aeronáutica - 7ed. John D. Anderson Jr. (McGraw Hill Brasil 2015, 944 p.). ISBN 9780073380247 - Parcialmente disponível em Google e-Livros