A importância da obra também está em demonstrar como a filosofia e a vida intelectual da Grécia Antiga foram vistas ao final do Renascimento.[2]
Descrição e interpretações
A "Escola de Atenas" é um dos painéis que compõem um grupo de quatro afrescos principais que retratam ramos distintos do conhecimento. Cada tema é identificado acima por um tondo em separado contendo uma figura feminina majestosa sentada nas nuvens, com putti carregando frases como: “Buscar o conhecimento das causas”, “Inspiração Divina”, “Conhecimento das coisas divinas” (Disputa), “Para cada um o que lhe é devido”. Assim, as figuras nas paredes abaixo exemplificam a Filosofia, a Poesia (incluindo a música), a Teologia e o Direito.[3][4]
Não se sabe o quanto o jovem Rafael sabia da filosofia antiga, qual a orientação que ele poderia ter tido de pessoas como Bramante, ou se um programa detalhado foi ditado por seu patrocinador, o Papa Júlio II. No entanto, o afresco foi até recentemente interpretado como uma exortação à filosofia e, de maneira mais profunda, como uma representação visual do papel do amor em elevar as pessoas para o conhecimento superior, em grande parte em dívida com as teorias contemporâneas de Marsilio Ficino e outros pensadores neoplatônicos ligados a Rafael.[5]
Uma interpretação do afresco relaciona as simetrias ocultas das figuras e a estrela construída por Bramante foi dada por Guerino Mazzola e colaboradores.[6]
Figuras
A identidade de alguns dos filósofos como Platão ou Aristóteles, são inegáveis. Além disso, as identificações de figuras de Rafael tem sido sempre hipotéticas. Para complicar, além de Vasari alguns receberam múltiplas identificações, não só com antigos, mas também com figuras contemporâneas a Rafael.[7]
↑Giorgio Vasari, "Raphael of Urbino", em Lives of the Artists, vol. I: "Em cada um dos quatro círculos Rafael fez uma figura alegórica para apontar o significado da cena que está abaixo. Para a primeira, ele pintou a Filosofia, a Astrologia, a Geometria e a Poesia concordando com a Teologia, há uma mulher que representa o conhecimento, sentada em uma cadeira apoiada em ambos os lados por uma deusa Cibele, os inúmeros seios à mostra são atribuídos pelos antigos a Diana Polymastes. Seu vestuário tem quatro cores, que representam os quatro elementos, a cabeça é cor do fogo, seu busto a cor que representa o ar, as coxas a da Terra e suas pernas a água."
↑M. Smolizza, ‘’Rafael y el Amor. La Escuela de Atenas como protréptico a la filosofia’’, in ‘Idea y Sentimiento. Itinerarios por el dibujo de Rafael a Cézanne’, Barcelona, 2007, pp. 29-77.
↑Rafael reutilizou o motivo das duas mulheres de seu trabalho anterior "A visão de um cavaleiro". Taylor & Francis, "Chefs-d'oeuvre de l'art: Grands peintres", Edition 31, p. 215, 1966
↑ abA interpretação desta figura como Hipátia parece ter se originado a partir da Internet. Fontes sérias não mencionam isto. H. J. Mozans (John Augustine Zahm) especificamente lamenta que Hipátia não aparece na pintura, em seu livro Women in Sciencep.141
↑A amante de Rafael, Fornarina é retratada em uma pintura famosa na Galeria Nacional de Arte Antiga, em Roma. Esta identificação foi introduzida em 2002 por Matteo Smolizza durante sua cooperação com Lorenza Mochi Onori, ex-diretor do Museu, na ocasião da Exposição La Fornarina di Raffaello, Milão, Fondazione Arte e Civiltà, 14 de março-2 de junho 2, 2002. Mais tarde, foi investigado com base em 1) posição do retrato (especular a de Rafael), 2) a aparência em comparação com desenhos contemporâneo de Rafael, 3) textos estritamente contemporâneos de Rafael para a mulher, 4) significado geral do afresco. Cfr. Smolizza, pp. 68-74
↑A interpretação desta figura como Sodoma é provavelmente um erro visto que Sodoma tinha 33 anos na altura em que o quadro foi pintado, enquanto que o mestre de Rafael, Perugio, era um pintor de renome com 60 anos nesta altura, coerente com a imagem. Timoteo Viti é outro candidato plausível.