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Capitania de Cumã

Pelourinho de Alcântara.

A Capitania de Cumã foi uma divisão administrativa do Brasil Colonial, existente entre 1627 e 1754.[1] Também conhecida como Capitania de Tapuitapera ou, ocasionalmente, apenas Alcântara, foi doada a Antônio Coelho de Carvalho.

Contexto Histórico

Até 1612, a região de Tapuitapera era habitada por um conjunto de aldeias indígenas. Nesse período, os franceses, liderados por Daniel de La Touche, estabeleceram relações com os habitantes locais e construíram a primeira capela.[2]

Entre 1616 e 1618, após a expulsão dos franceses durante a ocupação portuguesa, iniciou-se o processo de colonização na região. Com a divisão de capitanias, Tapuitapera tornou-se sede da Capitania de Cumã.[2]

Durante a invasão holandesa em 1641, os portugueses perderam o controle do território. Após a retomada, em 1648, Tapuitapera foi elevada à categoria de Vila, recebendo o nome de Vila de Santo Antônio de Alcântara. Nessa nova fase, a vila passou a abrigar uma Câmara Municipal, um pelourinho e a Igreja Matriz de São Matias.[2]

No final do século XVII e início do século XVIII, a vila teve alguma atividade econômica relacionada aos engenhos de açúcar e à produção de algodão. Contudo, a política de reforma administrativa do século XVIII levou à reincorporação de diversas capitanias donatárias à Coroa, resultando na extinção da Capitania de Cumã por Carta Régia, por volta de 1754.[2]

Localização

A Capitania de Cumã abrangia a região entre a foz do rio Mearim, o rio Pindaré e o rio Turiaçu.[1]

Após a extinção da capitania

Após a extinção da capitania, Alcântara consolidou-se como um importante centro econômico do Maranhão. Durante o apogeu da produção de algodão e com o uso intensivo de trabalho escravo, a vila chegou a rivalizar com São Luís em importância econômica.

Em 1836, Alcântara foi elevada à categoria de cidade. O desenvolvimento econômico proporcionou uma influência europeia marcante, uma vez que os filhos dos grandes proprietários estudavam no continente europeu.[3]

Patrimônio Histórico

Ruínas da Matriz de São Matias, um símbolo de Alcântara.

Entre os símbolos de Alcântara está a Igreja Matriz de São Matias, construída em 1622. A estrutura foi atingida por um raio em 1875, resultando no desabamento do telhado e comprometendo sua integridade. Até hoje, há debates históricos sobre os detalhes de sua construção e destruição.[4]

Centro Histórico de Alcântara

Na segunda metade do século XIX, ocorre grande decadência econômica na região, entretanto restou como testemunho do período áureo o acervo arquitetônico de valor inconteste, tombado pelo IPHAN em 1948, como a Igreja de Nossa Sra. do Rosário dos Pretos, a Igreja e as ruínas do Convento do Carmo, ruínas da Matriz de São Matias, a Ladeira do Jacaré (feita em pedras), a Capela de Nossa Senhora do Desterro (atual Igreja de São José), a Fonte de Pedra (edificada pelos franceses), o Museu Casa Histórica de Alcântara, o Museu Histórico de Alcântara, ruínas do Forte de São Sebastião, Casa de Câmara e Cadeia, a Casa do Divino, o Solar Cavalo de Troia (o mais alto da cidade), dentre outros.[5]

Referências

  1. a b «Provedorias». www.receita.fazenda.gov.br. Consultado em 14 de janeiro de 2019 
  2. a b c d «Capitania de Cumã - Atlas Digital da América Lusa». lhs.unb.br. Consultado em 14 de janeiro de 2019 
  3. «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 14 de janeiro de 2019 
  4. «Manual de Sítios Históricos do IPHAN» (PDF). IPHAN 
  5. «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 14 de janeiro de 2019 

Ver também

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