Apesar dos seus êxitos, Grable sempre foi modesta e franca acerca de seus talentos artísticos. Ela sempre admitia estar longe de ser "a melhor bailarina ou cantora do mundo". Os filmes em que participou, arrecadaram uma importância superior a 100 milhões de dólares, segundo o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.[3] As suas pernas foram seguradas por seu estúdio por US$ 1 milhão como um golpe publicitário.[4] Descrevendo sua carreira no cinema, Grable disse: "Eu me tornei uma estrela por duas razões, e estou de pé sobre elas". Estima-se que ela tenha ganhado mais de US$ 3 milhões durante sua carreira.[5]
Infância
Betty Grable nasceu Elizabeth Ruth Grable em 18 de dezembro de 1916, em Saint Louis, no Meio-Oeste americano. Ela era a caçula de três filhos do casal Lillian Rose (née Hofmann; 1889-1964) e John Charles Grable (1883-1954), um corretor da bolsa. Ela tinha ascendência holandesa, irlandesa, alemã e inglesa. O apelido de "Betty" ela ganhou ainda criança. Apesar de seu sucesso, ela sofria de demophobia, medo de multidões, e era sonâmbula.
Carreira
Início de carreira: 1929–1939
Grable e sua mãe viajaram para Hollywood em 1929, logo após o quebra da bolsa de valores de Nova York, na esperança de alcançar o estrelato. Sua mãe nunca mediu esforços para que sua filha ficasse famosa, falsificando inclusive sua identidade para arranjar um contrato e, aos 12 anos, a menina já atuava em Dias Felizes (1929), com o rosto cheio de maquiagem e cabelos de loiro platina, cabelo que usou por toda sua vida. Isto eventualmente levou a ter pequenos papéis em A Caminho de Hollywood (1930) e em curtas-metragens comercias para a 20th Century Fox.
Em 1930, aos 13 anos, Grable iniciou uma parceria com a produtora de Samuel Goldwyn, tornando-se uma das primeiras Goldwyn Girls[6], aparecendo em uma série de pequenos papéis em filmes, entre eles, o megassucesso Whoopee! (1930), estrelado por Eddie Cantor. Apesar de não ter recebido nenhum crédito na tela por sua atuação, ela conduziu número musical de abertura do filme, intitulado "Cowboys". Em 1932, assinou um contrato com a RKO Pictures, seu primeiro filme para o estúdio, Probation (1932), deu a jovem Grable o seu primeiro papel no cinema creditado. Nos anos seguintes, porém, ela foi novamente relegada a papéis menores e sem créditos em uma série de filmes, muitos deles tornaram-se sucessos em todo o mundo, como o sucesso de 1933, Cavalgada.[7] Ela recebeu papéis maiores em A Alegre Divorciada[8] (1934) e Nas Águas da Esquadra[9] (1936), dois filmes musicais estrelados pelos populares Fred Astaire e Ginger Rogers.
No final dos anos 1930, Grable assinou com a Paramount Pictures, que lhe emprestou a 20th Century-Fox para co-estrelar uma comédia adolescente chamada Loucuras de Estudantes (1936), mas seu desempenho foi ignorado pelo público e crítica, em favor da recém-chegada Judy Garland. Quando ela voltou para a Paramount, começou uma nova fase em sua carreira; o estúdio começou lançando-a em uma série de filmes universitários, a maioria das vezes retratando personagens ingênuas e pouco inteligentes. Estes filmes inclui, Amor Entre Bastidores (1937) e Jazz Academia (1938). Embora Grable interpretasse os papéis principais nesses filmes, isso a levou ao estereotipo da inocente e não tão brilhante "loira burra".
