Escudo de AquilesO escudo de Aquiles teria sido usado pelo lendário herói grego para combater o troiano Heitor, numa passagem célebre da Ilíada, de Homero (Livro XVIII, versos 478-608). No poema, Aquiles perdeu sua armadura após emprestá-la a seu companheiro, Pátroclo. Pátroclo então é morto em combate por Heitor, e suas armas são levadas como espólio. A mãe de Aquiles, Tétis, pede ao deus Hefesto que forneça uma armadura substituta a seu filho. A passagem que descreve o escudo é um exemplo antigo de écfrase (uma descrição literária de uma obra de arte visual), e influenciou diversos poemas posteriores, incluindo O Escudo de Héracles, obra que durante algum tempo chegou a ser atribuída a Hesíodo.[1] A descrição do escudo de Enéas feita por Virgílio no livro VIII da Eneida foi claramente inspirado em Homero.[2] O poema The Shield of Achilles ("O Escudo de Aquiles"), de 1952, do poeta inglês W. H. Auden, recria a descrição de Homero com base no contexto do século XX. DescriçãoHomero dá uma descrição detalhada das imagens que decoram o novo escudo de Aquiles. Começando a partir do centro do objeto, e avançando gradualmente para fora, camada por camada do círculo, elas estão dispostas da seguinte maneira:
InterpretaçãoO Escudo de Aquiles pode ser interpretado de diversas maneiras. Uma destas interpretações é de que o escudo seria simplesmente uma encapsulação física do mundo inteiro. As camadas do escudo representariam uma série de contrastes, como trabalho e feriado, guerra e paz - embora a presença de um assassinato no retrato da cidade durante o tempo de paz mostraria que o homem nunca está totalmente livre do conflito. Wolfgang Schadewaldt, um autor alemão, argumentou que estas antíteses que se cruzam mostram as formas básicas de uma vida civilizada, e essencialmente ordenada.[4] Este contraste também é visto como uma maneira de "nos fazer ver [a guerra] em relação à paz".[5] A descrição do escudo se encontra, na obra, entre o combate pelo corpo de Pátroclo e o retorno de Aquiles à batalha, este último episódio servindo como ímpeto para uma das partes mais sangrentas do poema. Pode também ser interpretado como um lembrete, para o leitor, de tudo que será perdido quando Tróia for derrotada, ao final.[6] Referências
Ligações externas
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