Pode atingir os 2 m de comprimento e até 96 kg de peso no caso do macho e 1.5m no caso da femea. Pode viver até 25 anos e a maturidade sexual é geralmente atingida entre os 2 e os 4 anos de idade,[3] mas pode surgir apenas aos 8 anos no nordeste do Ártico.[4] Possui coloração que vai do castanho ao verde, com manchas no lado dorsal, com tons prateados na zona ventral. É claramente visível uma linha lateral. O seu habitat estende-se desde a linha de costa até à plataforma continental.
Várias populações de bacalhau entraram em colapso na década de 1990 (declínio >95% da biomassa máxima em termos históricos) e não conseguiram recuperar mesmo após a cessação da pesca.[5] Esta ausência do superpredador conduziu a uma cascata trófica em muitas áreas.[5] Muitas outras populações de bacalhau permanecem em risco. O bacalhau-do-atlântico é considerado vulnerável na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN.[1]
Ciclo de vida
Os bacalhaus adultos formam grupos de desova desde o final do inverno até à primavera.[6][7] As fêmeas libertam os seus ovos várias vezes,[8] e os machos competem para fertilizá-los.[9][10][11] Os ovos fertilizados são arrastados pelas correntes oceânicas e tornam-se larvas. A idade de maturação varia entre as populações de bacalhau, variando entre os 2 e 4 anos no Atlântico ocidental,[12] e chegando aos 8 anos no nordeste do Ártico.[4]
Parasitas
O bacalhau-do-atlântico serve de hospedeiro intermédio, paraténico ou definitvo a um grande número de espécies parasitas: 107 taxa listados por Hemmingsen e MacKenzie (2001)[13] e sete novos registos por Perdiguero-Alonso et al. (2008).[13] Os grupos de parasitas do bacalhau predominantes no nordeste do Atlântico foram tremátodes (19 espécies) e nemátodes (13 espécies), incluindo anisaquídeos larvares, os quais constituíam 58.2% do número total de indivíduos.[13] Os parasitas do bacalhau-do-atlântico incluem copépodes, digeneanos, monogeneanos, acantocéfalos, céstodes, nemátodes, mixozoários e protozoários.[13]
Considera-se que o bacalhau do Atlântico noroeste foi alvo de sobrepesca em toda a sua área de distribuição, resultando no colapso da pesca nos Estados Unidos e Canadá durante o início da década de 1990.
A pesca do bacalhau na Terra Nova remonta ao século XVI. A captura de bacalhau até à década de 1960 era em média 300 000 toneladas por ano, mas a partir desta altura avanços tecnológicos permitiram que os navios-fábrica conseguissem capturas maiores. As capturas atingiram o seu máximo de 800 000 toneladas em 1968 tendo entrado gradualmente em declínio a partir desse ano. Com a retoma limitada das capturas em 2006, foram pescadas 2 700 toneladas de bacalhau. Estimativas da população de bacalhau ao largo da costa em 2007 indicaram que esta era apenas 1% da que existia em 1977.[15]
Entre as tecnologias que contribuíram para o colapso da pesca do bacalhau-do-atlântico incluem-se os navios propulsados por motores a gasóleo e a inclusão de compartimentos de congelação a bordo dos navios. Os navios propulsados tinham motores e redes maiores e melhor navegação. A capacidade para capturar o peixe tornou-se ilimitada. Adicionalmente, a tecnologia do sonar tornou a deteção e captura de peixe mais fácil. O sonar foi inicialmente desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial para deteção de submarinos inimigos, e mais tarde aplicado na localização de cardumes de peixes. Estas novas tecnologias, bem como o uso de arrastões de fundo levaram à destruição de ecossistemas inteiros, contribuindo para o colapso da população de bacalhau-do-atlântico. Elas eram muito diferentes das antigas técnicas de pesca à linha.[16]
↑C.Michael Hogan, (2011) Sea of the Hebrides. Eds. P. Saundry & C.J.Cleveland. Encyclopedia of Earth. National Council for Science and the Environment. Washington DC.
↑O’Brien, L., J. Burnett, and R. K. Mayo. (1993) Maturation of Nineteen Species of Finfish off the Northeast Coast of the United States, 1985-1990. NOAA Tech. Report. NMFS 113, 66 p.
↑ abKenneth T. Frank, Brian Petrie, Jae S. Choi, William C. Leggett (2005). «Trophic Cascades in a Formerly Cod-Dominated Ecosystem». Science. 308 (5728). pp. 1621–1623. PMID15947186. doi:10.1126/science.1113075 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Scott, Beth E.; Marteinsdottir, Gudrun; Begg, Gavin A.; Wright, Peter J.; Kjesbu, Olav Sigurd (2005). «Effects of population size/age structure, condition and temporal dynamics of spawning on reproductive output in Atlantic cod (Gadus morhua)». Ecological Modelling. 191 (3-4): 383–415. doi:10.1016/j.ecolmodel.2005.05.015
↑J. T. Nordeide; Folstad (2000). «Is cod lekking or a promiscuous group spawner?». Fish and Fisheries. 1 (1): 90–93. doi:10.1046/j.1467-2979.2000.00005.x
↑O'Brien, L.,
J. Burnett, and R. K. Mayo. (1993) Maturation of Nineteen Species of Finfish off the Northeast Coast of the United States, 1985-1990. NOAA Tech. Report. NMFS 113, 66 p.
↑Freedman, Bill. "Atlantic Cod and its fishery". Codfishes: Atlantic Cod and its fishery, 2008. 3 November 2008 Free Site Search Engine
This article incorporates CC-BY-2.0 text from the reference.[1]
↑Perdiguero-Alonso D., Montero F. E., Raga J. A. & Kostadinova A. (2008). "Composition and structure of the parasite faunas of cod, Gadus morhua L. (Teleostei: Gadidae), in the North East Atlantic". Parasites & Vectors 2008, 1: 23. doi:10.1186/1756-3305-1-23