Em 1939, ela apareceu ao lado de seu então marido Jackie Coogan em Ela Prefere os Atletas, um filme B cujo famoso título tornou-se referência de Grable.[10] A comédia não alcançou o sucesso esperando pela Paramount, então o estúdio a liberou de seu contrato,[11] Grable então preparava-se para deixar Hollywood e levar uma vida mais simples. No entanto, ela mudou de ideia levada pela chance de vencer na Broadway; ela aceitou a oferta de Buddy DeSylva para estrelar seu musical DuBarry Was a Lady ao lado de Ethel Merman. A peça foi um sucesso de crítica e público e foi um marco em sua carreira.[12]
Estrelato na Fox: 1940–1949
Em uma entrevista de 1940, Grable afirmou que estava "cansada" do show business e que ela estava pensando em se aposentar. Mas o sucesso de DuBarry Was a Lady chamou a atenção de Darryl F. Zanuck, chefe da 20th Century-Fox, que lhe ofereceu um contrato de longo prazo. "Se isso não é sorte, eu não sei do que você chamaria isso", disse ela em sua primeira entrevista depois de assinar com o estúdio. Zanuck, que havia ficado impressionado com o desempenho do musical de Buddy DeSylva, deu-lhe o papel principal no filme Serenata Tropical (1940).[13] O papel tinha sido inicialmente atribuído a Alice Faye, a estrela preferida dos musicais da Fox, mas ela teve que recusar o papel devido problemas de saúde não esclarecidos. Depois de analisar o seu teste de tela, Zanuck substituiu Faye por Grable no filme.[14] A comédia musical em technicolor foi co-estrelada por Don Ameche e Carmen Miranda. O desempenho de Grable em Serenata Tropical é considerado um dos destaques do filme, que foi um sucesso de crítica, arrecadando US$ 2 milhões de bilheteria em seu lançamento, e muitos críticos proclamaram Grable como a sucessora natural de Faye. O sucesso do filme levou o estúdio a escala-las como imãs em A Vida é uma Canção (1940)[15], ao longo dos anos, boatos foram criados sobre rivalidade entre Grable e Faye durante as filmagens, mas isso foi sempre negado por elas.
Depois de Tin Pan Alley, ela participaria novamente com Don Ameche de Sob o Luar de Miami (1941), que também traz a atriz Carole Landis no elenco. Em 1941, a Fox tentou ampliar a gama de publico de Grable, lançando-a em dois filmes com enredos diferentes do que ela havia estrelado anteriormente. O primeiro, Um Yankee na R.A.F., lançado em setembro, foi co-estrelado com o galã Tyrone Power. O filme seguiu o enredo de muitos outros filmes da época da Segunda Guerra Mundial, mas não foi considerado um filme de propaganda pelo estúdio. Na época de seu lançamento, A Yank in the R.A.F. recebeu críticas positivas, com muitos críticos destacando a química na tela entre Grable e Power. Ele também foi um grande sucesso de bilheteria, tornando-se o quarto filme mais popular daquele ano. O segundo filme, Quem matou Vicki?, lançado em novembro, oferecia a Grable sua segunda parceria com Carole Landis, e também co-estrelou Victor Mature. Dirigido por H. Bruce Humberstone, este noir preto e branco foi bem avaliado pela maioria dos críticos, e teve um sucesso financeiro razoável.[16] A fama de Grable continuou a subir quando ela estrelou A Canção do Havaí, ao lado de Victor Mature e Jack Oakie. No mesmo ano ela participaria do elenco de Rapsódia da Ribalta co-estrelado por John Payne, no qual ela interpretou uma estrela glamorosa da Broadway. A Fox, em seguida, começou a desenvolver o roteiro de um filme baseado no romance "Second Honeymoon" de Philip Wylie, o resultado do projeto foi a comédia musical Minha Secretária Brasileira (1942) dirigido por Irving Cummings, tendo novamente Payne como seu par romântico. O elenco também incluía Cesar Romero e Carmen Miranda, o seu futuro marido, Harry James também participaria do longa-metragem. O filme foi um sucesso imediato, arrecadando mais de US$ 2 milhões em bilheteria.[17] O sucesso levou a Fox a aumentar o seu salário, dando-a uma escolha mais ampla sobre os filmes que faria.
Em 1943, Grable foi eleita em sorteio a número um de bilheteria pelos espectadores do cinema americano; ela ultrapassou Bob Hope, Gary Cooper, Greer Garson, Humphrey Bogart e Clark Gable em popularidade. Seu filme seguinte, Turbilhão, lançado em junho de 1943, foi um technicolor co-estrelado por George Montgomery. O filme arrecadou mais de US$ 3,5 milhões de bilheteria e foi bem recebido pela crítica. O filme Rosa, A Revoltosa (1943) foi igualmente bem sucedido nas bilheterias, embora não conseguisse obter o mesmo favoritismo crítica. O sucesso de Grable como uma pin-up girl promoveu sua carreira como uma estrela de cinema fazendo com que o chefe do estúdio Fox, Darryl F. Zanuck manifestasse interesse em ampliar o alcance dela como atriz. Apesar de sua falta de qualidade, os seus filmes eram imensamente populares. Com o fim da guerra, Grable segurou suas pernas no Lloyd's de Londres por uma cifra considerada gigantesca, US$ 1.000.000 por perna.[18] Depois de dar à luz sua filha, ela voltou ao estúdio para estrelar Diamond Horseshoe (1945), ao lado de Dick Haymes e Phil Silvers. Depois de As Irmãs Dolly (1945), nenhum de seus novos filmes conseguiram repetir o sucesso dos antigos. Após cinco anos de trabalho constante, Grable tirou férias prolongadas. Ela, no entanto, voltou brevemente para as filmagens de A Professora Se Diverte (1946), no qual apareceu como um fã do personagem de seu marido Harry James. Grable estava relutante em voltar ao cinema, mas a Fox estava desesperadamente precisando de seu retorno. Sem os seus filmes, que geravam grandes lucros, o estúdio lutava para se manter à tona.
