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Capela da Senhora Sant'Ana

Capela de Sant'Ana Mestra
Capela da Senhora Sant'Ana
Fachada da Capela
Informações gerais
Estilo dominante colonial
Construção século XIX[1][2]
Diocese Diocese de Anápolis[3]
Geografia
País Brasil
Localização Paróquia Santa Bárbara, Capela do Rio do Peixe
Coordenadas 15° 39′ 03″ S, 48° 59′ 51″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

A Capela de Sant'Ana Mestra, mais conhecida como Capela da Senhora Sant'Ana, é um significativo templo católico localizado no Povoado da Capela do Rio do Peixe, em Pirenópolis, Goiás. Integrada à Paróquia Santa Bárbara, esta capela carrega consigo uma rica história que remonta ao auge da exploração de ouro nas margens do Rio do Peixe. A presença de aventureiros e mineradores na região não apenas deu vida à capela, mas também estabeleceu Sant'Ana como a padroeira e protetora do lugar, refletindo a profunda influência do catolicismo em uma comunidade marcada por construções simples e rústicas.

A atual capela construída em meados do século XIX, está localizada a aproximadamente 37 quilômetros de Pirenópolis, no Povoado da Capela do Rio do Peixe e faz parte do distrito de Lagolândia. O povoado é acessível por estradas asfaltadas. O local, que atingiu seu auge no final do século XVIII, era conhecido como o Arraial de Sant'Anna do Rio do Peixe e, em 1833, foi elevado à categoria de distrito. Com o esgotamento das minas, a comunidade adaptou-se à agricultura e, atualmente, está se tornando um destino turístico, especialmente durante a Romaria de Sant'Anna, que ocorre anualmente entre 17 e 26 de julho.[4].

A visibilidade do povoado também se deve à família Camargo, que reside na região desde o século XIX, destacando-se a dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano. O local ganhou notoriedade como cenário do filme "Dois Filhos de Francisco" e da série "É o Amor: Família Camargo", atraindo muitos visitantes em busca de conhecer suas raízes culturais e naturais.[5]

Histórico

A capela foi construída em meados do século XIX, em um local que, durante o ciclo do ouro, era conhecido como Arraial de Sant'Anna do Rio do Peixe sob domínios da Paróquia Nossa Senhora do Rosário. O povoado foi elevado à categoria de distrito em 1833. Sua primeira construção, uma capela modesta, foi erguida em um contexto onde as moradias eram simples, feitas de pau-a-pique e adobe, com cobertura de folhas de buriti e piso de chão batido, refletindo as condições de vida dos habitantes da época. A atual capela, a terceira a ser construída no local, ergue-se em um gramado elevado, em lugar diferente da segunda construção, que se incendiou, e apresenta uma fachada de características coloniais, que inicialmente era caiada de branco com molduras azul-turquesa.[6]

A capela não apenas representa a devoção à Sant'Ana, padroeira da localidade, mas também é um símbolo da resistência e adaptação da comunidade frente ao esgotamento das minas. Com o declínio da mineração, os moradores voltaram-se para a agricultura, mantendo viva a tradição de celebrar a Romaria de Sant'Anna, que ocorre anualmente entre 17 e 26 de julho, atraindo romeiros e turistas de várias partes.[1]

Imagens primitivas da Capela de Santana do Rio do Peixe: São Sebastião, Nossa Senhora Sant'Ana e Nossa Senhora da Conceição. Todas foram furtadas.

Transformações e Patrimônios

Na década de 1980, o Povoado da Capela passou a fazer parte da Paróquia de Goianésia e sofreu diversas transformações internas, incluindo a remoção do piso original de madeira e a adição de cômodos para acomodar padres durante os festejos, que na década de 2010 voltaram aos cuidados da Paróquia do Rosário, e a partir de 2015 são realizados pela Paróquia Santa Bárbara, território a qual atualmente pertence. Além de seu valor religioso, a capela é um patrimônio arquitetônico que reflete a história e a cultura da região.

