O resultado da batalha foi uma derrota dos exércitos mouros, que limitou a capacidade bélica da Taifa de Sevilha na região das Beiras, aumentado a sua perda de influência e poder na região, levando à Campanha das Beiras, à conquista definitiva de Coimbra, por parte de Fernando I de Leão em 1064.
Antecedentes
Depois das campanhas de Almançor no final do século X e início do século XI, toda a região a norte do Mondego tinha sido novamente subjugada e ocupada pelos mouros. Em 985 foi saqueada a cidade de Braga, e dois anos depois, numa campanha de razias sucessivas contra os reinos cristãos, Almançor capturou Coimbra, Seia, Viseu e Lamego.
Posteriormente, raidesviquingues e normandos na região do Minho e da Galiza no início do século XI, enfraqueceram em grande modo o poder bélico do Condado Portucalense e causaram grande instabilidade política dentro deste. [3]
Em 1034, a região do entre Douro e Mondego continua a despertar a atenção dos muçulmanos da taifa de Sevilha, onde, em finais desse ano, Abú Al-Cásim organiza um exército de modo a saquear as regiões locais. [4]
A partir de Fevereiro de 1035, começa a sua marcha ao Norte de Portugal. Bermudo III, que se encontrava na Galiza por esta altura, prepara um exército para ir ao encontro do exército mouro. Esse embate iria dar-se a 23 de março.[5]
Batalha
Perto do antigo Castro Calbo, vila de Cesar, deu-se o embate das forças muçulmanas e das forças cristãs comandadas por Bermudo III, a 23 de Março de 1035. Os exércitos de Bermudo III encontrava-se na posição mais elevada tendo a vantagem do terreno.[6] Presume-se que os exércitos de Al-Cásim tenham ido ao encontro das hostes leonesas e portucalenses, o que infligiu grandes baixas no exército muçulmano que terá retirado depois da carga cristã. [4]
O desfecho da batalha foi uma vitória decisiva das forças de Bermudo III, que permitiu a este aniquilar a força expedicionária de Abedalá e travar a incursão muçulmana acima do Mondego. Segundo a Crónica dos Godos, o próprio rei da taifa de Sevilha, Abú Al-Cásim foi feito prisioneiro nesta batalha[3][1][7]
Consequências
Com a retirada dos exércitos muçulmanos da região acima do Mondego, Bermudo III planeia com a nobreza portucalense uma ofensiva para retomar os territórios perdidos até ao Mondego. No entanto, com a morte de Sancho III de Pamplona a 18 de outubro de 1035, Bermudo III decide dirigir-se rapidamente para Leão, onde foi imediatamente recebido como Rei de Leão, e começou uma campanha para recuperar Castela de Fernando. [3]Com a ausência de Bermudo III, a ofensiva cristã perde o ímpeto e acaba por fracassar a sua contra-ofensiva.
Apenas em 1039, com a Campanha das Beiras, é que existirá de facto uma ofensiva contra a Taifas muçulmanas, de modo a retomar e reconquistar cidades como Lamego, Viseu, Seia entre outras.