O filme Sua Alteza, a Secretária (1947), onde ela interpreta Cynthia Pilgrim, uma estudante universitária, não conseguiu recuperar o investimento financeiro que a companhia esperava. Seu filme seguinte, ...E os Anos Passaram de Walter Lang, foi lançado em setembro de 1947, co-estrelado por Dan Dailey. O enredo conta a história de dois velhos artistas de vaudeville que se veem no passado em seu auge através de uma série de flashbacks. O filme foi aclamado pela crítica e foi um sucesso de bilheteria, arrecadando cerca de US$ 5 milhões. Em 1948, ela foi lançada em A Condessa Se Rende, um filme em que Jeanette MacDonald ou Gene Tierney havia sido consideradas para seu papel. Grable co-estrelou ao lado de Douglas Fairbanks Jr. e foi originalmente dirigido por Ernst Lubitsch. Mas após a morte prematura de Lubitsch durante a produção, ele foi substituído por Otto Preminger. Grable teve problemas durante as filmagens tanto com Fairbanks como com Preminger, e por diversas vezes abandonou as gravações, mas seguindo os conselhos de seu agente, ela retornou ao set para concluir as filmagens. Quando o filme foi finalmente lançado, recebeu críticas mistas; e não gerou a receita esperada pelo estúdio. No mesmo ano, Grable foi escalada para as filmagens de Quando o Amor Sorri ao lado de Dan Dailey, por sua atuação no longa-metragem, Dailey recebeu uma indicação ao Oscar, a única de sua carreira. Fechando a década, Grable estrelou Essa Loira é um Demônio (1949), apesar do elenco ser constituído por Cesar Romero e Rudy Vallée, o filme foi duramente criticado, mas ao contrário do que se pensa, foi um sucesso de bilheteria razoável.
Em 1943, Grable colaborou com o fotógrafo Frank Powolny em uma sessão de fotos em estúdio para uso promocional do filme Rosa, a Revoltosa. Durante a sessão, ela tirou várias fotos em um maiô apertado. Uma pose em particular consistia nas costas de Grable para a câmera enquanto ela brincava sorrindo, olhando por cima do ombro direito, a razão para essa pose era o fato dela estar grávida de seu primeiro filho.[19] A foto foi lançada como um pôster e se tornou a mais solicitada pelas tropas americanas no exterior. A fotografia de Grable vendeu milhões de cópias, ultrapassando a popularidade da famosa foto de Rita Hayworth em 1941.
O sucesso de Grable como uma garota pin-up promoveu sua carreira como uma estrela de cinema. Enquanto sua popularidade continuava a subir, o chefe da Fox, Darryl F. Zanuck, manifestou interesse em ampliar o alcance dela como atriz. Zanuck tentou, em várias ocasiões, lançá-la em filmes que desafiavam suas habilidades de atuação, apesar da resistência de Grable; que sentia-se insegura quanto ao seu talento e a sua preferência em estrelar musicais.[20]
Zanuck cedeu ao pedido de Grable e como resultado, o estúdio preparou um filme chamado Pin Up Girl para ela. O filme a tem como anfitriã de uma cantina da USO, que também fornece entretenimento para as tropas durante seu tempo lá. O musical usou sua famosa fotografia pin-up em muitas cenas, o que aumentou as vendas da foto. Muitas das cenas posteriores do filme tiveram que ser reescritas para esconder a gravidez de Grable. Pin Up Girl foi co-estrelada com os comediantes Martha Raye e Joe E. Brown e lançada em abril de 1944, com enorme sucesso nas bilheterias.[21] Os críticos, no entanto, não gostaram do filme. A Variety escreveu que o filme "não faz pretensões de ultra-realismo", mas também o chamou de "muito gostoso e agradável".
