A origem do nome é controversa, e pode estar ligada à palavra alemã belt ("faixa"), utilizada para designar os dois estreitos dinamarqueses que o conectam ao mar do Norte. Outros acreditam que a origem seja a palavra latinabalteus, com o mesmo significado.[6] Mas deve-se notar que os nomes dos belts podem estar ligados à palavra dinamarquesa bælte, que também significa faixa. Além disso, o próprio Adão de Bremen comparou o mar com uma faixa, afirmando que o mar é assim denominado porque ele estica ao longo da terra como uma faixa.[nota 2] Ele também pode ter sido influenciado pelo nome de uma ilha lendária mencionada em A História Natural, de Plínio, o Velho. Plínio menciona uma ilha chamada Baltia (ou Balcia) com referência a notas de Píteas e Xenofonte. É possível que Plínio se referisse a uma ilha chamada Basilia ("reino" ou "real") em Sobre o Oceano (Περι του Ωκεανου), de Píteas. Baltia também pode ser derivada de "faixa" e significar "perto da faixa do mar (estreito)".
Outros ainda defendem que o nome da ilha origina-se da raiz indo-europeiabhel,[7] que significa "branco". Esta raiz e seu sentido básico permaneceram no lituano (como baltas) e no letão (balts). Uma hipótese relacionada sustenta que o nome originou desta raiz indo-europeia por meio de uma língua báltica, como o lituano.[8]
Uma outra explicação é que, derivada da raiz mencionada, o nome do mar é usado para nomear várias formas de água e substâncias similares em várias línguas europeias, o que pode ter sido originalmente associado com as cores encontradas em pântanos. Ou ainda que o nome era relacionado a pântanos e seu sentido original era de "mar fechado, baía" em oposição a "mar aberto.[9] Alguns historiadores suecos, por sua vez, acreditam que o nome derive do deus secundário Balder, da mitologia nórdica.[10]
Na Idade Média, o mar foi conhecido por uma variedade de nomes. O nome mar Báltico só começou a predominar a partir do século XVI. O uso de báltico e outros termos para denotar a região a leste do mar começou apenas no século XIX. Em sueco, finlandês, alemão e dinamarquês, ele é conhecido como "mar do Leste", enquanto em estoniano, é chamado de "mar do Oeste".[10]
História
O Báltico surgiu com o aumento do nível do mar, após o fim da última glaciação, no último período glacial, ocorrida há cerca de 12 000 anos.[11] Originário de um lago pré-glacial de água doce — o lago Glacial Báltico, portanto sem ligação com o oceano da época, o mar Báltico tornou-se um mar após o derretimento de geleiras que o cercavam, seguido de uma elevação da terra ao redor. Neste fenômeno, conhecido como isostasia, a pressão adicionada pela água em uma região gerou uma tensão de elevação da superfície em seu redor, como em uma alavanca. O derretimento do gelo, por sua vez, reduzia o peso sobre o relevo circundante, facilitando sua elevação.
Salinidade
A salinidade do mar Báltico é muito menor do que a da água dos oceanos. Isso ocorre devido ao abundante escoamento de água doce da terra circundante, que contribui com cerca de um quadragésimo do seu volume total por ano: o volume da bacia é de cerca de 21 000 km³ e o escoamento anual é de cerca de 500 km³. As taxas de precipitação e descarga de água doce superam a evaporação, causando uma diluição da água do mar.[12] Em contrapartida, recebe pouca água salgada do oceano Atlântico devido a esta só poder entrar pelos estreitos do Öresund e dos Belt. Suas águas têm salinidade de 10 a 15 g/kg, enquanto a do mar Vermelho é de cerca de 40 g/kg.[13][14]
Poluição
O mar Báltico é um dos mares mais poluídos do planeta. Está cercado por zonas com grande população e produção agrícola e industrial, ao mesmo tempo que tem uma entrada mínima para água fresca do Atlântico. [15]
É constantemente cruzado por inúmeros navios de carga e de passageiros. Enormes ferryboats transportam milhares de turistas entre Estocolmo na Suécia e Helsínquia e Turku na Finlândia. [14]
Na Dinamarca, criadores de porcos vêm despejando milhares de toneladas de esterco suíno no mar Báltico, alterando seu equilíbrio e tornando-o um dos mares mais poluídos do mundo.[16]
Partes do mar Báltico
O mar Báltico é composto por várias partes. Em termos genéricos, este mar vai do Golfo de Bótnia, no norte, até à Escânia sueca e às ilhas dinamarquesas da Zelândia, Fyn e Lolland, no sudeste. Num sentido mais estrito, o mar Báltico vai da região das ilhas Åland até à região da Escânia e das ilhas dinamarquesas. [14]
↑Ergo iam dextro Suebici maris litore Aestiorum gentes adluuntur, quibus ritus habitusque Sueborum, lingua Britannicae propior.[5] (À direita do Mar Suevo, residem as nações éstios que usam os mesmos costumes e dos suevos; sua língua lembra a da Bretanha.)
↑Balticus, eo quod in modum baltei longo tractu per Scithicas regiones tendatur usque in Greciam
↑ abcLars Bergquist, Thomas Magnusson, Peter A. Sjögren e Thomas Fehrm (ilustrador) (2002). «Östersjön». Norstedts första uppslagsbok. Kunskap från början (em sueco). Estocolmo: Norstedts ordbok. p. 456. 460 páginas. ISBN9172273186 !CS1 manut: Usa parâmetro autores (link)
↑Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «Miljöproblem i Östersjön». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och kultur. p. 84-87. 216 páginas. ISBN91-27-62563-XA referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
DiMento, J. F. C; Hickman, Alexis Jaclyn (2012). Environmental Governance of the Great Seas: Law and Effect (em inglês). [S.l.]: Edward Elgar Publishing. 220 páginas. ISBN9781848443754A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
Dini, Pierto Umberto (2000). Baltu valodas (em lituano). Riga: Jānis Roze. ISBN9984-623-96-3
Ernby, Birgitta; Gellerstam, Martin; Malmgren, Sven-Göran; Axelsson, Per; Fehrm, Thomas (2001). «Östersjön». Norstedts första svenska ordbok (em sueco). Estocolmo: Norstedts ordbok. 793 páginas. ISBN91-7227-186-8