Nota: Nos anos de 1864 a 1878 pertencia ao concelho de Belém, extinto por lei de 18/07/1885. No censo de 1890 figura Benfica (intra-muros) no concelho de Lisboa e Benfica (extra-muros) no concelho de Oeiras. Os seus limites foram fixados pela Lei n.º 56/2012, de 8 de novembro.[6]
História
Benfica começou por ser uma aldeia de camponeses da região saloia. Com eles também algumas ordens religiosas se instalaram no território.
No século XVIII começou a registar-se uma forte atracção de novas classes abastadas, seduzidas pela paisagem, que se instalam em quintas.
No século XIX aparecem as ligações com transportes públicos e assiste-se ao crescimento exponencial da cidade.
Com a extinção do Termo de Lisboa em 1852, o território de Benfica é primeiro integrado no novo concelho de Belém e, mais tarde, em 1886, é dividido. A parte exterior à nova Estrada da Circunvalação de Lisboa é integrada em Oeiras (como Benfica (Extramuros), sendo actualmente o núcleo do concelho da Amadora) e a parte interior é integrada em Lisboa, dando origem à actual freguesia.
A cidade de Lisboa continuou a crescer velozmente, o que se refletiu na crescente urbanização da freguesia. Da década de 1950 até à década de 1990 do século XX, a população triplicou de 17 843 habitantes para cerca de 50 000 habitantes.
Mais recentemente, a par da crescente edificação assiste-se ao decréscimo da população residente, não só pelo envelhecimento mas também pela migração dos habitantes mais jovens para a periferia.
Património e locais de Interesse
A maioria dos monumentos em Benfica que não foram destruídos pela expansão urbanística, são das quintas de Benfica. Alguns desses monumentos, como a Quinta da Granja ou a Vila Ana encontravam-se, no início de 2008, à espera de obras de recuperação ou preservação.
Quartel dos Bombeiros Sapadores de Lisboa, junto à Segunda Circular.
Centro Comercial Colombo, junto ao estadio do Benfica, dispondo de mais de 400 lojas e de um jardim
Origem do topónimo
Sobre a origem do nome "Benfica" existem diversas versões de duvidosa veracidade. Fernão Lopes, na sua Crónica de el-rei D. Pedro I (Capítulo IX) descreve assim a origem do termo:
"…Maria Rousada, mulher casada com seu marido, que dormira com ela por força antes de a receber por mulher, ao que então chamavam, "Rousar" e depois "Forçar" (violar) por a qual cousa ele merecia morte se ela lhe não perdoasse. E tendo já dela filhos, viviam ambos muito contentes, e em grande bem querença e ouvindo-a El-Rey chamar por tal nome, perguntou porque lho chamavam? E soube da sorte como tudo fora, e que se avieram que casassem ambos por tal feito não vir mais a público. El-Rey por cumprir justiça mandou-o logo enforcar, e ia a mulher e os filhos carpindo atrás dele com grande lastimança, mas não lhe valeu. (Dizem que isto sucedeu no Termo de Lisboa, no Lugar de Bemfica, e que dizendo os que acompanhavam El-Rey, que a mulher ficava mal, respondeu El-Rey: Bem fica, e casando-a depois com outro lhe deu com que passar; e que celebrando-se a acção del Rey ficara este nome ao Lugar, que dantes tinha outro, porque as palavras dos Príncipes, ditas com discrição, ficam em Provérbios, e quase em Leis, e Ordenações."
A freguesia de Benfica foi uma das mantidas aquando da reorganização administrativa da cidade de Lisboa,[7] sofrendo apenas pequenos ajustes nos limites com as freguesias vizinhas.