Elia Dalla Costa
Elia Dalla Costa (Villaverla, 14 de maio de 1872 - Florença, 22 de dezembro de 1961) foi um cardeal italiano, arcebispo-emérito de Florença. BiografiaElia Dalla Costa foi o mais novo dos cinco filhos de Luigi Dalla Costa, um secretário comunitário, e Teresa Dal Balcon. Estudou no Seminário de Vicenza; depois, no Seminário de Pádua; e mais tarde, na Universidade de Pádua, onde se formou em Letras em 1897.[1] Ordenado ao sacerdócio em 25 de julho de 1895, no Duomo de Schio, por Antonio Feruglio, bispo de Vicenza. Atuou temporariamente como pároco de Villaverla. Estudos posteriores, 1895-1897. Professor de letras no Seminário de Vicenza. Cura de Pievebelvicino; e mais tarde, em 1902, pároco de Pozzoleone. Nomeado pároco da igreja paroquial de Schio em 10 de novembro de 1910; permaneceu lá até 1922. Durante a Primeira Guerra Mundial, prestou serviços humanitários aos soldados feridos e cuidou das crianças órfãs, sendo condecorado no final da guerra com a Croce di Cavaliere della Corona d'Italia e com um Diploma do Ministero delle Terre.[1] Foi nomeado pelo Papa Pio XI como bispo de Pádua em 25 de maio de 1923. Recebeu a ordenação episcopal no 2 de agosto seguinte, na catedral de Vicenza, por Ferdinando Rodolfi, bispo de Vicenza, tendo por principais co-consagradores Andrea Giacinto Longhin, bispo de Treviso, e Apollonio Maggio, bispo de Ascoli Piceno. Seu lema episcopal era Virtus ex alto. Foi instalado em 7 de outubro.[1][2] Em nove anos de episcopado, ele restaurou cinquenta paróquias que haviam sido destruídas durante a guerra. Realizou duas visitas pastorais às 400 paróquias da diocese. Interessou-se pela decoração e manutenção dos vários cemitérios de guerra. Defendeu a Ação Católica, sobretudo em 1925 e 1931, contra as ameaças do regime fascista, que estava determinado a dissolver os clubes juvenis não governamentais.[1][3] Elevado a arcebispo metropolita de Florença em 19 de dezembro de 1931. Também foi Administrador apostólico de Pádua, janeiro a maio de 1932.[1][2] Foi criado cardeal em 13 de março de 1933 pelo Papa Pio XI, com o título de cardeal-presbítero de S. Marco. Participou dos conclaves de 1939 e do 1958. Participou do conclave de 1939, que elegeu o Papa Pio XII, e do conclave de 1958, que elegeu o Papa João XXIII.[1][2] Também em Florença realizou pessoalmente quatro visitas pastorais às numerosas paróquias. Em 1933 celebrou o 1º Concílio Plenário Etrusco, onde foi legado papal, e em 1935 o seu 1º Sínodo Diocesano, seguido de um segundo em 1946. Realizou dois Congressos de Catequistas (1933 e 1940) e dois Congressos Eucarísticos Diocesanos (1937 e 1946). Construiu o Grande Seminário de Montughi em 1935. Ao fim da guerra, reconstruiu igrejas e reitorias destruídas ou danificadas, mas também cuidou da construção de novas igrejas.[3] Tentou renunciar em 1951, mas o Papa Pio XII rejeitou e manteve-o no cargo.[3] Morreu de complicações pulmonares, em 1961, em Florença e jaz em uma das capelas laterais na Basílica di Santa Maria del Fiore. Em sua morte, era o mais velho cardeal do sagrado colégio.[1] Ações na Segunda GuerraDurante a Segunda Guerra Mundial, Arcebispo Elia Cardeal Dalla Costa fez o máximo durante o bombardeio da cidade, pessoalmente e através dos párocos, para ajudar os feridos e para lamentar e enterrar os mortos. Também atuou para salvar a vida dos presos políticos. Depois da Libertação, interveio contra toda a violência e injustiça, a favor dos que foram objeto da purga antifascista.[3] Quando da ocupação alemã, organizou uma rede de resgate de judeus na Itália central. Com a chamada Rede de Florença, abrigou clandestinamente em mosteiros e conventos em Florença e seus arredores vários judeus que tentavam escapar da deportação forçada, inclusive na própria residência episcopal.[4] Pediu a ajuda do campeão de ciclismo Gino Bartali, que transportou documentos falsos feitos em Assis para Florença, permitindo salvar muitos perseguidos.[5] Em 2012, a organização Yad Vashem o nomeou como um Justo entre as Nações, pois mesmo sob risco de vida, ofereceu “refúgio a mais de 100 judeus da Itália e mais 220 de fora do país”.[1][5][4] Processo de beatificaçãoSeu processo de beatificação foi aberto pela Arquidiocese de Florença em 22 de dezembro de 1981, no vigésimo aniversário de sua morte; a fase diocesana obteve validação em 19 de novembro de 1993. A sua “Positio super virtutibus” foi entregue em 2007 e examinada em 22 de dezembro de 2016 pelos consultores teológicos da Congregação para as Causas dos Santos. Finalmente, em 4 de maio de 2017, o Papa Francisco autorizou a promulgação do decreto com o qual o Cardeal Dalla Costa foi declarado Venerável.[1][3][5] Seu amigo, o prefeito de Florença Giorgio La Pira, com quem colaborou de perto, também foi declarado Venerável em 2018.[5][6] Referências
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