Eduardo Hamester
Eduardo Henrique Hamester (Itapiranga, 20 de janeiro de 1967), mais conhecido como Chico[1], é um ex-futebolista brasileiro que atuava como goleiro.[2] O apelido foi criado pelo técnico do juvenil do Grêmio, Jaime Schmidt, que nunca lembrava seu nome.[1] CarreiraAtletaCria das divisões de base do Grêmio, foi campeão mundial sub-20 em 1985 com a Seleção Brasileira, onde foi reserva de Taffarel[1]. Em 25 de abril de 1986 fez sua estreia no time principal gremista substituindo Beto, tio de Danrlei, em amistoso contra o Santos de Taquara vencido por 6 a 0 pelo tricolor. A primeira partida como titular foi somente em 1987, o empate por 0 a 0 contra o Brasil de Pelotas no Olímpico. Pelo Tricolor Gaúcho, atuou em 12 jogos e sagrou-se tricampeão gaúcho entre 85 e 87. Uma semana antes do Campeonato Carioca de 1990, foi emprestado ao America.[1] Ainda em 1990, chegou ao Bahia por empréstimo[3], onde tornou-se o goleiro titular e alcançou a semifinal do Brasileirão até ser eliminado pelo Corinthians.[4] Em 1994, foi o goleiro do Ceará no segundo jogo da final da Copa do Brasil em que o Grêmio venceu por 1 a 0 no Estádio Olímpico Monumental e não impediu o bicampeonato gremista.[5] Defendeu ainda as cores do Chapecoense, até encerrar a carreira em 2000, quando estava no Esportivo-RS.[2] Fora dos camposA partir de 2015, trabalhou nas categorias de base do Grêmio como preparador de goleiros do time sub-14.[6][7][8] Em maio de 2023, foi desligado do clube.[9] Títulos
Campanhas de Destaque
Escândalo de BernaEm julho de 1987, durante uma excursão à Suíça realizada pelo Grêmio, Chico e outros jogadores da equipe como Cuca, Henrique Arlindo Etges e Fernando Luís Castoldi, foram acusados do estupro coletivo[7][10] da menor Sandra Pfäffli, de 13 anos[1], no apartamento 204 do Hotel Metrópole, em Berna. Por conta disso, esse caso ficou conhecido como "Escândalo de Berna".[8] Após sair do hotel, a jovem foi à delegacia prestar queixas contra os jogadores. Conforme publicado pelo jornal Blick, de Zurique, a menina deu o seguinte relato aos policiais:
Algumas horas depois de receber a queixa da jovem, a polícia foi até o hotel onde a delegação do Grêmio estava hospedada e levou os quatro jogadores para depor. Conforme a versão dos jogadores, ela parecia ter mais de 18 anos e entrara no quarto deles tirando a blusa para que lhe dessem uma camisa do Grêmio.[11] Assim, na visão deles, o que aconteceu foi consensual e provocado por ela. No entanto, uma reportagem de 1989 do tradicional jornal suíço Der Bund, publicou que a perícia encontrou vestígios de esperma de Eduardo e Cuca no corpo da garota[12], fato confirmado anos mais tarde pelo advogado de defesa da menina[13]. Os quatro jogadores foram enquadrados no artigo 187 do Código Penal da Suíça, já que a Lei Suíça considerava crime manter relações sexuais com menores de 16 anos. Inicialmente, Cuca e Fernando não foram reconhecidos pela menina e, por conta disso, poderiam ser libertados após pagamento de fiança, caso o juiz chegasse a estabelecer um valor.[14] À época, o advogado Luis Carlos Silveira Martins, contratado pelo Grêmio para cuidar do caso, deu a seguinte declaração ao jornal Zero Hora, publicada no dia 31 de agosto de 1987:
Após os quatro ficarem detidos por menos de trinta dias, foram liberados e voltaram ao Brasil, sendo bem recebidos por parte da imprensa e torcida gaúcha, inclusive colorados (que atacaram a vítima com ofensas e críticas, principalmente Paulo Sant'Ana, Wianey Carlet e Lauro Quadros). No dia 15 de agosto de 1989, os atletas foram condenados a 15 meses de prisão em regime aberto e a uma multa de 8 mil dólares cada,[15][16][17][18][19] mas nunca cumpriram a pena, pois não retornaram para a Suíça e após 15 anos sem o cumprimento da sentença, expirou-se a condenação.[20] Em novembro de 2023, a justiça da Suíça reabriu o caso, a pedido da defesa de Cuca, alegando que ele não teve a oportunidade de se defender. A defesa do ex-jogador e atual treinador pediu a realização de um novo julgamento, mas em resposta a justiça suíça informou que o caso já avia sido prescrevido. A vítima, que em 1987 tinha 13 anos, morreu em 2002, aos 28 anos. Consultado, um filho dela não quis participar do processo. O Tribunal Regional de Berna-Mittelland decidiu pela anulação do caso, pelo fato de Cuca não ter respondido ao processo. A decisão não entrou no mérito das provas, apenas na legislação da Suíça.[21] Referências
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