Depois de um tempo para dar à luz uma filha, Grable voltou a Fox para estrelar Diamond Horseshoe (1945) de George Seaton, ao lado de Dick Haymes e Phil Silvers. Embora o filme tenha arrecadado mais de US$ 3 milhões nas bilheterias, ele não foi um sucesso financeiro por causa de seus altos custos de produção. The Dolly Sisters (1945), seu próximo filme, uniu-a com a estreante June Haver, uma atriz que a Fox estava promovendo como sucessora de Grable. Embora a imprensa tenha sugerido que havia uma rivalidade tensa nos bastidores entre as duas atrizes, ambas negaram, alegando serem boas amigas. The Dolly Sisters arrecardou mais de US$ 4 milhões nas bilheterias [22][23][24] e foi o segundo longa-metragem com maior lucro da Fox naquele ano, atrás de Leave Her to Heaven.
Declínio e últimos filmes: 1950–1955
Desde 1942, Grable estava entre as "10 estrelas mais rentáveis do cinema", ela inclusive chegou ao 1º lugar em 1943, e em segundo lugar em 1947 e 1948 (em 1947 Grable era a atriz mais bem paga dos Estados Unidos, ganhando cerca de 300 mil dólares no ano - uma quantia fenomenal para a época). Em 1949, embora ainda estivesse entre os dez primeiros, ela caiu da segunda para a sétima posição. A Fox ficou preocupada que Grable estivesse tornando-se "coisa do passado", o chefe de produção do estúdio, Darryl F. Zanuck, adaptou Noiva que não Beija para atender os talentos dela. O filme era um remake do seu antigo sucesso, Turbilhão. Apesar da semelhança no enredo, o novo filme teve canções inéditas, e números de danças coreografados para modernizar-lo. Noiva que não Beija foi lançado em maio de 1950, e foi um sucesso de bilheteria, apesar das críticas menos favoráveis. Seu filme seguinte, A Cegonha Demora-se, lançado em dezembro de 1950, foi novamente estrelado ao lado de Dan Dailey, e igualmente bem sucedido financeiramente. Em 1950, Grable tinha recuperado seu status como a mulher mais popular do cinema americano; ficando em quarto lugar geral, atrás apenas John Wayne, Bob Hope e Bing Crosby.
Embora, no início da década de 1950, Grable estivesse à procura de originalidade nos scripts oferecidos a ela, ela não teve sorte em encontrar personagens que realmente gostaria de interpretar, relutantemente, ela concordou em fazer Minha Cara Metade (1951), novamente com Dan Dailey, o filme foi um sucesso moderado, e foi rapidamente seguido por Ao Cair do Pano (1951), co-estrelado por Macdonald Carey, Rory Calhoun, e Eddie Albert. O filme recebeu críticas favoráveis da maioria dos críticos e foi um sucesso de bilheteria. Em 1952, Grable começou a renegociar seu contrato com a Fox. Ela pediu um salário maior e a opção de fazer apenas os filmes quisesse. O estúdio se recusou em atender suas exigências, e ela deixou a companhia. Como resultado, Grable foi substituída por Marilyn Monroe na adaptação para o cinema de Os Homens Preferem as Loiras.[25]
Depois de um ano longe das telas, Grable reconciliou-se com a Fox e concordou em estrelar um remake musical de A Vida É uma Canção chamado The Farmer Takes a Wife (1953). O filme foi uma tentativa do estúdio em recapturar o auge de Grable como maior estrela do estúdio, e, embora ela fizesse par romântico com o popular Dale Robertson, o filme foi um fracasso crítico e de bilheteria. Ela estrelou em seguida Como Agarrar um Milionário, ao lado de Marilyn Monroe e Lauren Bacall. Durante a produção, surgiram rumores que Grable e Monroe não se davam bem. Grable, cuja carreira estava em declínio, foi sendo substituída por Monroe, como a mais nova estrela da Fox e, possivelmente, como sucessora oficial. Apesar dos rumores a cerca disso, Grable e Monroe desmentiram haver qualquer desavença e inimizade entre elas, sendo até mesmo vistas juntas em alguns eventos no ano seguinte ao lançamento do filme. How to Marry a Millionaire foi um triunfo de bilheteria quando lançado, arrecadando cerca de US$ 8 milhões. Esse foi também o seu último grande sucesso com o estúdio.[26]
Depois de recusar um papel principal em O Mundo da Fantasia de Irving Berlin, Grable teve seu contrato novamente suspendo pela Fox e foi substituída por Ethel Merman. Em um esforço para evitar ser processada, ela rancorosamente concordou em voltar a Fox para completar mais dois filmes. O primeiro, Aposenta-se um Marido (1955), com Jack Lemmon e Marge e Gower Champion. O filme teve um sucesso razoável de bilheteria, especialmente no exterior. Ela, então, concordou em fazer Como Usar as Curvas (1955), já como artista freelancer, sobre a garantia de que Marilyn Monroe seria sua co-estrela. Mas Monroe desistiu da produção, e foi substituída por Sheree North. O lançamento do filme foi cercado por uma enorme campanha publicitária de promoção, mas, apesar disso, o filme não conseguiu fazer jus ao investimento feito pela Fox, muitos críticos se queixam da falta de química entre Grable e North. Mas, no entanto, tornou-se um sucesso de bilheteria, ganhando mais de US$ 3,7 milhões. Depois deste, Grable disputou o papel de Miss Adelaide em Garotos e Garotas (1955), mais perdeu o personagem para a atriz Vivian Blaine.
