Eleições estaduais em Sergipe em 1962
As eleições estaduais em Sergipe em 1962 ocorreram em 7 de outubro como parte das eleições em 22 estados brasileiros e nos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima. Foram eleitos o governador Seixas Dória, o vice-governador Celso Carvalho, os senadores Leite Neto e Júlio César Leite, sete deputados federais e trinta e dois estaduais na última eleição direta realizada antes do Regime Militar de 1964, não havendo eleições no Distrito Federal e no território federal de Fernando de Noronha.[1][nota 2][nota 3] Nascido em Propriá, o professor Seixas Dória formou-se advogado na Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense em 1946.[nota 4] Diretor do Correio de Aracaju e membro da Academia Sergipana de Letras, foi secretário da prefeitura de Aracaju ingressando na UDN ao fim do Estado Novo em 1945, elegendo-se deputado estadual nesta legenda em 1947 e 1950. Eleito deputado federal em 1954, uniu-se à Frente Parlamentar Nacionalista e após ser reeleito em 1958, foi vice-líder do governo Jânio Quadros na Câmara dos Deputados e após a renúncia do presidente em 25 de agosto de 1961, integrou-se ao grupo parlamentar chamado de Banda de música da UDN.[2][3] Após deixar UDN por divergências com o partido acerca da sucessão estadual, elegeu-se governador de Sergipe via PSD em 1962,[4][5] foi deposto e preso com a instauração do Regime Militar de 1964. Levado para Salvador e depois Fernando de Noronha, foi libertado mediante um habeas corpus expedido pelo Superior Tribunal Militar em agosto de 1964.[2] Em 4 de julho de 1966 teve seus direitos políticos suspensos por dez anos pelo Ato Institucional Número Dois, dedicando-se então à agropecuária e à literatura,[6][7] retornando efetivamente à vida política na década de 1980.[3] O advogado Celso Carvalho formou-se na Universidade Federal da Bahia em 1946. De volta a Sergipe ingressou no PSD e em 19 de outubro de 1947 foi eleito prefeito de Simão Dias, cidade onde nasceu.[nota 5] Ao fim do mandato foi pretor judiciário de Campo do Brito e pretor substituto nos municípios de Frei Paulo e Ribeirópolis.[nota 6] Com a extinção das pretorias passou a advogar em Simão Dias e retornou à política elegendo-se deputado estadual em 1954 e 1958 e vice-governador de Sergipe em 1962.[8] Com a deposição de Seixas Dória pelos militares, assumiu o governo estadual e depois filiou-se à ARENA.[9] Resultado da eleição para governadorConforme o Tribunal Superior Eleitoral houve 126.339 votos nominais.
Eleito
Resultado da eleição para vice-governadorConforme o Tribunal Superior Eleitoral houve 114.337 votos nominais.
Eleito
Biografia dos senadores eleitosLeite NetoAdvogado e odontólogo formado na Universidade Federal da Bahia e professor da Universidade Federal de Sergipe, nasceu em Riachuelo e foi também jornalista. Um dos fundadores de A República e O Estado de Sergipe, presidiu a Associação Sergipana de Imprensa e tornou-se membro da Academia Sergipana de Letras. Genro de Carvalho Neto, estreou na política elegendo-se deputado estadual constituinte em outubro de 1934 atuando na concepção da Constituição Estadual, mas teve o mandato extinto pelo Estado Novo. Diretor da penitenciária do estado e professor da Escola Técnica de Comércio de Sergipe na interventoria de Erônides de Carvalho, foi secretário-geral do estado nas interventorias de Milton Azevedo e Maynard Gomes. Filiado ao PSD, chegou ao posto de interventor federal em Sergipe entre 27 de outubro e 5 de novembro de 1945, mas renunciou a tempo de eleger-se deputado federal naquele ano.[10] Sob essa condição integrou a Assembleia Nacional Constituinte que promulgou a Constituição de 1946[11] sendo reeleito em 1950, 1954 e 1958.[12] Eleito senador em 1962, faleceu em 10 de dezembro de 1964 e sua cadeira foi entregue ao seu irmão, José Rollemberg Leite.[13][14] Júlio César LeiteTambém nascido em Riachuelo, o industrial Júlio César Leite formou-se advogado em 1917 pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.[nota 7] De volta a Sergipe foi chefe de polícia e secretário-geral do estado antes de ir para o PR e eleger-se senador em 1950.[15] Derrotado ao buscar a reeleição em 1958, conquistou um novo mandato via PSD em 1962, migrando para a ARENA com a imposição do bipartidarismo pelo Regime Militar de 1964.[16] Seu irmão, Augusto César Leite, representou os sergipanos no Congresso Nacional como deputado federal e senador entre o fim da República Velha e o Estado Novo,[17] além disso é tio dos também senadores Leite Neto e José Rollemberg Leite, com uma ressalva: este último também foi governador de Sergipe. Suplente efetivadoJosé Rollemberg LeiteNatural de Riachuelo, o engenheiro civil José Rollemberg Leite formou-se na Universidade Federal de Ouro Preto[nota 8] em 1935 e quando voltou a Sergipe, lecionou em escolas públicas, no Instituto Federal de Sergipe e na Universidade Federal de Sergipe assumindo a direção do Departamento de Educação na interventoria de Milton Azevedo e a chefia do Departamento de Obras Públicas na interventoria de Maynard Gomes. Irmão de Leite Neto e sobrinho de Augusto César Leite e Júlio César Leite, ingressou no PSD elegendo-se governador de Sergipe em 1947.[18] Afastado temporariamente da política, foi por duas vezes diretor estadual do Serviço Social da Indústria e assumiu a direção da Escola de Minas de Ouro Preto. Derrotado ao disputar o governo sergipano em 1958, elegeu-se suplente de senador na chapa de seu irmão, Leite Neto, em 1962 e foi efetivado após a morte do titular.[19] No curso do mandato escolheu a ARENA devido a imposição do bipartidarismo pelo Regime Militar de 1964. Resultado da eleição para senadorConforme o Tribunal Superior Eleitoral houve 232.338 votos nominais.
Eleitos
Deputados federais eleitosSão relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.
Deputados estaduais eleitosForam eleitos 32 deputados estaduais distribuídos da seguinte forma: UDN treze, Coligação PR/PDC sete, PSD cinco, PRT quatro, PTB dois, Coligação PSP/PST um.
Notas
Referências
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