O povoado da Capela do Rio do Peixe, que atualmente conta com cerca de 448 habitantes, tem se tornado um destino turístico crescente, especialmente após o sucesso do filme "Dois Filhos de Francisco", que foi filmado na região e ajudou a popularizar o local, tornando-o conhecido por sua conexão com a família Camargo.[7]

Cultura e Celebrações

As tradições culturais e religiosas do povoado permanecem fortes, destacando-se as festas em honra a São Sebastião em janeiro, Imaculada Conceição em dezembro além da festa de Sant'Ana, a padroeira, que incluem procissões, queima de fogos, novenas e a famosa quermesse. A Festa de Sant'Ana, a mais famosa da região, conhecida como Festa da Capela, é um momento de grande sociabilidade, onde os romeiros se reúnem em acampamentos improvisados durante os festejos, refletindo a rica herança de religiosidade e comunidade.

Na festa principal, há ainda na programação cultural apresentações artísticas e a participação da centenária Banda Phoenix nos cortejos da Rainha e do Rei, escolhidos anualmente por sorteio na missa de encerramento. O rei, também conhecido por festeiro, possui um salão comunitário para receber os romeiros. Há também a montagem dos ranchos, boates provisórias típicas da região que embalam as noites após a quermesse em dias de novena.

Largo de Santana
Fachada atual
Interior da capela
Fogueira dos festejos de São Sebastião

Além das celebrações religiosas, os romeiros aproveitam o mês de julho para curtir a região é rica em belezas naturais, como cachoeiras e trilhas, que atraem visitantes em busca de ecoturismo, contribuindo ainda mais para a revitalização e valorização do Povoado da Capela do Rio do Peixe.

Conclusão

A Capela da Senhora Sant'Ana não é apenas um local de culto, mas um símbolo de resistência cultural e comunitária que, ao longo dos séculos, adaptou-se e evoluiu com as mudanças sociais e econômicas da região. Sua história, marcada pela mineração, pela agricultura e pelas tradições religiosas, continua a atrair e inspirar tanto os moradores quanto os visitantes.

Ver também

Referências

  1. a b LÔBO,Tereza Caroline (2011). Capela do Rio do Peixe em Pirenópolis/Goiás: lugar de festa. [S.l.]: Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2011. Consultado em 2 de fevereiro de 2023 
  2. TRINDADE, Leiliane Alves (2022). O Povoado de Capela do Rio do Peixe e seu atual processo de Urbanização (PDF). [S.l.]: PUC-PR, Artigo na Revista Conflitos socioambientais, territorialidades e fronteiras). Consultado em 2 de fevereiro de 2023 
  3. «Paróquia Santa Bárbara». Paróquia Santa Bárbara: site da Diocese de Anápolis. Consultado em 3 de março de 2023 
  4. «DM ANÁPOLIS: Turismo em povoados de Pirenópolis estimula economia e desenvolvimento de vilarejos». Consultado em 12 de outubro de 2024 
  5. «Biografia Site Oficial: zeze di camargo e luciano». Consultado em 12 de outubro de 2024 
  6. CUSTÓDIO, Willian Gomes (2005). Morando na terra da Santa: festa, território e representações sociais de Capela de Sant’Ana do Rio do Peixe. [S.l.]: Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) - Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2005. Consultado em 2 de fevereiro de 2023 
  7. Prefeitura de Pirenópolis (2022). RELATÓRIO DA LEITURA TÉCNICA: Revisão do Plano Diretor de Pirenópolis (PDF). [S.l.]: RELATÓRIO DA LEITURA TÉCNICA: Revisão do Plano Diretor de Pirenópolis, julho de 2022. Consultado em 12 de outubro de 2024 

Bibliografia

  • CARVALHO, Adelmo de. Pirenópolis: coletânea 1727-2000 – História, turismo e curiosidades. Goiânia, Kelps, 2001, 213p.
  • CUSTÓDIO, Willian Gomes. Morando na terra da Santa: festa, território e representações sociais de Capela de Sant’Ana do Rio do Peixe. Goiânia: UCG, Departamento de Filosofia e Teologia, 2005, 225p. (Dissertação de mestrado).
  • JAYME, Jarbas. Esboço Histórico de Pirenópolis. Goiânia: UFG, 1971, 2 vol. 626p
  • SALLES, Gilka Vasconcelos Ferreira de. Economia e Escravidão na Capitania de Goiás. Goiânia: Ed. UFG, 1992, 360p.

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