Em 1955, com o fim de seu contrato com a Fox, Grable se aposentou das telas do cinema, embora continuasse se apresentando nos palcos e na televisão, sobre o ocorrido, a atriz relatou em uma entrevista na Europa no ano de 1960 que "a era dos grandes musicais não poderiam durar eternamente" por isso acabou não renovando seu contrato com o estúdio, deixando de vez a carreira no cinema.[27]
Por volta de 1969, Grable decidiu aceitar o convite para ser a estrela principal do musical The Peaceful Palace em Londres. A peça no entanto foi um fracasso e acabou ficando poucos dias em cartaz. Uma nova oportunidade surgiu em 1972, quando recebeu um convite para estrelar a nova versão do musical No, No, Nanette na Austrália, Grable deveria embarcar em princípios de maio daquele ano, mas poucos dias antes, teve de cancelar a viagem, havia descoberto que estava com câncer de pulmão.[27]
Vida pessoal e morte
Betty Grable foi casada duas vezes, primeiro com o ex-ator infantil Jackie Coogan em 1937, a relação durou até 1939.
Em 1943, Betty se casou com o trompetista Harry James, mas alguns anos depois, o casamento tornou-se um pesadelo cheio de escândalos. O casal teve duas filhas, Victoria e Jessica. James era alcoólatra e um viciado em jogos de azar, fazendo com que Grable também se tornasse dependente de bebidas alcoólicas e em corridas de cavalos, juntos eles desperdiçaram mais de $ 5 milhões e quase arruinaram com sua família. James também é acusado de ter sido um pai ausente e irresponsável, que minou o respeito próprio de sua esposa com relações extraconjugais e com suas dívidas de jogo.[28] Em 1965, eles se divorciaram.
Após o divorcio, Grable começou um relacionamento com o dançarino Bob Remick, vários anos mais jovem, com quem permaneceu até a sua morte em 1973.[29]
Betty Grable "foi talvez a mulher mais desejada durante uma década crucial na história americana", disse o Turner Classic Movies.[31] Ela apareceu em vários filmes de grande sucesso musical nos anos 1940, e era conhecida por vários apelidos durante seu auge, incluindo: "A menina com as pernas de um milhão de dólares" (por ter seguro das suas pernas no valor de US$ 1 milhão cada no Lloyd's of London), "A rainha do musical de Hollywood", e "A querida dos anos 40".[32]
A sua foto em traje de banho, olhando para trás por sobre o ombro direito, transformou-a na maior das pin-ups durante a Segunda Guerra Mundial e consequentemente da Década de 1940. A imagem foi posteriormente incluída numa lista compilada pela revista LIFE, 100 Photographs that Changed the World (As 100 Fotos que Mudaram o Mundo).[33] Betty Grable foi uma das seguidoras do mito do sensualismo explosivo, iniciado por Mae West e seguido depois por Marilyn Monroe. A imagem de Monroe era a idealização da 20th Century-Fox, que desejava uma atriz loira, resistente e esperta, para que pudesse substituí-la no estúdio.[34] Grable também serviu de inspiração para Hugh Hefner fundar a revista Playboy.[35] A boneca Barbie, criada na década de 1950, teve como inspiração Betty Grable.[36]
Em 8 de fevereiro de 1960, ela foi homenageada com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.[37] E em 2009, foi introduzida no Hall of Fame do Missouri.[38] Ela também serviu de inspiração para o quarto episódio da quarta temporada de Os Simpsons, onde Bart imita a pose icônica de Grable em Lisa the Beauty Queen, onde os personagens da série recriam imagens históricas.[39]